quarta-feira, 14 de março de 2012

A CHAGA DA VAIDADE

"Mas Jesus lhes advertia severamente que o não expusessem à publicidade." (Mc: 3, 12)



Este versículo do Evangelho de Marcos é extremamente curioso. Jesus adverte os espíritos que nele reconheciam o Filho de Deus que não o expusessem à publicidade.

Enquanto os homens discutiam em torno de sua procedência, questionando-lhe a autenticidade dos méritos, segundo a terminologia evangélica, os próprios espíritos imundos sabiam quem ele era.

A vinda do Cristo à Terra não foi ignorada pelos habitantes das esferas invisíveis, situadas nas proximidades da Crosta! Contudo, por que Jesus os repreende, ordenando que não o exponham à publicidade?

Se tal ocorreu, é porque, de fato, eles poderiam fazê-lo, através dos canais da mediunidade. Àquela época, de acordo com a cronologia das narrativas evangélicas, o Senhor já se fazia acompanhar pela multidão, conforme se pode ler em Marcos, no capítulo acima citado, versículo 9:

"Então recomendou a seus discípulos que sempre lhe tivessem pronto um
barquinho, por causa da multidão, a fim de não o comprimirem".
(Mc: 3, 9).

A questão talvez seja que a publicidade é sempre perigosa, mormente para aqueles que estejam no início de apostolado entre os homens.

Evidentemente, o Senhor se conservava imune ao incenso da bajulação, mas será que o mesmo ocorre conosco, tão suscetíveis a quaisquer palavras de endeusamento?

Valorosos obreiros do Evangelho têm-se perdido pela idolatria de que são objetos, porque quem aceita um elogio sem protestar, com sinceridade, contra ele, confessando a sua desvalia pessoal, demonstra trazer, à flor da pele, a purulenta chaga da vaidade.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

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