quarta-feira, 25 de outubro de 2017

VIGIAI E ORAI



"Estai de sobreaviso, vigiai [e orai]; porque não sabeis quando será o tempo" (Mc: 13, 33)



Somente neste trecho do Evangelho de Marcos, quando transcreve a sucinta Parábola da Figueira, Jesus nos exorta três vezes ao estado íntimo de vigilância.
Sem dúvida, em todos os sentidos, carecemos estar sempre precavidos.
O tempo não se submete aos caprichos de ninguém.
Quem, por exemplo, poderá prever o que lhe sucederá no próximo minuto?
Com estas palavras, não estamos fazendo apologia ao pessimismo, de vez que, conforme sabemos, nem mesmo uma folha de árvore cai sem o divino consentimento.
Todavia, tudo quanto existe, a cada fração de segundo, está sujeito à inexorável Lei da Mudança.
Por este motivo, a fim de que não seja surpreendido pelo inevitável, o espírito previdente procura estar sempre de sobreaviso.
A qualquer momento, convocado pelo tribunal da consciência, o homem pode ser chamado à prestação de contas pelos seus atos.
Mas não há necessidade de que a desencarnação nos acometa para que a nossa existência sofra abrupta transformação.
As mais rudes provações costumam chegar de inesperado.
Sendo a Terra um orbe de provas e expiações, as próprias circunstâncias podem concorrer para que determinada surpresa desagradável se articule no caminho de quem não possui méritos para evitá-la.
É óbvio que, por mercê da Divina Misericórdia, todos igualmente estamos sujeitos a consequências de natureza positiva; no entanto, quando reitera o "vigiai e orai", o alerta do Cristo objetiva manter-nos de espírito preparado para os possíveis
reveses que, em nossa atual condição evolutiva, se fazem a maior probabilidade.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)

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