"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más." - ("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Cap. XVII - Sede perfeitos.)
O verdadeiro espírita, ou o espírita consciente da responsabilidade que o conhecimento mais amplo da Vida lhe confere, é aquele que, sem traçar condições para isto, está sempre preocupado em ser útil aos seus semelhantes.
Porque transcendeu o rótulo da própria doutrina que professa, não é um extremista religioso; é, portanto, aberto ao diálogo com os adeptos de todas as crenças, nas quais reconhece reflexos da Verdade pela qual exclusivamente se interessa.
Vive, naturalmente, mais preocupado em melhorar a si mesmo, no combate sistemático às imperfeições que lhe dizem respeito, que procura identificar muito mais em si do que nos outros, nos quais reconhece irmãos travando lutas idênticas às suas.
Reconhece o caráter dinâmico do Espiritismo, que, na revivescência do Cristianismo, em face dos progressos da Ciência, e com o intuito de satisfazer às exigências da razão, não cessa de se atualizar em seus postulados.
Embora admitindo a eternidade da Vida, busca valorizar cada minuto que passa, porque entende que minuto não aproveitado de maneira conveniente é felicidade que, eternamente, pode se adiar.
Faz consigo um pacto de não inventariar queixas pessoais que, quando formuladas de maneira sistemática, fragilizam o espírito diante dos obstáculos que, então, lhe parecem ser maiores do que são.
O verdadeiro espírita não é um modelo acabado de perfeição moral, da qual, evidentemente, se encontra muito distante, mas, mesmo diante dos muitos erros que ainda comete, não se permite acomodar na queda, e, quase no mesmo instante em que cai, ele se levanta, e continua caminhando, sem perder o foco no objetivo a ser alcançado.
Sabe que, na condição de cidadão do Universo, é um espírito que, nas sendas do aperfeiçoamento, ora no corpo, ora fora dele, está sempre em trânsito ascensional, e que, em hipótese alguma, a Lei Divina o tratará com privilégio ou deferência.
E, portanto, na direção do Infinito, não espera que, sem a chave do mérito, nenhuma porta se lhe descerre à passagem, e que, diante de cada porta que encontrar fechada, simplesmente evocar a sua condição de espírita não lhe adiantará absolutamente nada.
Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Vinde a Mim")
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