“Tendo morrido uma vez, poderia o homem reviver de novo?
Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que se dê a minha mutação.”
(Jó 14:10–14 — citação utilizada por Allan Kardec em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, item 10)
Introdução
O livro de Jó é um dos mais antigos e profundos do Antigo Testamento. Nele, encontramos reflexões sobre a dor, a fé e o sentido da existência. Quando Allan Kardec cita Jó em O Evangelho segundo o Espiritismo, ele destaca um ponto essencial: a esperança na continuidade da vida além da morte e a expectativa de uma transformação — que a Doutrina Espírita explica como a reencarnação.
O clamor de Jó
A palavra “mutação”
O termo utilizado — mutação — significa transformação, mudança de estado. Kardec, ao analisar esse trecho, interpreta-o como uma clara referência à ideia de renascimento. Para o Espiritismo, essa mutação se dá pela reencarnação, em que o espírito, após a morte física, retoma sua jornada em novo corpo, com novas provas e possibilidades de progresso.
A luta de cada dia
Jó declara: “Todos os dias da minha luta esperaria...”. A vida terrena é apresentada como uma batalha, não no sentido bélico, mas como um campo de provas e aprendizado. A cada dificuldade superada, há crescimento moral. Essa espera paciente, sustentada pela fé, prepara o espírito para algo maior do que as dores passageiras do mundo.
A esperança espírita
O Espiritismo amplia o consolo dessa passagem ao afirmar que:
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A vida continua após a morte;
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A reencarnação é lei de justiça e misericórdia;
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As provas têm um fim educativo, não punitivo;
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Cada existência é um degrau rumo à perfeição espiritual.
Assim, a “mutação” esperada por Jó se torna a certeza de um ciclo contínuo de evolução, em que a vida física é apenas uma etapa.
Conclusão
Que possamos, como Jó, manter a esperança em meio às nossas lutas, confiantes de que a mutação virá, trazendo novos horizontes de luz e progresso.
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