terça-feira, 17 de setembro de 2019

NO ESCÂNDALO DA CRUZ

JESUS ouvia as opiniões que se entrechocavam,guardado silêncio.
Onde estaria o Evangelho, se reagisse?

Para onde enviaria os
seguidores de sua palavra se lhes abrisse no coração a sede de vingança?

Que seria do Reino de Deus, se pretendesse um reino dominador na
Terra?

Onde colocaria a Justiça do Pai, se também duelase com a justiça
dos homens?
Onde situava o auxílio divino, de que era portador, se não
desculpasse a ignorância?

Como demonstraria o amor de que se fizera
pregoeiro, lançando chamas de cólera, exigindo reivindicações e castigando os escarnecedores, já de si mesmos tão infelizes?

Deveria acusar publicamente os organizadores do escândalo, dando-lhes pasto aos sentimentos perversos ou deveria tratá-los com o silêncio, para que tivessem de enxergar a si próprios?

O Mestre espraiou o olhar pela multidão desvairada, lembrou-se
dos amigos distantes e fixou os adversários presentes, meditou nas
profundas perturbações da hora em curso,considerou as necessidades espirituais de cada homem,compreendeu o imperativo da Vontade de Deus e, já que era indispensável dizer alguma coisa, movendo os lábios na direção do futuro de sua doutrina, levantou os olhos da Terra para os Céus e murmurou compassivo:
*- "Perdoai-lhes, meu Pai, porque não sabem o que fazem..."*


*Espirito Emmanuel*
*Francisco Cândido Xavier*
*Livro - Coletânea do além*
*Página 85*

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