segunda-feira, 9 de junho de 2025

Segundo a Carne

Para quem vive segundo a carne, isto é, de conformidade comos impulsos inferiores, a estação de luta terrestre não é mais que uma série de acontecimentos vazios.

Em todos os momentos, a limitação ser-lhe-á fantasma incessante.

Cérebro esmagado pelas noções negativas, encontrar-se-á com a morte, a cada passo.

Para a consciência que teve a infelicidade de esposar concepções tão escuras, não passará a existência humana de comédia infeliz.

No sofrimento, identifica uma casa adequada ao desespero.

No trabalho destinado à purificação espiritual, sente o clima da revolta.

Não pode contar com a bênção do amor, porquanto, em face da apreciação que lhe é própria, os laços afetivos são meros acidentes no mecanismo dos desejos eventuais.

A dor, benfeitora e conservadora do mundo, é-lhe intolerável. a disciplina constituí-lhe angustioso cárcere e o serviço aos semelhantes representa pesada humilhação. 

Nunca perdoa, não sabe renunciar, dói-lhe ceder em favor de alguém e, quando ajuda, exige do beneficiado a subserviência do escravo.

Infeliz o homem que vive, respira e age, segundo a carne!

Os conflitos da posse atormentam-lhe o coração, por tempo indeterminado, com o mesmo calor da vida selvagem.

Ai dele, todavia, porque a hora renovadora soará sempre!

E, se fugiu à atmosfera da imortalidade, se asfixiou as melhores aspirações da própria alma,

 se escapou ao exercício salutar do sofrimento, se fez questão de aumentar apetites e prazeres pela absoluta integração com o “lado inferior da vida”, que poderá esperar do fim do corpo, senão sepulcro, sombra e impossibilidade, dentro da noite?

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro: Pão Nosso.



Nenhum comentário:

Postar um comentário