Outro, porém, ser-nos-á o ponto de vista, se considerarmos que os acontecimentos criticos são carreados até nós pelos recursos inteligentes da vida, certificando-nos a capacidade de auto-superação.
Imaginemos o desmantelo e a desordem que levariam no mundo se todos os nossos desejos fossem imediatamente atendidos. Por outro lado, analisemos a mutabilidade de nossas situações e disposições, e verificaremos que muitas das providências solicitadas por nós ao Suprimento Divino, quando concedidas, em muitos casos, já nos encontram em outras faixas de petição.
Daí, o carater ilícito de nossas queixas, quando alegamos que o Senhor nem sempre nos ouve nos dias de angústia. Hoje, queremos isso ou aquilo; amanhã, já não queremos aquilo ou isso. Disputamos a posse de objeto determinado e passamos a desinteressar-nos da
concessão, depois de obtida.
Como esperar que a Divina Misericordia nos suprima o amparo ou o remédio, o socorro ou a lição, se as horas difíceis são os instrumentos de que carecemos para que se nos sulque convenientemente o espírito para as tarefas do necessario burilamento?
Se provações constrangedoras te alcançam a estrada, não te permitas a omissão da luta, através de fuga ou desânimo. Persevera trabalhando na área em que te afligem, na certeza de que são fatores de promoção a te elevarem de nível.
Tolera as condições desfavoráveis que te respondem na senda de cada dia, pois, se as aceitas, servindo e construindo, para logo observares que o amparo do Alto te sustenta na travessia de todas elas, porque em nenhum lugar e em tempo algum estaremos separados de Deus.
(Obra: Alma e Coração - Chico Xavier / Emmanuel - FEB.)
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