É a Mãe piedosa
De todas as mães resignadas e sofredoras.
É a consolação
Que se derrama puríssima
Sobre os prantos maternos,
Vertidos na corola imensa das dores;
É o manto resplandecente
Que agasalha os corações das mães piedosas,
Amarguradas e infelizes,
Que orvalham com lágrimas benditas
As flores do seu amor desvelado,
Espezinhadas pelo sofrimento,
Fustigadas pelo furacão da desgraça, atropeladas pelo mal,
Perseguidas pelo infortúnio
No sombrio orbe das lágrimas e das provações.
Todas as preces maternas
Ascendem aos espaços
Como um doloroso brado de angústia a Maria,
E a rosa sublime de Nazaré
Escuta-as piedosamente,
Estendendo os seus braços tutelares
Às Mães carinhosas e desprotegidas;
E bastam os eflúvios do seu amor sacrossanto
Para que as consolações se derramem
Cicatrizando as feridas,
Balsamizando os pesares,
Lenindo os padeceres
Das Mães desoladas, que encontram nela
O símbolo maravilhoso de todas as virtudes!...
Ao seu olhara compassivo,
Pulverizam-se os rochedos do mal
Do oceano da vida de desterro e de exílio,
Para que o Brigue da Esperança,
Com as suas velas alvas e pandas,
Veleje tranquilamente,
Buscando o porto esperado com ânsia,
Da salvação das almas que sofreram
Nos torvelinhos do mundo,
Como náufragos de uma tormenta gigantesca,
Que não se perderam no abismo das águas tenebrosas
Do mar da iniquidade,
Porque se apegaram
À âncora da Fé.
Maria é o anjo, pois
Que nos ampara e guia em nossa cruz;
Levando-nos ao Céu, cheia de piedade e comiseração
Pelas nossas fraquezas.
Ela é a personificação do amor divino
No vale das sombras e das amarguras,
E sendo o arrimo de todas as criaturas,
É sobretudo
A Virgem da Pureza
- Mãe das Mães.
(Obra: Parnaso de Além Túmulo - Chico Xavier / Marta)
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