Não deixa de ser paradoxal comemorar o Dia do Trabalho sem trabalhar… mas é melhor não dar ideias.
A verdade é que o trabalho é o meio de nos disciplinarmos neste planeta. O trabalho é a prática do nosso poder transformador. Foi através do trabalho que a civilização nos trouxe até onde estamos.
Pela reencarnação, fomos nós mesmos que construímos a civilização. Reencarnando de tempos em tempos, auxiliamos com nosso trabalho na manutenção e desenvolvimento do planeta. Transformamos lugares inóspitos em áreas aprazíveis, tornamos a vida no planeta mais confortável e segura.
Pela falta de cuidado com os recursos naturais, colocamos em risco muitos desses avanços, como crianças irresponsáveis que não cuidam dos seus brinquedos.
Muitas pessoas não gostam de trabalhar. Não me refiro àqueles que não gostam de seus empregos. Há empregos que realmente exigem muita resignação e necessidade para suportá-los. Mas há pessoas que não gostam de nenhum emprego, nenhum trabalho está bom para elas. O sonho de milhões de pessoas é ganhar na loteria pra nunca mais precisar trabalhar.
Eu não jogo, não compro bilhetes de loteria. Um grande prêmio seria um problema que eu dispenso. Organizar a vida dá um certo trabalho. Vencer a si mesmo, adquirir disciplina, é algo que exige um grande esforço para se colocar em prática. Uma fortuna inesperada bagunçaria tudo. Pela facilidade repentina, as lições praticadas até agora e que ainda não foram suficientemente provadas correriam o risco de serem desperdiçadas.
A capacidade de trabalho é um diferencial importante na vida do espírito. Quando foi publicado o livro “Nosso Lar”, em 1944, muitas pessoas ficaram decepcionadas e revoltadas ao descobrirem que a vida após a morte continuava de modo muito semelhante, inclusive com trabalho. Esperavam ir para o céu, ficar de barriga pra cima ouvindo os anjos tocando corneta. André Luiz enfatiza sempre que o trabalho é fator indispensável para o progresso do espírito, e que a oportunidade de trabalhar, para o espírito desencarnado, é considerada a maior bênção possível.
Costuma-se dizer que o brasileiro não gosta de trabalhar. Não sei se nos outros países é diferente. Mas é verdade que temos uma herança colonial em que o trabalho era considerado baixo, vil. Para os portugueses que colonizaram o Brasil, filhos de um povo que havia conquistado grande glória no tempo das Grandes Navegações, a atividade laboral, principalmente braçal, era considerada coisa inferior.
Por isso a escravidão. Mão-de-obra escrava para servir pessoas que consideravam o trabalho uma ofensa. Na própria Bíblia, lá no comecinho do Gênesis, o trabalho é considerado como um castigo: “Ganharás o pão com o suor do teu rosto”; é o que Deus diz a Adão quando foi desobedecido.
O Brasil foi erguido a braço negro e escravo. Se dependesse do esforço de quem nos colonizou naquele momento histórico, não estaríamos aqui.
O trabalho, ao lado da família, é um dos pilares do nosso desenvolvimento espiritual aqui na Terra. Sejamos gratos ao trabalho, à nossa capacidade de fazer, de produzir, de transformar, de construir.
Fonte: Espírito Imortal
Nenhum comentário:
Postar um comentário