"... e lhe disse: Olha, não digas nada a ninguém..." (Mc: 1, 44)
Que diferença, em relação a nós, quando temos oportunidade de prestar aos outros o menor benefício!
Deveríamos nos envergonhar, quando nos pomos a trombetear o pouco que fazemos!
Por este ou aquele gesto de caridade em prol dos semelhantes, não nos iludamos a respeito do que ainda somos.
Ser verdadeiramente bom não se resume a dar esmolas.
Não se mede o tamanho da virtude de alguém pelo tamanho do cheque que preenche.
Há quem, esporadicamente, faça o bem, na tentativa de aliviar a consciência pelos erros constantes que comete e, talvez, pretenda continuar cometendo.
A caridade não é bilhete que se adquire para se alcançar determinada condição espiritual a preço de migalhas...
Interessava a Jesus ser visto pelos olhos de Deus e não pelos olhos dos homens - por isso recomendou ao leproso que silenciasse.
Nunca cobremos de ninguém os favores que lhe prestamos como se fosse extamente nosso intento humilhá-lo com a nossa generosidade.
Os devedores do próximo somos nós.
Quem adoece por conta de ingratidão recebida está se colocando na posição do benfeitor que esperava ser reverenciado.
O dia em que fizermos o bem com a espontaneidade de quem tem consciência de que apenas repassa uma benção, a caridade, em nós, verdadeiramente, será amor.
(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)
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