Conta-se que Jesus, após haver lançado a parábola do Bom Samaritano, entraram os apóstolos no exame da conduta dos personagens da narrativa.
E, porque traçassem fulminativas reprovações, em torno de alguns deles, o Cristo prosseguiu no ensinamento para lá do contato público:
“Em verdade, - acentuou o Mestre, - referindo-nos ao próximo, ante as indagações do doutor da Lei, à frente do povo, a lição de misericórdia tem raízes profundas.
Quem passasse irradiando amor na estrada, onde o viajante generoso testemunhou a solidariedade, encontraria mais amplos motivos para compreender e auxiliar.
Além do homem ferido e arrojado ao pó claramente necessitado de socorro, teria cuidado de apiedar-se do sacerdote e do levita, mergulhados na obsessão do egoísmo e carecentes de compaixão; simpatizar-se-ia com o hoteleiro, endereçando-lhe pensamentos de bondade que o sustentassem no exercício da profissão; compadecer-se-ia dos malfeitores, orando por eles, a fim de que se refizessem, perante as leis da vida, e, tanto quanto possível, ampararia a vítima dos ladrões, estendendo igualmente as mãos operosas e amigas ao samaritano da caridade, para que se lhe não esmorecessem as energias na tarefas do bem”.
E, diante dos companheiros surpreendidos, o Mestre rematou: “Para Deus, todos somos filhos abençoados e eternos, mas enquanto a misericórdia não se nos fixar nos domínios do coração, em verdade não teremos atingido o caminho da paz e o reino do amor”.
Espírito: Emmanuel
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro Coragem (Francisco Cândido Xavier / Espíritos Diversos)
Cap 18
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