Na Doutrina Espírita, o livre-arbítrio é entendido como uma expressão da liberdade concedida por Deus às criaturas para que, por meio de suas experiências, possam evoluir moral e espiritualmente. Somos livres para pensar, agir, decidir — mas também somos responsáveis pelos efeitos de nossas ações.
🌱 Escolhas e Consequências
O livre-arbítrio não é um privilégio sem consequências: ele anda de mãos dadas com a lei de causa e efeito. Assim como o semeador escolhe o tipo de semente que planta, também colhemos os frutos de nossos pensamentos e atitudes.
Se semeamos o bem, colheremos paz e crescimento; se optamos pelo egoísmo, pela violência ou pela indiferença, cedo ou tarde enfrentaremos os reflexos dessas escolhas — nesta ou em outras existências.
🌤 Causas Anteriores e Atuais das Aflições
Muitas vezes, as aflições que enfrentamos hoje têm suas raízes em causas anteriores, frutos de ações que praticamos no passado e que retornam como oportunidades de reparação. Outras vezes, são causas atuais, resultantes de escolhas feitas nesta própria vida.
Por exemplo:
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Uma pessoa que hoje sofre pela perda de alguém querido pode estar sendo chamada à aceitação e ao desapego, desenvolvendo virtudes que antes negligenciou.
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Um indivíduo que enfrenta dificuldades financeiras talvez esteja aprendendo o valor da honestidade e do esforço pessoal, corrigindo equívocos de outrora.
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Alguém que lida com limitações físicas pode ter nelas uma prova de resistência, paciência e fé, preparando-se para etapas mais elevadas do espírito.
Essas situações não significam castigo, mas ensinamento e reeducação espiritual. Deus é justiça, mas também é amor infinito; por isso, o livre-arbítrio é sempre acompanhado pela possibilidade de recomeçar e refazer o caminho.
🌸 Reflexão Final
O livre-arbítrio é a chave que abre as portas do nosso destino. Ele nos convida a sermos coautores da própria história, conscientes de que, embora não possamos controlar todas as circunstâncias, podemos sempre escolher a maneira como reagimos a elas.
Em cada pensamento, palavra ou gesto, reside o poder de transformar o mundo — começando pelo nosso próprio coração.
📚 Referências
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KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questões 843 a 872.
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KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo V – Bem-aventurados os aflitos.
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XAVIER, Francisco Cândido (pelo espírito Emmanuel). Pensamento e Vida. FEB, 1958.
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SANTO AGOSTINHO. Confissões. Tradução de J. Oliveira Santos.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

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