"Então lhe falou Pedro: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos: que será, pois, de nós?" (Mt: 19, 27)
Quando Pedro faz semelhante pergunta, Jesus tinha acabado de repreender os que,de maneira excessiva, se apegam aos bens materiais: "...é mais fácil passa um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus". Qual, muitas vezes, acontece conosco, o Apóstolo quis saber o que estaria reservado a ele e seus companheiros, que tudo haviam deixado por amor à causa do Evangelho.
Jesus, evidentemente, não o decepciona, confirmando que todos, de acordo com os seus méritos, haveriam de ser recompensados pela Lei, que, se é de Amor, é também de Justiça.
No entanto, para que ele e os demais amigos da primeira hora não ficassem se vangloriando e, de certa forma, esmorecessem nos testemunhos a que ainda seriam chamados, pontifica: "Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros."
Não nos iludamos, pois, imaginando que já estejamos fazendo mais que suficiente para, um dia, sermos admitidos no Reino de Deus. A simples condição de homens de fé não nos habilita aos Páramos Celestiais. Muitos, talvez, dos que consideramos, em relação a nós, em situação de precariedade espiritual poderão se nos adiantar no caminho que trilhamos.
Quem traça limites ao próprio esforço de ascensão termina por estacionar na subida. Seguir Jesus não significa ir somente até à metade do caminho em que ele nos procede e, com receio de sermos chamados à frente, para maior cota de renúncia e sacrifício, dar por concluída a jornada.
(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)
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