sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Pomadas espirituais: placebo, fé ou cuidado integral?

De tempos em tempos, quem frequenta centros espíritas se depara com uma discussão delicada: as pomadas espirituais – como as de Vovô Pedro, Bezerra de Menezes e tantas outras – são só placebo?

Para quem não é espírita, é natural olhar com desconfiança para qualquer produto que traga o rótulo de “espiritual”.
Para quem é espírita, porém, essas pomadas fazem parte de uma vivência de fé, prece e cuidado.
Como conversar sobre isso sem brigar com a ciência, nem desrespeitar a crença de ninguém?


O que a ciência chama de placebo

Antes de tudo, é importante entender o que é placebo.
Na medicina, esse termo designa um recurso sem princípio ativo específico, mas que ainda assim pode produzir melhora em alguns pacientes.

Não se trata de “bobagem” ou “coisa de gente fraca”, e sim de um fenômeno sério, estudado em pesquisas científicas:

  • o cérebro recebe a mensagem de que está sendo cuidado;
  • emoções como confiança, esperança e acolhimento se ativam;
  • o corpo responde com mudanças reais, seja na dor, no humor ou em outros sintomas.

Ou seja: o placebo revela que corpo, mente e emoções estão profundamente ligados.


Onde entram as pomadas espirituais nessa história?

Do ponto de vista de quem olha apenas pela lente material, é fácil dizer:
“Se tem melhora sem princípio ativo conhecido, isso é placebo.”

Já para quem vive a experiência espírita, a lógica é outra:

  • a pomada é preparada dentro de um clima de prece;
  • há toda uma proposta de fluidificação e auxílio espiritual;
  • o uso é acompanhado de confiança em Deus, em Jesus e na equipe espiritual que ampara aquele trabalho.

Então, o que pode parecer “apenas” um produto simples, para o espírita é um símbolo concreto de cuidado espiritual – algo que toca o corpo, mas também o coração.


Placebo ou ponte para o espiritual?

Quando alguém pergunta se essas pomadas são placebo, talvez a melhor resposta não seja um “não” apressado, mas um olhar mais profundo:

  • Se entendermos “placebo” como essa força da mente, da esperança e da confiança…
  • E se aceitarmos que fé e emoção influenciam, de fato, o organismo…

Então podemos dizer que o terreno onde o placebo atua é justamente aquele onde a espiritualidade também encontra espaço para agir.

Para o materialista convicto, isso será “apenas efeito psicológico”.
Para o espírita, é efeito psicológico + ação espiritual, caminhando juntos.


Testemunho, e não prova de laboratório

Aqui mora um ponto honesto que precisa ser reconhecido:
não há exame de laboratório que comprove a existência de fluido espiritual numa pomada.

O que há são:

  • relatos de melhora;
  • experiências pessoais;
  • histórias de famílias que se sentiram amparadas, aliviadas, consoladas.

Do ponto de vista da fé, isso tem valor.
Do ponto de vista científico, isso é testemunho subjetivo, não prova.

Assumir essa diferença com sinceridade é melhor do que tentar forçar uma “cientificidade” que o recurso espiritual não tem – e nem precisa ter.


Fé não substitui médico

Outro cuidado essencial é evitar uma confusão perigosa:
pomadas espirituais não substituem tratamento médico.

É perfeitamente possível – e desejável – que alguém:

  • siga todas as orientações do médico;
  • use os remédios prescritos;
  • faça exames, fisioterapia, procedimentos necessários;
  • e, ao mesmo tempo, recorra à pomada espiritual como complemento, não como única solução.

Fé responsável não manda rasgar receita nem abandonar consulta.
Ela soma: ciência cuidando do corpo, espiritualidade consolando a alma.


Como conversar com quem não é espírita?

Talvez a chave não seja “convencer”, e sim dialogar com respeito.
Em vez de discutir quem está certo, dá para dizer algo assim, em termos simples:

  • Eu sei que, pra você, pode parecer só placebo.
  • Para mim, é uma forma de Deus e da espiritualidade me alcançarem também através desse cuidado.
  • Não tenho como te dar prova de laboratório; tenho minhas experiências.
  • Não peço que você acredite, só que respeite – e eu também respeito o seu olhar.

Esse tipo de postura:

  • não agride a razão do outro;
  • não se envergonha da própria fé;
  • convida ao diálogo, não à disputa.

Quando a cura não vem, o cuidado ainda pode vir

Outro ponto profundo é admitir que nem sempre a cura física acontece, com ou sem pomada, com ou sem tratamento.
Mas isso não significa que nada tenha mudado.

Muitas vezes:

  • a dor diminui;
  • o medo se apazigua;
  • a pessoa se sente abraçada por Deus, mais forte para enfrentar o que vier.

Em linguagem espírita, poderíamos dizer que nem sempre a matéria melhora como queremos, mas o espírito sempre pode ser auxiliado.
E, no caminho da fé, isso também é forma de cura.


Conclusão: entre o frasco e o invisível

As pomadas espirituais são um ponto de encontro entre dois mundos:

  • o mundo visível: o frasco, o toque, o cheiro, o ato de passar a pomada;
  • o mundo invisível: a oração, a confiança, a vibração, a presença amorosa de Deus e dos benfeitores.

Para alguns, isso será “só placebo”.
Para outros, será placebo + fé + cuidado espiritual.

No fim, mais importante do que ganhar uma discussão é viver o que se crê com responsabilidade, amor e respeito, entendendo que a verdadeira cura começa sempre na forma como olhamos para o outro – com julgamento ou com acolhimento.

E é justamente aí que a espiritualidade, silenciosa, continua trabalhando. 🕊️

Texto e imagem produzidos com inteligência artificial. Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

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