quarta-feira, 25 de julho de 2018

Segundo A Carne


“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis.”
Paulo (Romanos, 8:13)

Para quem vive segundo a carne, isto é, de conformidade com os impulsos inferiores, a estação de luta terrestre não é mais que uma série de acontecimentos vazios. Em todos os momentos, a limitação ser­lhe­á fantasma incessante.
Cérebro esmagado pelas noções negativas, encontrar­se­á com a morte, a cada passo.
Para a consciência que teve a infelicidade de esposar concepções tão escuras, não passará a existência humana de comédia infeliz.
No sofrimento, identifica uma casa adequada ao desespero. No trabalho destinado à purificação espiritual, sente o clima da revolta.
Não pode contar com a bênção do amor, porquanto, em face da apreciação que lhe é própria, os laços afetivos são meros acidentes no mecanismo dos desejos eventuais.
A dor, benfeitora e conservadora do mundo, é­lhe intolerável, a disciplina constituí­lhe angustioso cárcere e o serviço aos semelhantes representa pesada
humilhação.
Nunca perdoa, não sabe renunciar, dói­lhe ceder em favor de alguém e, quando ajuda, exige do beneficiado a subserviência do escravo.
Desditoso o homem que vive, respira e age, segundo a carne!
Os conflitos da posse atormentam­lhe o coração, por tempo indeterminado, com o mesmo calor da vida selvagem. Ai dele, todavia, porque a hora renovadora soará sempre! E, se fugiu à atmosfera da imortalidade, se asfixiou  as melhores aspirações da própria alma, se escapou  ao exercício salutar do sofrimento, se fez questão  de aumentar apetites e prazeres pela absoluta integração com o “lado inferior da vida”, que poderá esperar do fim do corpo, senão sepulcro, sombra e impossibilidade, dentro da noite cruel?

Espírito: Emmanuel
Médium: Francisco Cândido Xavier
Lirvro: Pão Nosso - Cap. 78

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