mãos em feridas, lhe rogava qualquer auxílio.
Temendo atrasar-se na marcha, o inesquecível pescador falou-lhe, de passagem, que, assim que retornasse de tarefa inadiável, haveria de parar
para atendê-lo...
No entanto, o Mestre, que tudo percebera à distância, solicitou ao companheiro
que diminuísse o passo, a fim de que Ele próprio pudesse alcançá-lo.
Pedro esperou por Jesus e, pondo-se a caminhar mais lento que o habitual, pode registrar de seus lábios divinos preciosa lição:
- Simão, não adies a hora de fazer alguém feliz... Auxilia agora, enquanto a oportunidade te sorri! Mais tarde, não saberás dizer se este nosso amigo
ainda se encontrará nestas paragens, à espera de tua dádiva !...
Sem discutir com o Senhor, o devotado apóstolo voltou uns cinqüenta passos e entregou ao leproso o pão que levava envolto no próprio manto.
Chegaram a Jerusalém, pregaram na sinagoga, ensinaram na praça pública e, quase noite, Jesus retornava com os apóstolos pela mesma estrada quando, ao longe, avistaram dois piedosos homens cavando, à margem, humilde sepultura.
Pedro aproximou-se e, surpreso, viu que se tratava de um túmulo para o mendigo de horas antes, agora estendido sobre o pó... Ao lado de seu corpo inerte, Simão ainda pode ver, semi-devorado, o pão que, por intercessão do Senhor, ele tivera a felicidade de doar, instantes atrás, ao infeliz e faminto leproso !...
(Obra: Perseverança - Carlos A.Baccelli/Alexandre de Jesus)
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