"Mas Jesus lhes advertia severamente que o não expusessem à publicidade." (Mt: 3, 12)
Este versículo do Evangelho de Marcos é extremamente curioso. Jesus adverte os espíritos
que nele reconheciam o Filho de Deus que não o expusessem à publicidade.
Enquanto os homens discutiam em torno de sua procedência, questionando-lhe a
autenticidade dos méritos, segundo a terminologia evangélica, os próprios espíritos imundos
sabiam quem ele era.
A vinda do Cristo a Terra não foi ignorada pelos habitantes das esferas invisíveis, situadas
nas proximidades da Crosta !
Contudo, por que Jesus os repreende, ordenando que não o exponham à publicidade ?
Se tal ocorreu, é porque, de fato, eles poderiam fazê-lo, através dos canais da mediunidade.
Àquela época, de acordo com a cronologia das narrativas evangélicas, o Senhor já se fazia
acompanhar pela multidão, conforme se pode ler em Marcos, no capítulo acima citado,
versículo 9: "Então recomendou a seus discípulos que sempre lhe tivessem pronto um
barquinho, por causa da multidão, a fim de não o comprimirem".
A questão talvez seja que a publicidade é sempre perigosa, mormente para aqueles que
estejam no início de apostolado entre os homens.
Evidentemente, o Senhor se conservava imune ao incenso da bajulação, mas será que o
mesmo ocorre conosco, tão suscetíveis a quaisquer palavras de endeusamento ?
Valorosos obreiros do Evangelho têm se perdido pela idolatria de que são objeto, porque
quem aceita um elogio sem protestar, com sinceridade, contra ele, confessando a sua
desvalia pessoal, demonstra trazer, à flor da pele, a purulenta chaga da vaidade.
(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli/Inácio Ferreira)