Observa as flores humanas que assomam chorando nos torturados berços do sofrimento.
Feridas congeniais lhes assinalam a contextura.
Despontam na árvore familiar, agitadas pela ventania de agitadas flagelações, reclamando assistência e socorro, compaixão e entendimento.
Diante delas, muita vez, o filósofo invigilante recusa a fé no burilamento final do gênero humano, e o religioso incompleto começa a indagar sem razão,
quanto à eqüidade na Justiça de Deus.
É que nessas criancinhas, sob o ferrete da expiação, voltam ao campo da experiência terrestre quantos se fizeram no mundo instrumentos da crueldade para os outros e para consigo mesmos.
Aqui é o juiz venal que regressa com cérebro embaciado, incapaz do pensamento correto.
Ali, é o cirurgião que abusou dos próprios recursos, para estender homicídios inconfessáveis, reaparecendo sem mãos para novas lutas na vida.
Acolá, encontraremos o esportista elegante que se valeu de dons respeitáveis para furtar a felicidade dos outros, retomando o indumento carnal com as
doenças inquietantes a lhe curar os centros nervosos intoxicados por ele mesmo e, mais adiante, surpreendemos a mulher vaidosa e insensata, que aproveitou a própria beleza para destruir a paz de lares promissores, ressurgindo no corpo retardado e disforme para rude estação na penúria e na idiotia.
Diante do berço martirizado, lembremos as nossas próprias dívidas e auxiliemos as avezinhas do infortúnio a refazerem as próprias asas, no visco da provação a que ase atiraram, desprevenidas, porque todos detemos compromissos enormes na contabilidade Divina e todos, no tempo justo, seremos inevitavelmente chamados ao justo acerto, necessitando igualmente da dor mais alta, a fim de que sejamos conduzidos à harmonia maior.
(Obra: Plantão de Paz - Chico Xavier/Emmanuel)
Nenhum comentário:
Postar um comentário