O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do espírito, porque o espírito existia antes da formação do corpo; não foi o pai quem criou o Espírito do filho, ele não fez senão fornecer-lhe um envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, fazê-lo progredir.
Os Espíritos que encarnam em numa mesma família, sobretudo entre parentes mais próximos, são, o mais freqüentemente, Espíritos simpáticos, unidos por relacionamentos anteriores, que se traduzem por sua afeição durante a vida terrestre; mas pode ocorrer também que estes Espíritos sejam completamente estranhos uns aos outros, divididos por antipatia igualmente anteriores que se traduzem da mesma forma por seu antagonismo na Terra, para lhes servir de prova.
Os verdadeiros laços de família não são, pois os da consangüinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e após sua encarnação. De onde se segue que dois seres nascidos de pais diferentes, podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se o fossem pelo sangue, podem se atrair, se procurar, dar-se bem juntos, enquanto que dois irmãos consangüíneos podem se repelir, como se vê todos os dias; problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências.
(Obra: O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec - FEB.)
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