quinta-feira, 31 de julho de 2025

Onde estão?

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mt: 11, 29)


Dirigiu-se Jesus à multidão dos aflitos e desalentados proclamando o divino propósito de aliviá-los. 

– “Vinde a mim! – clamou o Mestre – tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei comigo, que sou manso e humilde de coração!” 

Seu apelo amoroso vibra no mundo, através de todos os séculos do Cristianismo.

Compacta é a turba de desesperados e oprimidos da Terra, não obstante o amorável convite.

É que o Mestre no “Vinde a mim!” espera naturalmente que as almas inquietas e tristes o procurem para a aquisição do ensinamento divino.

Mas nem todos os aflitos pretendem renunciar ao objeto de suas desesperações e nem todos os tristes querem fugir à sombra para o encontro com a luz.

A maioria dos desalentados chega a tentar a satisfação de caprichos criminosos com a proteção de Jesus, emitindo rogativas estranhas.

Entretanto, quando os sofredores se dirigirem sinceramente ao Cristo, hão de ouvi-lo, no silêncio do santuário interior, concitando-lhes o espírito a desprezar as disputas reprováveis do campo inferior.

Onde estão os aflitos da Terra que pretendem trocar o cativeiro das próprias paixões pelo jugo suave de Jesus Cristo?

Para esses foram pronunciadas as santas palavras “Vinde a mim!”, reservando-lhes o Evangelho poderosa luz para a renovação indispensável.

Espírito: Emmanuel.

Médium: Francisco Cândido Xavier.

Do livro Pão Nosso.

Áudio

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Ao partir do pão

“E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido ao partir do pão.” (Lc: 24,35.)


Muito importante o episódio em que o Mestre é reconhecido pelos discípulos que se dirigiam paraEmaús, em desesperação. 

Jesus seguira-os, qual amigo oculto, fixando-lhes a verdade no coração com as fórmulas verbais, carinhosas e doces.

Grande parte do caminho foi atravessada em companhia daquele homem, amoroso e sábio, que ambos interpretaram por generoso e simpático desconhecido e, somente ao partir do pão, reconhecem o Mestre muito amado. 

Os dois aprendizes não conseguiram a identificação nem pelas palavras, nem pelo gesto afetuoso; contudo, tão logo surgiu o pão materializado, dissiparam todas as dúvidas e creram. 

Não será o mesmo que vem ocorrendo no mundo há milênios?

Compactas multidões de candidatos à fé se afastam do serviço divino, por não atingirem, depois de certa expectação, as vantagens que aguardavam no imediatismo da luta humana.

Sem garantia financeira, sem caprichos satisfeitos, não comungam na crença renovadora, respeitável e fiel.

É necessário combater semelhante miopia da alma.

Louvado seja o Senhor por todas as lições e testemunhos que nos confere, mas continuarás muito longe da verdade se o procuras apenas na divisão dos bens fragmentários e perecíveis.

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro Pão Nosso.

terça-feira, 29 de julho de 2025

É porque ignoram

“E isto vos farão, porque não conhecem ao Pai nem a mim.” (Jo: 16, 3)


Dolorosas perplexidades não raro assaltam os discípulos, inspirando-lhes interrogações. 

Por que a desarmonia, em torno do esforço fraterno?

A jornada do bem encontra barreiras sombrias.

Tenta-se o estabelecimento da luz, mas a treva penetra as estradas.

Formulam-se projetos simples para a caridade que a má-fé procura perturbar ao primeiro impulso de realização.

Quase sempre, a demonstração destrutiva parte de homens 

assinalados pela posição de evidência, indicados pela força das 

circunstâncias para exercer a função de orientadores do pensamento geral.

São esses que, na maioria das ocasiões, se arvoram em expositores de imposições e exigências descabidas.

O aprendiz sincero de Jesus, todavia, não deve perder tempo com interrogações e ansiedades que se não justificam.

O Mestre Divino esclareceu esse grande problema por antecipação.

A ignorância é a fonte comum do desequilíbrio.

E se esse ou aquele grupo de criaturas busca impedir as manifestações do bem, é que desconhece, por enquanto, as bênçãos do Céu.

Nada mais que isto.

É necessário, pois, esquecer as sombras que ainda dominam a maior parte dos setores terrestres, vivendo cada discípulo na luz que palpita no serviço do Senhor.

Espírito: Emmanuel.

Médium: Francisco Cândido Xavier.

Livro: Pão Nosso.

Áudio 

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Gonçalves de Magalhães: Pioneiro do Romantismo e da Visão Espírita no Brasil

Domingos José Gonçalves de Magalhães, também conhecido como Visconde do Araguaia, foi uma das figuras mais influentes do Brasil oitocentista. Médico, poeta, diplomata e pensador, ele deixou um legado que ultrapassa a literatura e adentra os campos da filosofia, da política e da espiritualidade. Sua trajetória se destaca não apenas por inaugurar o Romantismo na literatura brasileira, mas também por contribuir para a abertura intelectual à Doutrina Espírita e ao pensamento Espírita no país.

Biografia resumida

Nascido no Rio de Janeiro, em 13 de agosto de 1811, Gonçalves de Magalhães formou-se em Medicina em 1832. Nesse mesmo ano, publicou seu primeiro livro de poesia, revelando desde cedo seu talento literário. Em 1836, já residindo na França, lançou a obra “Suspiros Poéticos e Saudades”, considerada o marco inicial do Romantismo no Brasil.

Sua carreira incluiu a fundação da revista Niterói, a atuação como professor e sua consagração como diplomata em diversas missões no exterior. Ocupou cargos importantes e foi agraciado com o título de Visconde do Araguaia. Faleceu em Roma, no dia 10 de julho de 1882, deixando uma obra diversificada e pioneira.

Introdução do Romantismo na literatura brasileira

Gonçalves de Magalhães é reconhecido como o introdutor do Romantismo na literatura brasileira. Sua obra “Suspiros Poéticos e Saudades” foi a primeira a romper com os padrões clássicos e a apresentar uma nova sensibilidade literária, marcada pela valorização dos sentimentos, do nacionalismo e da figura do indígena como herói nacional.

Ao fundar a revista Niterói ao lado de outros intelectuais, Magalhães divulgou um manifesto literário que defendia a construção de uma literatura autêntica, brasileira e independente dos moldes europeus. Posteriormente, sua obra épica “A Confederação dos Tamoios” reafirmou esse projeto de valorização da cultura nacional, apesar de controvérsias e críticas da época.

Papel na difusão da Doutrina Espírita

Embora não tenha sido um espírita no sentido tradicional, Gonçalves de Magalhães foi um dos primeiros intelectuais brasileiros a defender ideias Espíritas em oposição ao materialismo científico predominante. Em sua obra filosófica “A Alma e o Cérebro”, publicada em 1876, ele propôs uma reflexão profunda sobre a relação entre corpo e espírito, criticando a visão médica que restringia a consciência humana ao funcionamento cerebral.

Seus posicionamentos aproximaram-se das ideias espíritas ao considerar a alma como centro da vida moral e intelectual. Suas reflexões serviram de base para o diálogo entre ciência e espiritualidade no Brasil, influenciando outros pensadores Espíritas e espíritas, como Bezerra de Menezes, com quem compartilhava uma visão ampliada da existência humana.

Conclusão

Gonçalves de Magalhães é uma figura que merece ser lembrada não apenas como poeta e diplomata, mas como um semeador de ideias novas em tempos de grandes transformações no Brasil. Introduziu o Romantismo com um olhar voltado à alma brasileira e abriu caminho para que a espiritualidade e o pensamento espírita encontrassem eco no meio intelectual do século XIX. Seu legado permanece como inspiração para aqueles que, como ele, desejam semear luz, beleza e conhecimento.

Texto produzido com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Não falta

“E, se os deixar ir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.” (Mc: 8, 3) 


A preocupação de Jesus pela multidão necessitada continua viva, através do tempo.

Quantas escolas religiosas palpitam no seio das nações, ao influxo do amor providencial do Mestre Divino?

Pode haver homens perversos e desesperados que perseveram na malícia e na negação, mas não se vê coletividade sem o socorro da fé.

Os próprios selvagens recebem postos de assistência do Senhor, naturalmente de acordo com a rusticidade de suas interpretações primitivistas.


Não falta alimento do céu às criaturas.

Se alguns espíritos se declaram descrentes da Paternidade de Deus, é que se encontram incapazes ou enfermos pelas ruínas interiores a que se entregaram.

Jesus manifesta invariável preocupação em nutrir o espírito dos tutelados, através de mil modos diferentes, desde a taba do indígena às catedrais das grandes metrópoles. 

Nesses postos de socorro sublime, o homem aprende, em esforço gradativo, a alimentar-se espiritualmente, até trazer a igreja ao próprio lar, transportando-a do santuário doméstico para o recinto do próprio coração.

Pouca gente medita na infinita misericórdia que serve, no mundo, à mesa edificante das ideias religiosas.

Inclina-se o Mestre ao bem de todos os homens.

Cheio de abnegação e amor sabe alimentar, com recursos específicos, o ignorante e o sábio, o indagador e o crente, o revoltado e o infeliz.

Mais que ninguém, compreende Jesus que, de outro modo, as criaturas cairiam, exaustas, nos imensos despenhadeiros que marginam a senda evolutiva.

Espírito: Emmanuel.

Médium: Francisco Cândido Xavier.

Do livro Pão Nosso.

Áudio 

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Conciliação

“Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça, e te encerrem na prisão.” Jesus. (Mateus, 5:25.) 


Muitas almas enobrecidas, após receberem a exortação desta  passagem, sofrem intimamente por esbarrarem com a dureza do adversário de ontem, inacessível a qualquer conciliação.

A advertência do Mestre, no entanto, é fundamentalmente consoladora para a consciência individual.

Assevera a palavra do Senhor – “concilia-te”, o que equivale a dizer “faze de tua parte”. 

Corrige quanto for possível, relativamente aos erros do passado, movimenta-te no sentido de revelar a boa vontade perseverante.

Insiste na bondade e na compreensão.

Se o adversário é ignorante, medita na época em que também desconhecias as obrigações primordiais e observa se não agiste com piores características; se é perverso, categoriza-o à conta de doente e dementado em vias de cura.

Faze o bem que puderes, enquanto palmilhas os mesmos caminhos, porque se for o inimigo tão implacável que te busque entregar ao juiz, de qualquer modo, terás então igualmente provas e testemunhos a apresentar.

Um julgamento legítimo inclui todas as peças e somente os espíritos francamente impenetráveis ao bem sofrerão o rigor da extrema justiça.

Trabalha, pois, quanto seja possível no capítulo da harmonização, mas se o adversário te desdenha os bons desejos, concilia-te com a própria consciência e espera confiante.


Espírito: Emmanuel.
Médium: Chico Xavier.
Livro: Pão Nosso.
Áudio


sexta-feira, 18 de julho de 2025

Em família

“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” – Paulo. (I Timóteo: 5, 4). 


A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra.

Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas?

Esta é indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo.

Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam.

O apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas, entretanto, não alude à piedade que chora sem coragem ante os enigmas aflitivos, mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por eliminá-las, aguardando a decisão divina a seu tempo. 

Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram ao círculo pessoal, através dos laços consanguíneos, entregando-se, por isso, a lamentável desânimo.

É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno.

Preponderam aí, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas. 

Ninguém despreze, portanto, esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabrunhado na incompreensão.

Constituiria falta grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo. 

É impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena – aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário. 

Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje, 

convicto de que semelhante esforço representa realização essencial.

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro: Pão Nosso.
Áudio


Em nossa casa

"E assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa."(Mt: 10, 36)


É muito comum vermos o discípulo bem-intencionado, que se afeiçoa ao Evangelho de Jesus, perguntando por que razão surgem, em casa, os maiores embates, logo após a renovação dos propósitos da fé.

Grande número de aprendizes espera encontrar nos familiares imediatos os companheiros ideais para a jornada redentora, contudo, não é o que acontece em muitos casos.

Ao clarão da verdade, entretanto, é fácil observar que o lar é o ponto essencial de nossa prova regenerativa.

Se é verdade que Jesus nos oferece o bálsamo da esperança e a luz da consolação, é igualmente certo que nos não isenta da luta purificadora.

Nossa casa é o primeiro campo de testemunho.

Aí, dentro dela, é que encontramos os credores mais íntimos das existências passadas, reclamando pagamento.

Alguns nos exigem sacrifício, outros, tolerância.

Uns nos pedem renúncia, outros, abnegação.

Não olvidemos, dessa maneira, a palavra do Mestre Divino.

Nos círculos de trabalho cristão, surge, com mais frequência, o companheiro bem-intencionado que deseja encontrar irmãos espirituais de elevada condição, para compartilhar com eles as alegrias do entendimento e da fé.

Entretanto, raros se lembram de que os irmãos mais difíceis, os inimigos mais duros, não estão fora de casa, mas dentro dela.

Recebamo-los, pois, por tutores do nosso reajuste e da nossa redenção, buscando com Jesus a necessária vitória do amor.

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro: Fonte Viva.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Ouçam-nos

“Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos." (Lc: 16, 29)


A resposta de Abraão ao rico da parábola ainda é ensinamento de todos os dias, no caminho comum. 

Inúmeras pessoas se aproximam das fontes de revelação espiritual, entretanto, não conseguem a libertação dos laços egoísticos de modo que vejam e ouçam, qual lhes convém aos interesses essenciais.

Há precisamente um século, estabeleceu-se intercâmbio mais intenso entre os dois planos, na grande movimentação do Cristianismo redivivo; contudo, há aprendizes que contemplam o céu, angustiados tão-só porque nunca receberam a mensagem direta 

de um pai ou de um filho na experiência humana.

Alguns chegam ao disparate de se desviarem da senda alegando tais motivos. 

Para esses, o fenômeno e a revelação no Espiritismo evangélico são simples conjunto de inverdades, porque nada obtiveram de parentes mortos, em consecutivos anos de observação. 

Isso, porém, não passa de contrassenso. 

Quem poderá garantir a perpetuidade dos elos frágeis das ligações terrestres? 

O impulso animal tem limites.

Ninguém justifique a própria cegueira com a insatisfação do capricho pessoal.

O mundo está repleto de mensagens e emissários, há milênios.

O grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas.

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro: Pão Nosso.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

A porta

 “Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.” – (João: 10, 7)


Não basta alcançar as qualidades da ovelha, quanto à mansidão e ternura, para atingir o Reino Divino. 

É necessário que a ovelha reconheça a porta da redenção, com o discernimento imprescindível, e lhe guarde o rumo, despreocupando-se dos apelos de ordem inferior, a eclodirem das margens do caminho.

Daí concluirmos que a cordura, para ser vitoriosa, não dispensa a cautela na orientação a seguir. 

Nem sempre a perda do rebanho decorre do ataque de feras, mas sim porque as ovelhas imprevidentes transpõem barreiras naturais, surdas à voz do pastor, ou cegas quanto às saídas justas, em demanda das pastagens que lhes competem. 

Quantas são acometidas, de inesperado, pelo lobo terrível, porque, fascinadas 

pela verdura de pastos vizinhos, se desviam da estrada que lhes é própria, quebrando obstáculos para atender a destrutivos impulsos? 

Assim acontece com os homens no curso da experiência. 

Quantos espíritos nobres hão perdido oportunidades preciosas pela própria imprudência? 

Senhores de admiráveis patrimônios, revelam-se, por vezes, arbitrários e caprichosos.

Na maioria das situações, copiam a ovelha virtuosa e útil que, após a conquista de vários títulos enobrecedores, esquece a porta a ser atingida e quebra as disciplinas benéficas e necessárias, para entregar-se ao lobo devorador.


Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro: Pão Nosso.



sexta-feira, 11 de julho de 2025

Magnetismo pessoal

“E toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele uma virtude que os curava a todos.” – (Lucas, 6:19.)


Na atualidade, observamos toda uma plêiade de espiritualistas eminentes, espalhando conceitos relativos ao magnetismo pessoal, com tamanha estranheza, qual se estivéssemos perante verdadeira novidade do século 19.

Tal serviço de investigação e divulgação dos poderes ocultos do homem representa valioso concurso na obra educativa do presente e do futuro, no entanto, é preciso lembrar que a edificação não é nova. 

Jesus, em sua passagem pelo Planeta, foi a sublimação individualizada do magnetismo pessoal, em sua expressão substancialmente divina.

As criaturas disputavam-lhe o encanto da presença, as multidões seguiam-lhe os passos, tocadas de singular admiração.

Quase toda gente buscava tocar-lhe a vestidura.

Dele emanavam irradiações de amor que neutralizavam moléstias  recalcitrantes.

Produzia o Mestre, espontaneamente, o clima de paz que alcançava quantos lhe gozavam a companhia.

Se pretendes, pois, um caminho mais fácil para a eclosão plena de tuas potencialidades psíquicas, é razoável aproveites a experiência que os orientadores terrestres te oferecem, nesse sentido, mas não te esqueças dos exemplos e das vivas demonstrações de Jesus.

Se intentas atrair, é imprescindível saber amar.

Se desejas influência legítima na Terra, santifica-te pela influência do Céu.


Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro Pão Nosso.
Áudio 



Sabe o que o Espiritismo Proíbe? Nada!

Muitas vezes, quando ouvimos falar em religiões ou doutrinas, logo imaginamos uma lista de proibições, restrições ou regras rígidas a serem seguidas. No entanto, ao conhecer mais profundamente a Doutrina Espírita, descobrimos algo surpreendente: o Espiritismo não proíbe nada. Essa afirmação, à primeira vista, pode causar estranhamento, mas ela está fundamentada em um princípio essencial: o respeito ao livre-arbítrio.

O livre-arbítrio, no Espiritismo, é considerado um direito sagrado do Espírito. Cada indivíduo é livre para escolher seus caminhos, suas ações e suas decisões. Essa liberdade, porém, não significa ausência de responsabilidade. Ao contrário: cada escolha gera consequências, boas ou más, conforme a lei de causa e efeito. Essa lei está intimamente ligada aos ensinamentos contidos no capítulo 5 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, especialmente nos itens "Causas atuais das aflições" e "Causas anteriores das aflições". Esses trechos nos esclarecem que muitos sofrimentos que enfrentamos hoje são frutos de atitudes imprudentes ou escolhas equivocadas nesta vida (causas atuais), enquanto outros decorrem de débitos assumidos em existências passadas (causas anteriores), nos convidando à reflexão e à reparação.

A lei de causa e efeito é uma das bases fundamentais da Doutrina Espírita. Ela nos ensina que tudo o que fazemos, sentimos ou pensamos retorna para nós, em forma de aprendizado e experiência. Ao invés de impor proibições, o Espiritismo esclarece que somos responsáveis por nossa felicidade ou infelicidade, conforme agimos em sintonia com as leis divinas ou não. As "Causas atuais das aflições" mostram, por exemplo, que muitos males são consequência direta de vícios, excessos e descuidos morais que poderíamos ter evitado. Já as "Causas anteriores das aflições" explicam que certos sofrimentos são provas ou expiações necessárias ao nosso progresso espiritual, programadas antes do renascimento.

Relacionado à lei de causa e efeito, temos também a lei de ação e reação. Essa lei universal, conhecida também pela ciência, demonstra que toda ação provoca uma reação de intensidade equivalente. Quando aplicada à vida moral e espiritual, ela nos faz compreender que nossas escolhas retornam para nós em forma de experiências que favorecem o nosso progresso. Essa dinâmica não é punitiva, mas educativa, oferecendo-nos oportunidades valiosas de evolução. As aflições, vistas sob essa ótica, tornam-se instrumentos de aprendizado, permitindo que cada Espírito avance rumo à perfeição.

Concluindo, dizer que o Espiritismo não proíbe nada é afirmar que ele confia na capacidade do ser humano de aprender, evoluir e se tornar melhor por meio do uso consciente do livre-arbítrio. Ao invés de impor restrições, a Doutrina Espírita oferece esclarecimento, convidando cada um de nós a sermos responsáveis por nossos atos, conscientes das leis divinas que regem o Universo. Assim, somos chamados a caminhar com liberdade, mas também com amor, responsabilidade e sabedoria, compreendendo que cada aflição, seja de causa atual ou anterior, é uma oportunidade de crescimento e de renovação moral.


Referências bibliográficas

  • KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo V: "Bem-aventurados os aflitos", itens "Causas atuais das aflições" e "Causas anteriores das aflições". 1864.

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questões sobre lei de liberdade, lei de causa e efeito, e responsabilidade moral. 1857.

  • KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Segunda parte: Exemplos sobre as consequências morais das ações. 1865.

Testo e imagem produzidos com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Há muita diferença

“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou.” – (Atos, 3:6.)


É justo recomendar muito cuidado aos que se interessam pelas vantagens da política humana, reportando-se a Jesus e tentando explicar, pelo Evangelho, certos absurdos em matéria de  teorias sociais.

Quase sempre, a lei humana se dirige ao governado, nesta fórmula: 

– “ O que tens me pertence.” 

O Cristianismo, porém, pela boca inspirada de Pedro, assevera aos ouvidos do próximo: 

– “ O que tenho, isso te dou.” 

Já meditaste na grandeza do mundo, quando os homens estiverem resolvidos a dar do que possuem para o edifício da evolução universal?

Nos serviços da caridade comum, nas instituições de benemerência pública, raramente a criatura cede ao semelhante aquilo que lhe constitui propriedade intrínseca.

Para o serviço real do bem eterno, fiar-se-á alguém nas posses perecíveis da Terra, em caráter absoluto? 

O homem generoso distribuirá dinheiro e utilidades com os necessitados do seu caminho, entretanto, não fixará em si mesmo a luz e a alegria que nascem dessas dádivas, se as não realizou com o sentimento do amor, que, no fundo, é a sua riqueza imperecível e legítima.

Cada individualidade traz consigo as qualidades nobres que já conquistou e com que pode avançar sempre, no terreno das aquisições espirituais de ordem superior.

Não olvides a palavra amorosa de Pedro e dá de ti mesmo, no esforço de salvação, porquanto quem espera pelo ouro ou pela prata, a fim de contribuir nas boas obras, em verdade ainda se encontra distante da possibilidade de ajudar a si próprio.

Espírito: Emmanuel.

Médium: Francisco Cândido Xavier.

Livro: Pão Nosso.

Áudio



sexta-feira, 4 de julho de 2025

Cruz e Disciplina


“E constrangeram um certo Simão Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz." (Mc: 15, 21)


Muitos estudiosos do Cristianismo combatem as recordações da cruz, alegando que as reminiscências do Calvário constituem indébita cultura de sofrimento.

Asseveram negativa a lembrança do Mestre, nas horas da crucificação, entre malfeitores vulgares.

Somos, porém, daqueles que preferem encarar todos os dias do Cristo por gloriosas jornadas e todos os seus minutos por divinas parcelas de seu ministério sagrado, ante as necessidades da alma humana.

Cada hora da presença dele, entre as criaturas, reveste-se de beleza particular e o instante do madeiro afrontoso está repleto de majestade simbólica.

Vários discípulos tecem comentários extensos, em derredor da cruz do Senhor, e costumam examinar com particularidades teóricas os madeiros imaginários que trazem consigo.

Entretanto, somente haverá tomado a cruz de redenção que lhe compete aquele que já alcançou o poder de negar a si mesmo, de modo a seguir nos passos do Divino Mestre.

Muita gente confunde disciplina com iluminação espiritual.

Apenas depois de havermos concordado com o jugo suave de Jesus Cristo, podemos alçar aos ombros a cruz que nos dotará de asas espirituais para a vida eterna.

Contra os argumentos, quase sempre ociosos, dos que ainda não compreenderam a sublimidade da cruz, vejamos o exemplo do Cireneu, nos momentos culminantes do Salvador.

A cruz do Cristo foi a mais bela do mundo, no entanto, o homem que o ajuda não o faz por vontade própria e, sim, atendendo a requisição irresistível.

E, ainda hoje, a maioria dos homens aceita as obrigações inerentes ao próprio dever, porque a isso é constrangida.

Esopírito: Emmanuel.

Médium: Francisco Cândido Xavier.

Livro: Pão Nosso.

Áudio

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Nós e César

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Mc, 12:17.)

Em todo lugar do mundo, o homem encontrará sempre, de acordo com os seus próprios merecimentos, a figura de César, simbolizada no governo estatal.

Maus homens, sem dúvida, produzirão maus estadistas.

Coletividades ociosas e indiferentes receberão administrações desorganizadas.

De qualquer modo, a influência de César cercará a criatura, reclamando-lhe a execução dos compromissos materiais.

É imprescindível dar-lhe o que lhe pertence.

O aprendiz do Evangelho não deve invocar princípios religiosos ou idealismo individual para eximir-se dessas obrigações.

Se há erros nas leis, lembremos a extensão de nossos débitos para com a Providência Divina e colaboremos com a governança humana, oferecendo-lhe o nosso concurso em trabalho e boa vontade, conscientes de que desatenção ou revolta não nos resolvem os problemas.

Preferível é que o discípulo se sacrifique e sofra a demorar-se em atraso, ante as leis respeitáveis que o regem, transitoriamente,

no plano físico, seja por indisciplina diante dos princípios estabelecidos ou por doentio entusiasmo que o tente a avançar demasiadamente na sua época.

Há decretos iníquos?

Recorda se já cooperaste com aqueles que te governam a paisagem material.

Vive em harmonia com os teus superiores e não te esqueças de que a melhor posição é a do equilíbrio.

Se pretendes viver retamente, não dês a César o vinagre da crítica acerba.

Ajuda-o com o teu trabalho eficiente, no sadio desejo de acertar, convicto de que ele e nós somos filhos do mesmo Deus.

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Do livro Pão Nosso.



quarta-feira, 2 de julho de 2025

01.07.2025 | EVANGELHO NO LAR VIRTUAL - O Evangelho Segundo o Espiritism...

Joanna de Ângelis: Do convento baiano ao coração do Brasil espiritual

A história espiritual da humanidade é repleta de espíritos missionários que renascem repetidamente para auxiliar no progresso moral e intelectual do planeta. Entre eles, destaca-se Joanna de Ângelis, mentora espiritual do médium Divaldo Pereira Franco. Suas obras, psicografadas a partir de meados do século XX, abordam temas como psicologia profunda, espiritualidade e autoconhecimento. Mas quem foi Joanna de Ângelis em suas vidas anteriores? E qual a importância da sua encarnação como Sóror Joana Angélica de Jesus para a história do Brasil?

As encarnações conhecidas de Joanna de Ângelis

Segundo registros da tradição espírita (em especial relatos recebidos por médiuns confiáveis), Joanna de Ângelis teria vivido diversas existências marcantes. Entre as mais conhecidas, destacam-se:

  • Joanna de Cusa, no século I, companheira de Jesus e mártir cristã.

  • Uma possível existência na Idade Média, como freira dedicada ao serviço espiritual (embora existam poucas confirmações precisas).

  • Sóror Joana Angélica de Jesus, no Brasil colonial.

Ainda que nem todas as encarnações sejam confirmadas de forma oficial ou unânime dentro do movimento espírita, a vida como Sóror Joana Angélica é uma das mais bem documentadas historicamente e espiritualmente referenciadas.

Sóror Joana Angélica: a mártir da Independência baiana

Joana Angélica de Jesus nasceu em Salvador, Bahia, no dia 12 de dezembro de 1761. Ainda jovem, ingressou no Convento da Lapa, onde se destacou por sua dedicação à vida religiosa e ao cuidado das irmãs. Com o tempo, tornou-se abadessa — função que demandava coragem, liderança e fé inabalável.

No início do século XIX, o Brasil vivia uma efervescência política que culminaria, em 1822, na Independência formal em relação a Portugal. A Bahia, particularmente, foi palco de intensas lutas contra as tropas portuguesas, pois ali persistia resistência ao movimento emancipatório. O chamado Movimento de 2 de Julho de 1823, que consolidou a independência baiana, foi decisivo para garantir a unidade territorial do Brasil.

Em 19 de fevereiro de 1822, soldados portugueses invadiram o Convento da Lapa em busca de rebeldes baianos. A madre Joana Angélica, ao perceber o perigo, colocou-se à frente do portão, tentando impedir a entrada violenta dos soldados. Em um gesto de coragem e altruísmo, foi mortalmente ferida com uma baioneta. Seu sacrifício transformou-a em símbolo da resistência baiana e da luta pela liberdade.

Historicamente, seu martírio antecedeu em alguns meses a Proclamação da Independência (7 de setembro de 1822), mas foi decisivo para inflamar o sentimento de luta que culminaria na expulsão final dos portugueses da Bahia em 2 de julho de 1823. Esse episódio foi fundamental para consolidar a Independência do Brasil, garantindo que o país permanecesse unido.

O legado espiritual

Do ponto de vista espírita, a vida de Sóror Joana Angélica é vista como mais um capítulo missionário de Joanna de Ângelis, voltado ao sacrifício pelo próximo e à defesa dos ideais superiores. Seu gesto de amor extremo — dar a vida para proteger inocentes — ecoa o ensino do Cristo de "ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos" (João 15:13).

Após essa existência marcante, Joanna de Ângelis continuou seu trabalho no plano espiritual, guiando e inspirando encarnados, sobretudo através das psicografias de Divaldo Franco. Sua mensagem atual enfatiza a libertação interior, a reforma íntima e a prática constante do amor.

Conclusão: semeadura eterna

O exemplo de Joanna de Ângelis, especialmente na figura de Sóror Joana Angélica, é uma verdadeira semente de coragem, amor e fé. Ao estudarmos sua trajetória, somos convidados a refletir sobre nossa própria responsabilidade na construção de um Brasil mais justo, fraterno e espiritualizado.

Ela nos lembra que cada pequeno gesto de abnegação e cada passo rumo ao autoconhecimento são partes de uma grande colheita espiritual — aquela que semeamos todos os dias em silêncio e dedicação.


Referências recomendadas:

  • Obras psicografadas por Divaldo Pereira Franco, especialmente "Plenitude", "O Despertar do Espírito" e "Jesus e Atualidade".

  • Documentos históricos sobre a Independência da Bahia e a vida de Joana Angélica de Jesus.

Texto e imagem produzidos com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Com Ardente Amor

“Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros.” – Pedro. (1ª Epístola de Pedro, 4:8.)


Não basta a virtude apregoada em favor do estabelecimento do Reino Divino entre as criaturas.

Problema excessivamente debatido – solução mais demorada.

Ouçamos, individualmente, o aviso apostólico e enchamo-nos de ardente caridade, uns para com os outros.

Bem falar, ensinar com acerto e crer sinceramente são fases primárias do serviço.

Imprescindível trabalhar, fazer e sentir com o Cristo.

Fraternidade simplesmente aconselhada a outrem constrói fachadas brilhantes que a experiência pode consumir num minuto.

Urge alcançarmos a substância, a essência.

Sejamos compreensivos para com os ignorantes, vigilantes para com os transviados na maldade e nas trevas, pacientes para com os enfermiços, serenos para com os irritados e, sobretudo, manifestemos a bondade para com todos aqueles que o Mestre nos confiou para os ensinamentos de cada dia.

Raciocínio pronto, habilitado a agir com desenvoltura na Terra, pode constituir patrimônio valioso; entretanto, se lhe falta coração para sentir os problemas, conduzi-los e resolvê-los, no bem comum, é suscetível de converter-se facilmente em máquina de calcular.

Não nos detenhamos na piedade teórica.

Busquemos o amor fraterno, espontâneo, ardente e puro.

A caridade celeste não somente espalha benefícios.

Irradia também a divina luz.

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro Pão Nosso.
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