domingo, 26 de outubro de 2025

Amar quem nos ama é fácil. Amar quem nos fere é divino.

Amar quem nos ama é um gesto natural. O carinho mútuo, a reciprocidade e a presença constante dos amigos tornam esse amor espontâneo, quase instintivo. Mas o Evangelho nos propõe um amor mais profundo, que ultrapassa o limite da simpatia e da afinidade. Jesus nos convida a amar até mesmo os inimigos — aqueles que nos ferem, nos magoam ou nos rejeitam.

O verdadeiro sentido do amor cristão

O amor que Cristo nos ensinou é ativo e transformador. Ele não depende do merecimento alheio, mas da decisão de quem ama. É o amor que escolhe servir, compreender e perdoar, mesmo quando o coração sente vontade de se afastar.

“Se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” — perguntou Jesus (Mateus 5:46).
Essa provocação do Mestre não é uma censura, mas um chamado à superação. O amor cristão não é emoção, mas ação iluminada pela consciência e pela fé.

Perdoar é libertar-se

O perdão é o mais alto grau do amor. Quando perdoamos, não justificamos o erro do outro, mas nos libertamos do peso da mágoa. Guardar ressentimentos é como carregar uma pedra no coração; o perdão a remove, permitindo que o amor volte a fluir.

Allan Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XII, nos lembra:

“Perdoar os inimigos é pedir perdão para si mesmo; perdoar-lhes é não guardar rancor, nem desejo de vingança.”

Assim, o perdão não é sinal de fraqueza, mas de força espiritual. Ele não depende do arrependimento alheio, mas da paz interior que desejamos alcançar.

Amar quem não nos ama

Amar quem nos rejeita é o teste maior da maturidade espiritual. É compreender que cada pessoa caminha no seu próprio ritmo de evolução e que o desamor, muitas vezes, nasce da dor, da ignorância ou da falta de fé.

Jesus, no auge da dor, rogou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Esse é o exemplo supremo do amor incondicional. Amar os que não nos amam é seguir esse mesmo caminho de luz, ainda que com passos vacilantes.

Semear o bem, mesmo entre espinhos

O amor e o perdão são sementes lançadas no solo da vida. Às vezes caem em terrenos áridos, onde parecem não germinar. Mas, com o tempo, florescem em gestos inesperados, em reconciliações e em paz interior.

Quem ama e perdoa não vive à espera de reconhecimento; vive em sintonia com Deus, que é amor em essência.


📖 Referências bibliográficas

  • A Bíblia Sagrada, Evangelho segundo Mateus 5:43-48; Lucas 23:34.
  • KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo XII – “Amai os vossos inimigos”.
  • FRANCISCO, Chico Xavier (pelo espírito Emmanuel). Pão Nosso. Capítulo 89 – “Perdoar sempre”.
  • SAYEGH, Astrid. Ser para Conhecer. Conhecer para Ser. São Paulo: FEESP, 2015.
  • LÉON DENIS. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. FEB, 2013.

🌾 Conclusão

Amar quem nos ama é um presente.
Mas amar quem nos fere é um ato de fé — a semente que, regada pelo perdão, faz florescer a verdadeira paz.


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“Amar quem nos ama é fácil. Amar quem nos fere é divino.”

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