segunda-feira, 17 de setembro de 2012

CARIDADE E DISCRIÇÃO


"... e lhe disse: Olha, não digas nada a ninguém..." (Mc: 1, 44)
 
Jesus pede discrição ao leproso que é curado por Ele...

Que diferença, em relação a nós, quando temos oportunidade de prestar aos outros o menor benefício!

Deveríamos nos envergonhar, quando nos pomos a trombetear o pouco que fazemos!

Por este ou aquele gesto de caridade em prol dos semelhantes, não nos iludamos a respeito do que ainda somos.

Ser verdadeiramente bom não se resume a dar esmolas.

Não se mede o tamanho da virtude de alguém pelo tamanho do cheque que preenche.

Há quem, esporadicamente, faça o bem, na tentativa de aliviar a consciência pelos erros constantes que comete e, talvez, pretenda continuar cometendo.

A caridade não é bilhete que se adquire para se alcançar determinada condição espiritual a preço de migalhas...

Interessava a Jesus ser visto pelos olhos de Deus e não pelos olhos dos homens - por isso recomendou ao leproso que silenciasse.

Nunca cobremos de ninguém os favores que lhe prestamos como se fosse extamente nosso intento humilhá-lo com a nossa generosidade.

Os devedores do próximo somos nós.

Quem adoece por conta de ingratidão recebida está se colocando na posição do benfeitor que esperava ser reverenciado.

O dia em que fizermos o bem com a espontaneidade de quem tem consciência de que apenas repassa uma benção, a caridade, em nós, verdadeiramente, será amor.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

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