Tristeza oculta no peito
Tem a mania do cupim
Que, quando surge na casa,
O telhado está no fim.
Ciúme (Deus me perdoe)
Parece em qualquer feição,
Com jararaca enroscada
Por dentro do coração.
Orgulho lembra o coqueiro
Que mais alto põe o cacho,
Um dia, o raio aparece
E o coqueiro vem abaixo.
Vaidade recorda a rã
Que não vê a própria face,
E pensa que o mundo inteiro
É a lagoa onde ela nasce.
Mentira é igual ao macaco
Que come no pé de amora,
Corpo escondido na rama,
Deitando a cauda de fora.
Melindre parece a larva
Que cresce sem reboliço
E acaba matando a rosa,
Sem que a rosa dê por isso.
Maledicência relembra
Um papagaio invulgar,
Que vive tanto mais preso
Quanto mais sabe falar.
Apego desenfreado
É igual à hera em ação
Que, aos poucos, abraça o muro
E atira o muro no chão.
Cobiça, se bem comparo,
É assim como poço fundo
Que cabe, de ponta a ponta,
Toda a miséria do mundo.
Espírito Cornélio Pires*
Francisco Cândido Xavier
Livro - No mundo de Chico Xavier
*Autor - Elias Barbosa*
*Página - 56 e 57
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