Análise do Evangelho Segundo Espiritismo Cap. VI – Item 3
SOMOS DISCÍPULOS DO CRISTO.
Mas, repetindo com Ele a sublime afirmação: – “Pai nosso que estais no céu”, esperamos que Deus se transforme em nosso escravo particular, atento às nossas ilusões e caprichos.
SOMOS DISCÍPULOS DO CRISTO.
Contudo, redizendo junto a Ele as inesquecíveis palavras de submissão ao Criador: – ”Seja feita a vossa vontade”, assemelha-mo-nos a vulcões de imprecações, sempre que nos sintamos contrariados na execução de pequeninos desejos.
SOMOS DISCÍPULOS DO CRISTO.
Entretanto, refazendo com Ele a súplica ao Pai de Infinito Amor: – ”o pão de cada dia dai-nos hoje”, reclamamos a carcaça do boi e a safra do trigo exclusivamente para a nossa casa, esquecendo-nos de que, ao redor de nossa mesa insaciável, milhares de companheiros desfalecem de fome.
SOMOS DISCÍPULOS DO CRISTO.
Todavia, depois de implorar com o Sábio Orientador à Eterna Justiça: – “perdoai as nossas dívidas”, mentalizamos, de imediato,
a melhor maneira de cultivar aversões e malquerenças,aperfeiçoando, assim, os métodos de odiar os mais fortes e oprimir os mais fracos.
SOMOS DISCÍPULOS DO CRISTO.
No entanto, mal acabamos de pedir a Deus, em companhia do Grande Benfeitor: –“Não nos deixeis cair em tentação”, procura-lmos, por nós mesmos, aprisionar o sentimento nas esparrelas do vício.
SOMOS DISCÍPULOS DO CRISTO.
Contudo, rogando ao Todo-Poderoso, junto do Inefável Companheiro: – “livrai-nos de todo mal”,construímos canhões e fabricamos bombas mortíferas para arrasar a vida dos semelhantes.
SOMOS DISCÍPULOS DO CRISTO.
Mas convertemos o próximo em alimária de nossos interesses escusos, olvidando o dever da fraternidade, para desfrutarmos, no
mundo, a parte do leão.
É por isso que somos, na atualidade da Terra, os cristãos incrédulos, que ensinam sem crer e pregam sem praticar, trazendo o cérebro luminoso e o coração amargo.
E é assim que, atormentados por dificuldades e crises de toda espécie – aflitiva colheita de velhos males –, cada qual de nós tem necessidade de prosternar-se perante o Mestre Divino, à maneira do escriba do Evangelho, guardando n’alma o próprio sonho de felicidade, enfermiço ou semimorto, a exorar em contraditória rogativa:
– ”SENHOR, EU CREIO! AJUDA A MINHA INCREDULIDADE!”
ESPÍRITO JACINTO FAGUNDES
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