"Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas." (Mateus, 5:41)
Sem dúvida, o exercício da tolerância é indispensável à conquista da serenidade.
*Mas tolerar não significa afligir-se e torturar-se interiormente,* como quem impõe a si mesmo determinada violência.
*A tolerância nasce da conscientização de que nem sempre se podem alterar, de imediato, situações que apenas o tempo possui elementos para transformar.*
*As pessoas serão como são, até quando optarem pela própria mudança.*
Há quanto tempo Deus nos espera, admitindo, inclusive, que descreiamos de sua Divina Paternidade?
*Existem muitos espíritos de entendimento tardio com os quais precisamos aprender a conviver, sem alimentarmos grandes expectativas em torno de sua capacidade de corresponder-nos aos anseios.*
Em oferecendo-nos pouco, muitos daqueles que conosco convivem estão praticamente oferecendo-nos tudo o que possuem.
*Como exigir da árvore que sequer floresceu a produção de frutos? Ou de um pássaro implume arrojados voos na amplidão.*
*Quem sofre com as decepções que os outros lhe causam, sofre voluntariamente, porque sabe que, na Terra, ninguém está lidando com santos, mas com seres humanos tão frágeis e limitados quanto a ele mesmo.*
Jesus, de fato, recomendou-nos caminhar a segunda milha com os que mais solicitam de nossas possibilidades de renúncia e tolerância, que, habitualmente, são aqueles que convivem conosco na experiência comum, *mas não nos disse que deveríamos carregá-los sobre os ombros.*
(Pelo espírito de Inácio Ferreira.
Psicografia de Carlos A. Baccelli)
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