sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Anjo da Guarda

Todos temos um desses gênios tutelares que nos inspira nas horas difíceis e nos dirige pelo bom caminho.

Daí a poética tradição cristã do Anjo da Guarda.

Não há concepção mais grata e consoladora.

Saber que temos um amigo fiel e sempre disposto a nos socorrer, de perto como de longe, nos influenciando a grandes distâncias ou se conservando junto de nós nas provações; saber que ele nos aconselha por intuição e nos aquece com seu amor, eis uma fonte inapreciável de força moral.

O pensamento de que testemunhas benévolas e invisíveis vêem todos os nossos atos, regozijando-se ou entristecendo-se, deve inspirar-nos mais sabedoria e
circunspeção.

É por essa proteção oculta que se fortificam os laços de solidariedade que ligam o mundo celeste à Terra, o Espírito livre ao homem, Espírito prisioneiro da carne.

É por essa assistência contínua que se criam, de um a outro lado, as simpatias profundas, as amizades duradouras e desinteressadas.

O amor que anima o espírito elevado vai pouco a pouco se estendendo a todos os seres sem cessar, revertendo tudo para Deus, pais das almas, foco de todas as potências efetivas.



(Obra: Depois da Morte - Léon Denis)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Evento celebra os 150 anos do Livro dos Médiuns

No dia 02 de outubro, o Rio de Janeiro vai sediar o “II Congresso do Centro Espírita Joanna de Ângelis – Barra: A mediunidade em nossas vidas”. O objetivo do encontro é celebrar os 150 anos de publicação do Livro dos Médiuns e abordar um tema tão recorrente no nosso dia-a-dia: a mediunidade. A apresentação do evento estará a cargo das trabalhadoras do Ceja-Barra: a atriz Ana Rosa (que participou dos filmes espíritas “Bezerra de Menezes”, “Chico Xavier”, “Nosso Lar”, e mais recentemente, “O filme dos espíritos”) e a apresentadora e VJ Ellen Jabour.

Já os palestrantes serão o jornalista André Trigueiro, apresentador da Globo News e autor do livro “Espiritismo e Ecologia”, entre outros; o diretor da FEB Antônio Cesar Perri de Carvalho; Suely Caldas Schubert, conhecida expositora e autora de livros, como “Mediunidade: Caminho para ser Feliz”; o expositor Francisco do Espírito Santo Neto, autor de vários livros através da psicografia do espírito Hammed; a médica Marlene Nobre, diretora da Associação Médico Espírita de São Paulo e da AME Internacional, além de pesquisadora na área mediúnica científica; e a representante do Ceja-Barra Cristiane Campos Niero, terapeuta e criadora do Projeto Plenitude.

No momento de arte, o congresso receberá o maestro, compositor e cantor Plínio Oliveira eu irá executar algumas de suas obras compostas mediunicamente.

O ingresso para o evento custará 30 reais. A compra e reserva de credenciais poderá ser feitas nos seguintes locais:

- Ceja-Barra – Centro Espírita Joanna de Ângelis - Av. Gilberto Amado, 311 - Barra da Tijuca - www.cejabarra.org .Fones: (21) 3139-3589 / (21) 7883.6794 / (21) 8833.0238 / (21) 8033.3337

- Celd – Centro Espírita Leon Dennis – Rua Abílio dos Santos, 137 – Bento Ribeiro – Rio de Janeiro - www.celd.org.br

- Livraria Joanna de Ângelis - Rua do Catete, 347, loja 07, Largo do Machado - (21) 2265-2065

- COMPRAS POR DEPÓSITO BANCÁRIO - Informações pelos fones: (21) 8833.3337 / (21) 8833.0238 / (21) 7883.6794



Fonte: O GLOBO

No culto à prece

“E, tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos e todos ficaram cheios do Espírito Santo.” (At: 4,31)



Todos lançamos, em torno de nós, forças criativas ou destrutivas, agradáveis ou desagradáveis ao círculo pessoal em que nos movimentamos.

A árvore alcançanos com a matéria sutil das próprias emanações.

A aranha respira no centro das próprias teias.

A abelha pode viajar intensivamente, mas não descansa a não ser nos compartimentos da própria colméia.

Assim também o homem vive no seio das criações mentais a que dá origem.

Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com
que progredimos na ascese.

Como pensas, viverás.

Nossa vida íntima — nosso lugar.

A fim de que não perturbemos as leis do Universo, a Natureza somente nos concede as bênçãos da vida, de conformidade com as nossas concepções.

Recolhe-te e enxergará o limite de tudo o que te cerca.

Expande-te e encontrarás o infinito de tudo o que existe.

Para que nos elevemos, com todos os elementos de nossa órbita, não conhecemos outro recurso além da oração, que pede luz, amor e verdade.

A prece, traduzindo aspiração ardente de subida espiritual, através do
conhecimento e da virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho.

Narram os Atos que, havendo os apóstolos orado, tremeu o lugar em que se encontravam e ficaram cheios do Espírito Santo: iluminou-se-lhes
o anseio de fraternidade, engrandeceramselhes as mentes congregadas em propósitos superiores e a energia santificadora felicitou-lhes
o espírito.

Não olvides, pois, que o culto à prece é marcha decisiva. A oração renovarteá para a obra do Senhor, dia a dia, sem que tu mesmo possas perceber.

(Obra: Fonte Viva (Chico Xavier / Emmanuel - FEB.)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A ALEGRIA

A alegria começa no indivíduo, no momento em que ele se põe ansioso por propiciar felicidade aos outros.

Não se pode esquecer que, na memorável quão iluminativa expressão do Santo de Assis, é no ato de ofertar que o homem recebe, indubitavelmente.

Entretanto, o conceito de oferenda toma nova forma com Jesus e com a mensagem do Seu Evangelho, de vez que na doação de elementos passageiros, ajuntam-se as energias, as vibrações indestrutíveis oferecidas pela alma, na externalização do júbilo espiritual.

No pão que sacia a fome, quanto no amplexo que aproxima, eis a alegria.

Na dose de remédio como na vestimenta que agasalha, temos a alegria.

No carinho com que se cativa ou firmeza com que se orienta e corrige, vemos a alegria.

Alegria é franca exposição do amor de Deus, que se apresenta por meio dos filhos que se dispõem à oferta de si mesmos, como alguém que anela por ser como o óleo na lanterna que clareará o porvir, ou como o fermento de bênçãos a levedar a massa dos corações, na estrada da vida. Você que afirma estar em busca de amor, engaje-se nele e doe alegria.



(Obra: Rosângela - Psicografia de J. Raul Teixeira/Espírito Rosângela)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

HOJE OU MAIS ALÉM

No ciclo das existências terrenas, muitas vezes teremos o coração feridopelas provas do caminho, à maneira de espinhos ferindo a alma.

Para alguns, são os conflitos familiares;
Outros carregam enfermidades difíceis;
Não faltam, ainda, aqueles que padecem pertubações espirituais, escravos de obsessões pertinazes.

Seja qual for a prova que te assinala a existência, não te afastes de Jesus.

O Evangelho é fonte de água viva, para quem tem sede de consolação, e luz, para quem busca vencer as sombras da estrada.

Apoia-te na fé e segue adiante, fazendo o melhor ao teu alcance.

Não desanimes, não reclames e não prejudiques ninguém.
Se permaneceres com Jesus, nada poderá te impedir de alcançar a paz, hoje ou mais além, coroando-te os esforços e a perseverança cristã.



(Obra: Novas Mensagens - Clayton B. Levy / Scheilla)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

RUMO À ANGELITUDE

Nos termos da Doutrina Espírita, do demônio nasce o homem e do homem nasce o anjo.

Estamos todos no rumo da angelitude.

Nossa humanidade (nossa natureza humana) caracteriza-se pela imperfeição, pelo predomínio dos instintos, pelos resíduos da animalidade ainda atuantes em nossa constituição psicossomática.

Mas esses resíduos vão sendo eliminados na lapidação das vidas sucessivas. E como somos conscientes do processo de lapidação a que estamos sujeitos, podemos e devemos ajudar esse processo.

Basta um olhar atento ao nosso redor para verificarmos a realidade dessa concepção.

As criaturas humanas estão dispostas numa escala progressiva que vai do bandido ao santo. O malfeitor de hoje será o cidadão honesto do futuro.
E este, por sua vez, será o santo de amanhã, dependendo esse amanhã, em grande parte, do esforço evolutivo do interessado.

Porque o ser consciente apressa ou retarda a sua própria evolução.
O chamado para o serviço do bem é a oportunidade que Deus oferece à criatura imperfeita para acelerar a sua caminhada rumo à perfeição.
Quem não aproveita a oportunidade divina, apegando-se por comodismo ou displicência aos seus defeitos, desculpando-se com as imperfeições naturais que ainda carrega, furta-se ao cumprimento do dever espiritual.

Mas as leis da evolução não o deixarão parado por muito tempo. Por isso ensinou Jesus: "Quem se apegar à sua vida perdê-la-á, mas quem a perder por amor a mim salvá-la-á".

O comodista será sacudido e alijado do seu comodismo, mais hoje, mais amanhã, pela vergasta da dor.O sofrimento é tão grande na Terra porque maior é o comodismo dos homens.

A seara continua imensa e os trabalhadores ainda são tão poucos! Não somos anjos para ser perfeitos e puros, mas trazemos em nós as potencialidades da angelitude.

Se não acelerarmos a nossa lapidação pelo serviço, o lapidário oculto - e que está oculto em nós mesmos - agirá como convém para completar a sua obra.


(Obra: Na era do Espírito - Chico Xavier/Irmão Saulo)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Na Cura da Alma



"E é mais fácil passarem o Céu e a Terra do que cair um til sequer da lei." (Lc: 16,17)


É rematada loucura a tentativa de burlar a consciência, onde jaz esculpida a Lei Divina.

Tudo, certamente, está sujeito à mudança, menos a Lei de Deus que é a mesma, para todos os mundos, desde os primórdios da Criação.

Em prejuízo de outrem, jamais haverá alguém de, realmente, lograr algum benefício para si.

A equanimidade que impera no Universo é incorruptível - e cada um, segundo as suas obras, e nada mais.

O mérito é consequência do esforço e não da conquista indébita.

A Graça Divina é concessão aos justos, que sabem recebê-la com a devida humildade, e não aos que a tomariam por endosso às arbitrariedades que cometem.

A Lei a ninguém favorece para que permaneça favorecido em regime de exclusividade.

A fonte que se nega a jorrar transforma-se em poça de lama.

A semente que não se torna fruto é frustação da espécie.

Doar-se é a vocação natural de tudo quanto existe.

Servir é irresistível anseio, o qual ninguém contraria sem atirar-se à vala da depressão e da angústia.

Muita doença psiquica que obtém da ciência dos homens as mais complexas terminologias tem sua causa profunda na falta da vivência do amor aos semelhantes.

Convençamo-nos, de uma vez por todas, de que nenhum remédio cura o que é da alma, e, para saber disto, ninguém precisa ter diploma.





(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli/Inácio Ferreira)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Na obra regenerativa

“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa vós, que sois espirituais, orientaio com espírito de mansidão, velando por vós mesmos para que não sejais igualmente tentados.” (Gl, 6:1)



Se tentamos orientar o irmão perdido nos cipoais do erro, com aguilhões de cólera, nada mais fazemos que lhe despertar a ira contra nós mesmos.

Se lhe impusermos golpes, revidará com outros tantos.

Se lhe destacamos as falhas, poderá salientar os nossos gestos menos
felizes.

Se opinamos para que sofra o mesmo mal com que feriu a outrem, apenas
aumentamos a percentagem do mal, em derredor de nós.

Se lhe aplaudimos a conduta errônea, aprovamos o crime.

Se permanecemos indiferentes, sustentamos a perturbação.

Mas se tratarmos o erro do semelhante, como quem cogita de afastar a
enfermidade de um amigo doente, estamos, na realidade, concretizando a obra regenerativa.

Nas horas difíceis, em que vemos um companheiro despenharse nas sombras interiores, não olvidemos que, para auxiliálo, é tão desaconselhável a condenação, quanto o elogio.

Se não é justo atirar petróleo às chamas, com o propósito de apagar a
fogueira, ninguém cura chagas com a projeção de perfume.

Sejamos humanos, antes de tudo.

Abeiremonos do companheiro infeliz, com os valores da compreensão e da
fraternidade.

Ninguém perderá, exercendo o respeito que devemos a todas as criaturas e a todas as coisas.

Situemo-nos na posição do acusado e reflitamos se, nas condições dele,
teríamos resistido às sugestões do mal. Relacionemos as nossas vantagens e os prejuízos do próximo, com imparcialidade e boa intenção.

Toda vez que assim procedermos, o quadro se modifica nos mínimos
aspectos.

De outro modo será sempre fácil zurzir e condenar, para cairmos, com certeza, nos mesmos delitos, quando formos, por nossa vez, visitados pela tentação.


(Obra: Fonte Viva - Chico Xavier / Emmanuel)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

LAMA E CORPO



Não nos esqueçamos de que o corpo na Terra é o filtro vivo de nossa alma.

Nossos pensamentos expressar-se-ão, segundo o sentimos, tanto quanto nossos atos serão exteriorizados conforme pensamos.

Todos os processos emocionais do coração atingem o cérebro, de onde se irradiam para o campo das manifestações e das formas.

Sensações e atitudes mais íntimas se nos mostram, invariavelmente, na vida de relação.

A gula produz a deformidade física.

O orgulho estabelece a irritação sistemática.

A vaidade conduz à perturbação.

A cólera dá origem a graves desequilíbrios.

O ciúme leva ao ridículo.

A maldade se transforma em delito.

O desânimo alimenta o caruncho da inutilidade.

A ignorância faz a penúria.

A tristeza improdutiva cria moléstias fantasmas.

Os hábitos indesejáveis trazem a antipatia em torno de quantos a eles se afeiçoam.

A paixão, não raro, conduz à morte.

Cada sentimento emite raios e forças intangíveis que lhe serão característicos.

Cultivemos a bondade, a compreensão e a alegria, porquanto nelas possuímos o manancial das energias de soerguimento e elevação da alma para Deus, nosso Pai e Misericordioso Senhor.

Nem corpo inteiramente mergulhado na Terra, nem espírito integralmente absorvido na contemplação do firmamento.

A árvore produz para o mundo, sustentando a vida, de raízes imersas no solo e de copa florida a espraiar-se em pleno Céu.

Aprendamos com a natureza.

A situação ideal será sempre a do equilíbrio com a vigilância concentrada por dentro.

Por isso mesmo, há muitos séculos, já nos afirmava a profecia: - “Guardai com carinho e cuidado o coração porque realmente dele é que procedem as correntes da vida”.





(Obra: Neste Instante - Chico Xavier/Emmanuel)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O ADVOGADO DA CRUZ

No mundo antigo, o apelo à Justiça significava a punição com a morte. As dívidas pequeninas representavam cativeiro absoluto. Os vencidos eram atirados nos vales imundos. Arrastavam-se os delinqüentes nos cárceres sem esperança. As dádivas agradáveis aos deuses partiam das mãos ricas e poderosas. Os tiranos cobriam-se de flores, enquanto ...os miseráveis se trajavam de espinhos.


Mas, um dia, chegou ao mundo o Sublime Advogado dos oprimidos. Não havia, na Terra, lugar para Ele. Resignou-se a alcançar a porta dos homens, através de uma estrebaria singela.

Em breve, porém, restaurava o templo da fé viva, na igreja universal dos corações amantes do bem. Deu vista aos cegos. Curou leprosos e paralíticos. Dignificou o trabalho edificante, exaltou o esforço dos humildes, quebrou as algemas da ignorância, instituiu a fraternidade e o perdão.
Processaram-no, todavia, os homens perversos, à conta de herético, feiticeiro e ladrão.
Depois do insulto, da ironia, da pedrada, conduziram-no ao madeiro destinado aos criminosos comuns.


Ele, que ensinara a Justiça, não se justificou; que salvara a muitos, não se salvou da crucificação; que sabia a verdade, calou-se para não ferir os próprios verdugos.


Desde esse dia, contudo, o Sublime Advogado transformou-se no Advogado da Cruz e, desde o supremo sacrifício, sua voz tornou-se mais alta para os corações humanos. Ele, que falava na Palestina, começou a ser ouvido no mundo inteiro; que apenas conversava como o povo de Israel, passou a entender-se com as várias nações do Globo; que somente se dirigia aos homens de pequeno país, passou a orientar os missionários retos de todos os serviços edificantes da Humanidade.


Que importam, pois, nos domínios da Fé, as perseguições da maldade e os ataques da ignorância? A advogado da Cruz continua operando em silêncio e falará, em todos os acontecimentos da Terra, aos que possuam "ouvidos de ouvir".

(Obra: Antologia Mediúnica do Natal - Chico Xavier/Emmanuel)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A CRIANÇA

A criança é o dia de amanhã, solicitando-nos concurso fraternal.

Planta nascente - é a árvore do futuro, que produzirá segundo o auxílio à sementeira.

Livro em branco - exibirá, depois, aquilo que lhe gravarmos nas páginas agora.

Luz iniciante - brilhará no porvir, conforme o combustível que lhe ofertarmos ao coração.

Barco frágil - realizará a travessia do oceano encapelado na Terra, de acordo com as instalações de resistência com que lhe enriquecermos a edificação.

Na alma da criança reside a essência da paz ou da guerra, da felicidade ou do infortúnio para os dias que virão.

Conduzirmos, pois, o espírito infantil para a grande compreensão com Jesus é consagramos nossa vida à experiência mais sublime do mundo - o serviço da Humanidade na pessoa dos nossos semelhantes, a caminho da redenção sempre.



(Obra: Cartas do Coração - Chico Xavier/Meimei)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PERSEGUIÇÃO

"Se me perseguirem a mim, também perseguirão a vós outros..." (Jo: 15, 20)




Jesus, em seu Divino Ministério entre os homens, padeceu perseguição de toda ordem.

O Mestre começa sendo tentado no deserto pelas forças do mal e suporta, antes de expirar no lenho, o escárnio da incompreensão humana.

Da manjedoura à cruz, sob o assédio de homens e espíritos, com o intuito de fazê-lo
fracassar, foi chamado a constantes testemunhos.

Por que haveria de não ser assim com os discípulos comuns do Evangelho?

Quais são as nossas credenciais, para que nos isentemos das provas a que somos
submetidos pelos que almejam nos fazer recuar?

Ninguém realmente decidido a seguir o Senhor deve esperar por facilidades na tarefa
de sua integração com Ele.

Lutas acerbas sempre nos permearão os caminhos.

É absoluta falta de senso esperar pelo reconhecimento de quem não nos pode entender
o ideal e nem nos acompanhar na áspera subida da própria ascensão.

Quem esteja, de fato, empenhado na renovação que lhe diz respeito, necessita se habituar à conspiração das trevas para fazê-lo desistir do sublime tentame.

A ação dos algozes, visíveis e invisíveis, por vezes, é tão sutil e maquiavélica, que se,
porventura, denunciada a alguém, a vítima levantará suspeita em torno de sua sanidade e equilíbrio.

Ante a sanha dos instrumentos do mal, o melhor que temos a fazer é guardar silêncio e perseverar no cumprimento do dever, não concedendo atenção e tempo a quem nos persegue, com o claro propósito de nos comprometer o aproveitamento na atual experiência reencarnatória.



(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Filme dos Espíritos chega aos cinemas no dia 7 de outubro

Um dos filmes brasileiros mais aguardados de 2011, O Filme dos Espíritos, chega aos cinemas no dia 07 de outubro, com distribuição da Paris Filmes. Dirigido por André Marouço e Michel Dubret, o longa metragem traz às telas Nelson Xavier, Sandra Corveloni, Etty Fraser, Ana Rosa e a participação especial de Luciana Gimenez, entre outros.

"Alguns livros podem mudar uma vida. Outros, o que vem depois dela". O filme conta a história de Bruno Alves, que por volta dos 40 anos, perde a mulher e se vê completamente abalado. Desempregado e profundamente desiludido, o suicídio lhe parece a única saída. Quando está prestes a desistir de tudo, recebe um exemplar do Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec. A partir daí, inicia uma jornada de transformação e conhecimento. No desenrolar da narrativa, os caminhos de outros personagens se cruzam, assim como suas histórias de superação e luta.

A trilha sonora original foi composta e produzida por Corciolli, que tem duas décadas de carreira e 1,5 milhão de discos vendidos. O CD com a trilha estará disponível em CD nas lojas no mesmo dia de estreia do filme, 7 de outubro. "Lançar a trilha sonora simultaneamente ao filme é uma estratégia de marketing bastante comum no mercado americano. Acho importante implementar essa cultura mercadológica no Brasil porque muitas vezes a pessoa sai do cinema e quer ouvir novamente as músicas do filme, mas ainda não encontra o CD nas lojas", relata o compositor.

A produção da trilha do filme levou cerca de 6 semanas para ser concluída. "Foi uma imersão criativa, às vezes, escrevia 3 ou 4 temas em um dia", conta Corciolli sobre a inspiração para compor as músicas. Os arranjos foram ganhando forma nas visitas semanais do diretor em seu estúdio, localizado na zona sul de São Paulo: "Foi fundamental ter o André (André Marouço) participando ativamente do processo, pois assim conseguimos alinhar bem as idéias e chegar ao equilíbrio entre música, história e imagem".

O álbum traz 21 temas instrumentais, que contaram com a colaboração de um elegante petit comité de músicos ao violino, clarineta e violão. O trabalho de mixagem, surround, pós-produção e masterização foram conduzidos por seus parceiros de longa data, os engenheiros de som Adonias Souza Jr. e Carlos Freitas.

O CD poderá ser adquirido em lojas, ao preço médio de R$ 20,00, e também pela Internet na loja virtual da gravadora Azul Music 

Fonte: Vírgula

Em Silêncio

Em silêncio, a fonte que teve as águas agredidas com dejetos espera a sujeira baixar para seguir servindo sempre.

Em silêncio, a árvore podada espera a recuperação dos galhos para continuar oferecendo seus frutos.

Em silêncio, as células do corpo humano se renovam a cada dia, garantindo a existência das criaturas.

Cultiva também o silêncio, ante os lances difíceis da jornada no mundo.

Age no bem e entrega os resultados a Deus, que nos garantirá sempre o melhor.

Hoje, talvez a dificuldade te bata à porta.

Em silêncio, porém, ela também partirá, deixando as bênçãos da lição que te felicitará depois.

(Obra: A Mensagem do Dia - Clayton B. Levy/Scheilla)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Do Orós ao Chico Xavier

Os espaços e os tempos ficaram pequenos para Saulo Gomes. O jornalista conta com mais de oito décadas de vida, mas acha insuficiente. Se pudesse, escreveria ainda um sem-número de livros.

O jornalista que narrou para a Rádio Continental, em tempo real, a ruptura da barragem do açude Orós, no Ceará, protagonizou, ainda, uma das mais importantes cenas da televisão brasileira. Apesar de já grande antes disso, Saulo Gomes ganhou os holofotes do País quando recebeu, no lendário Pinga-Fogo, na extinta TV Tupi, o mais famoso médium espírita do Brasil, Chico Xavier. A façanha de entrevistar o personagem que mexeu com as cabeças e as vidas foi tão árdua quanto a de conseguir a permissão de Chico Xavier para a entrevista.

Hoje autor de grandes livros-reportagens, Saulo acredita que a Internet e as redes sociais tiram o gosto do repórter pela apuração. "Eu só acredito no repórter que sente o cheiro de onde está a notícia".

O POVO - O senhor já era jornalista de destaque em 1968. Ganhou notoriedade nacional ao entrevistar o Chico Xavier, no lendário programa Pinga-Fogo, da extinta TV Tupi. Para começar a entrevista, gostaria de saber se o senhor segue alguma religião.

Saulo Gomes - Não. Eu não tenho. Nesses anos todos de vida, eu nunca me dediquei ao estudo (religioso). Pelo tumulto da minha vida no passado, por uma série de problemas na minha juventude. E quando entrei no jornalismo, também era uma vida muita atribulada, muito preocupada em fazer notícia. Então, eu sempre fui um repórter muito trepidante, de muitas atividades. Nunca peguei um livro de temas religiosos. Acho que, se alguém disser que vai adotar essa ou aquela religião, ele tem que estudar, se aprofundar, conhecer a filosofia daquilo que ele está se propondo a aceitar. Mas, de tudo que eu conheci, eu me aproximo muito mais do espiritismo. Em verdade, eu conheço as teses. Tive muitas e muitas lições de Chico Xavier. E todas elas me convenceram de que o espiritismo, nesse grupo todo de religiosos que aí estão, é o que mais se aproxima de uma realidade que cada vez mais nós vivemos na humanidade.

OP - O que fez o senhor se aproximar do espiritismo?

Saulo - No decorrer da minha vida profissional - estou com 55 anos no jornalismo - entrevistei grandes lideranças religiosas. Grandes líderes espirituais de todos os pensamentos religiosos do País. Tive, inclusive, acesso a alguns líderes de entidades religiosas do extremo oriente. E nessas minhas andanças por todos os setores, cheguei ao Chico Xavier. Foi um grande desafio conseguir entrevistar o Chico.

OP - Isso porque o Chico tinha tido problemas em aceitar dar entrevista. Como o senhor conseguiu convencê-lo?

Saulo - Foi um desafio. Porque foi a primeira grande (entrevista para a televisão). A primeira grande entrevista com Chico Xavier, aos 25 anos de idade, (foi antes) na terra dele, em Pedro Leopoldo (Minas Gerais). Ela foi realizada numa sucessão de reportagens, que durou dois meses, feito por um grande repórter do Rio de Janeiro, chamado Clementino Alencar. E todo trabalho publicado pelo jornal O Globo, naquele ano, foi publicado pelo jornal O POVO, em Fortaleza. A primeira grande reportagem você vai encontrar nas páginas do jornal no dia 1º de julho de 1935. E só em 1944, ele teve uma grande reportagem envolvendo o trabalho dele. Uma série realizada pela dupla David Nasser e Jean Manzon, na revista O Cruzeiro. Só que essa reportagem, também realizada lá na cidade natal de Chico, em Pedro Leopoldo, resultou num grande escândalo. O Chico foi ridicularizado, através de fotografias em poses e situações um pouco inconvenientes.

OP - O Brasil é o maior País católico do mundo. Em 1968, ano cheio de amarras morais, o País parou para ver o Chico Xavier. Qual foi a repercussão disso no mundo católico?

Saulo - Três anos depois, ela se manifestou de forma até muito veemente. Porque, depois dessa entrevista com Chico Xavier, houve protestos de algumas igrejas, de padres, bispos, professores. Alguns lideranças civis ligadas à igreja. O maior exemplo foi a nota oficial assinada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) do Rio de Janeiro, presidida pelo Dom Ivo Lorscheider. E eles assinaram uma nota de protesto contra nós, contra o programa, contra a TV Tupi, contra o Pinga-Fogo, dizendo que aquela minha reportagem do Chico Xavier representava, inclusive, uma deseducação ao povo. Está escrito textualmente essas palavras: uma deseducação do povo. E, como é natural, esses comentários por ordem da Cúria Metropolitana ou do comando maior da igreja foram manifestados pelos padres em várias igrejas do Brasil inteiro, na hora do sermão, na hora do seu ritual religioso e para mim, como repórter que trouxe Chico Xavier para TV Tupi. Eles (CNBB) exigiram que os diários e as emissoras associadas publicassem a nota oficial. Fui chamado pela emissora e eu li a nota de protesto. Esse é um registro interessante, é a primeira vez que estou falando. Esse detalhe eu vou contar no meu próximo livro (Nosso Chico).

OP - O senhor conviveu com Chico Xavier por mais de 30 anos, depois desse episódio da entrevista. Construíram uma amizade profunda?

Saulo - Eu tenho dito nas minhas palestras, nós nos tornamos amigos e confidentes.

OP - Ainda assim o senhor não se tornou espírita. Qual a razão? Como era ser amigo do Chico e não acreditar no espiritismo?

Saulo - Por um detalhe, o Chico ensinou que adotar a doutrina é adotar o amor ao próximo, é seguir as grandes lições de solidariedade com as pessoas necessitadas, de ajudar os desvalidos. Tudo isso eu faço, sem, entretanto, pegar num manual, um livro próximo, o Livro dos Espíritos, que seria a "bíblia" dos espíritas, as obras de Alan Kardec, codificador do espiritismo. Teria de ler, me aprofundar. E eu não tive a oportunidade, não tive o desejo de assim me manifestar. Eu sigo os ensinamentos, que estão dentro da doutrina, a mim ministrados pelo Chico Xavier, fazendo o que faço, divulgando o seu trabalho e a sua obra, hoje nos livros.

OP - O senhor não chegou a questionar as potencialidades do médium?

Saulo - Não, porque não era a minha competência. Eu, como repórter, trouxe uma grande notícia para o grande público. Eu fiz isso, que você está sugerindo, através das pessoas convidadas pelo programa. Coube a mim, também, reunir o grupo para entrevistar Chico Xavier. Nós trouxemos, para as entrevistas, dois espíritas. Os demais eram dois colegas que se diziam indiferentes, céticos; nós tivemos dois jornalistas ateus; nós tivemos o líder católico, João de Scantimburgo; nós tivemos Manuel de Melo, um líder evangélico; e eu ainda trouxe, também, o líder dos israelitas em São Paulo. Na gravação, estou levando o microfone para o líder dos judeus no Brasil, na plateia, fazer perguntas para o Chico Xavier. Então, eu encontrei uma forma de questionar o Chico Xavier e seu trabalho através de pessoas idôneas, que eu fui ouvir, de intelectuais, cientistas, líderes de outras religiões. Porque eu não parei ali no programa, eu tive uma sucessão de outras entrevistas. Eu, Saulo Gomes, pessoalmente, não me senti no direito de, como repórter, ir pro ar para discutir ou questionar Chico Xavier. Mas trouxe pessoas que o fizeram.

OP - Voltando no tempo. Eu li que o senhor começou a trabalhar bem cedo, num parque de diversões e circo, atuando com pirofagia. De que forma esse trabalho lhe ajudou nesse desenrolar no trabalho como jornalista?

Saulo - Eu fui caixeiro viajante. Como o que eu ganhava não era o suficiente para o que eu precisava... Então, um dia apareceu um amigo, que me levou para o circo e onde botou o microfone na minha mão e eu comecei a usar o microfone pela primeira vez. Anunciar o espetáculo da noite, ia pro picadeiro. Então, eu tomei gosto pelo microfone. E desses 11 anos que eu fui viajante comercial, dentro dessa atividade, seis anos eu trabalhei no circo. E acabei me descobrindo, através de profissionais que me estimularam, e parti para pirofagia. E tornei-me no Brasil, modéstia a parte, aquela época, no meio dos circos e parque, muito respeitado como homem que engolia fogo.

OP - O senhor ainda consegue engolir fogo?

Saulo - Ah, não sei, não faço mais (risos). Resultado: esse trabalho, que foi até o ano de 1955, me deu muita confiança para lidar com o microfone para entrar num concurso, numa rádio famosa do Rio de Janeiro, que só fazia jornalismo e esporte, chamada Rádio Continental. Eu fui para essa rádio, em 1955, querendo admitir apenas um repórter. E entrei. Eu entrei num concurso, onde mais ou menos 200 moços o fizeram. É tão difícil e eu fui o único aprovado. Então, um mês depois, no de 14 de janeiro de 1956, eu peguei o microfone pela primeira vez e comecei a transmitir. O que eu faço até hoje. Tornei-me repórter dessa forma. O circo e o parque de diversões me ajudaram, de alguma forma, a ser repórter.

OP - Até agora, quatro livros foram lançados com a sua assinatura. O senhor considera os livros como uma grande reportagem?

Saulo - Exatamente.

OP - Existe uma semelhança entre o ato de escrever livros e realizar grandes reportagens?

Saulo - Em certos termos, sim. Porque, em verdade, o que eu estou fazendo nos meus livros, com as minhas próprias reportagens, é a grande reportagem da minha vida profissional. A minha idade é muito avançada, estou com 83 anos, 55 anos só de jornalismo. Não posso pensar que vou viver muito ainda. Mas, se houver tempo, eu gostaria de lançar a história, que só eu disponho verdadeira sobre o que foi o esquadrão da morte de São Paulo e do Rio de Janeiro, o caso PC Farias, o caso maníaco do parque. Esses assuntos todos eu os tenho guardados em arquivo para transformar em livro. A minha ideia é a cada seis meses ter um livro.

OP - O senhor é um jornalista que foi mais de 100 vezes processado pela Justiça, absolvido em todas as ocasiões, respondeu a 13 inquéritos policiais, dos quais foi liberado pela Anistia em todas as ocasiões. O senhor acredita que os processos imprescindíveis no trabalho de um bom jornalista?

Saulo - São. Fui o primeiro jornalista cassado no Brasil. Eu fui cassado pelo Castelo Branco, presidente militar cearense. Ao contrário do que muitos colegas dizem, eu acho que tudo isso foi prêmio ao meu trabalho, a coragem, a honestidade. A forma como se realizou um jornalismo autêntico, vibrante, digno. Sem mentiras, sem enxovalhar pessoas, fossem elas ricas ou pobres. Nunca enxovalhei ninguém. Fui muito firme nas minhas denúncias. E todas as denúncias que fiz sobre grandes casos policiais e políticos, eu os provei. Por isso, eu fui processado 106 vezes e fui 106 vezes absolvido.

OP - Qual a responsabilidade de protagonizar um momento histórico, transmitido ao vivo no dia 2 de maio de 1980, quando o senhor anunciou, que a central da extinta TV Tupi deixava, naquele instante, de gerar suas imagens?


Saulo - Representou um dos momentos de maior tristeza e maior frustração para um profissional. Ter vivido os momentos de glória que eu vivi dentro no jornalismo brasileiro, nos Diários e Emissoras Associadas. Lá, em 1961, como repórter da equipe do David Nasser, num programa chamado As Grandes Reportagens, da TV Tupi do Rio. Pelas grandes reportagens que eu desenvolvi, como essa que fiz referência e, principalmente, a matéria de Chico Xavier. Realmente, foi um choque muito grande. Eu fiquei muito revoltado, cheguei às lágrimas. Naquele momento que recebi a ordem, por volta das quatro horas da tarde pelo ponto eletrônico de um diretor de um programa popular chamado Isto é São Paulo. E o colega que dirigia o programa, já falecido, chamava-se Fernando D%u2019Ávila. Então, ele deu ordem de que eu tirasse a emissora do ar, mas que não fizesse nenhum comentário. Então, dolorosamente, só sabia que eu estava tirando do ar a maior emissora do País. Muito triste. Um dos piores momentos da minha vida profissional.

OP - No rádio, o senhor também marcou presença em acontecimentos importantes, como o transbordamento do açude Orós, no Ceará em 1960. Que detalhes o senhor lembra desse fato?

Saulo - Eu trabalhava no Rio de Janeiro, na Rádio Continental. Então, ele estava destacando dois cinegrafistas para vir filmar o Orós que, em 60, no governo Juscelino (Kubitschek), já estava parcialmente arrombado e sendo levado pelas águas do Jaguaribe. Conseguimos a autorização do Ministério da Aeronáutica. Naquela época não existia Ministério das Comunicações e, sim, Serviço Nacional de Rádio, conseguimos a autorização para usar uma frequência. De dentro do pequeno avião, que ficou baseado no Icó até Aracati... Todas as cidades que estão nesse percurso entre Óros e Aracati, me lembro nitidamente, estavam inundadas. De forma muito precária, eu transmitia de dentro do transmissor do avião, as informações assim: "Nesse momento, eu estou vendo..." Eu descrevia o detalhe de uma igreja, de um hotel, o nome de uma placa de um posto de gasolina, enfim, pela rasante que a gente tirava sobre a cidade. E eu assinalava aglomerados de pessoas desesperadas com fome, sede, querendo remédios e comida, fazendo sinal pro nosso avião. A minha transmissão era captada pela rádio do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), instalada ali embaixo, no Icó. O som da rádio era mandado aqui para os estúdios da rádio Dragão do Mar e, daqui de Fortaleza, o som, em onda curta, ia para a minha emissora no Rio de Janeiro. E com isso, durante vários dias, eu transmiti o drama do Orós. Ajudei a Aeronáutica com informações de que lugares e onde existia gente ilhada esperando socorro, remédios, mantimentos etc. Em consequência disso, quando o Orós estourou, houve muita exploração política. O presidente Juscelino Kubstichek prometeu que inauguraria o Orós dentro de seu governo. No dia 5 de janeiro de 1961, eu tenho isso tudo memorizado, Juscelino veio inaugurar o Óros. Esse meu trabalho do Orós me deu muitos prêmios, os maiores prêmios de reportagem daquele ano.

OP - O senhor declarou que os grandes jornais têm mutilado o trabalho dos repórteres. O senhor já se sentiu mutilado?

Saulo - Quando tentaram mutilar, eu abandonei o jornalismo (silêncio). Tem dez anos isso. Nunca mais voltei. Então, como eu estou provando a importância do bom jornalista? Pegando esse meu trabalho, que não tinha lugar na televisão de hoje, e transformando em livro. Por isso, estão aqui (nos livros) As mães de Chico Xavier, estava lá o Pinga-Fogo, o Quem matou Che Guevara e O último voo.

OP - O seu trabalho sempre foi de repórter investigativo. O senhor acredita que a forma de fazer jornalismo mudou com as novas tecnologias? A Internet e redes sociais facilitam ou dificultam o trabalho?

Saulo - Elas facilitam, porque consegue um maior volume e maior rapidez de informações. Mas, lamentavelmente, fez com que os repórteres investigativos começassem a desaparecer. E o repórter, de um modo geral, se acomodasse atrás de um celular ou de um computador. Pela Internet, achar que vai fazer as grandes reportagens. Jamais farão. Então, costumo usar uma frase chula, mas que eu acho que retrata bem e eu fui isso. Eu só acredito no repórter que sente o cheiro de onde está a notícia.

Perfil

Saulo Gomes nasceu em 2 de maio de 1928, no RJ. Iniciou sua atividade jornalística em 1956, quando foi o primeiro colocado em um concurso para repórter da Rádio Continental. Aos 83 anos é um dos mais experientes repórteres ativos no jornalismo investigativo. Em 55 anos de trabalho no rádio e na TV, acumulou dezenas de prêmios e centenas de processos na Justiça, sendo absolvido em todas as ações. Ele conduziu reportagens e documentários que tiveram grandes índices de audiência, como o Pinga-Fogo com Chico Xavier. Coube a ele a responsabilidade de protagonizar um momento histórico, transmitido ao vivo, em 2 de maio de 1980, quando anunciou, às 16h21min que a central paulista da extinta TV Tupi deixava, naquele instante, de gerar suas imagens.


NÚMEROS

83 ANOS

É a idade de Saulo Gomes, 55 deles dedicados ao jornalismo.

4 LIVROS

Já foram lançados por Saulo Gomes, desde 1996.

PERGUNTA DO LEITOR

Jânio Alcântara, 45 anos, um dos coordenadores do Grupo Espírita Paz e Bem
Se o senhor pudesse, quem ainda gostaria de entrevistar em um Pinga-Fogo de hoje?

Saulo - Alguns homens públicos que estão aí, não falando as verdades que o povo precisa. Mas como é um sonho, é uma hipótese, não adianta avançar mais nisso.






EM SEUS FILHOS E NETOS


"Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido senão para ser revelado." (Mc: 4, 22)




São muitas as pessoas que se especializam em vasculhar a vida alheia.

No intuito de ocultar as suas, querem expor, de público, as feridas morais que dizem
respeito às outras.

Não nos iludamos, porém. Um dia, tudo o que pretendemos esconder em nós, há, espontaneamente, de se revelar. E, então, clamaremos por complacência no
julgamento de que formos alvo.

Jesus, no texto em análise, não se referia apenas à revelação da Verdade pela Ciência,
que, gradativamente, solucionará os enigmas da vida no Universo. O sentindo profundo de suas palavras encontra aplicação em nosso mundo moral.

Sendo assim, não nos façamos agentes da desventura do próximo, espalhando conversas
sobre assuntos que, mesmo correspondendo à realidade, não nos cabe divulgar com o
propósito de desmerecê-lo.

Sejamos benevolentes para com as fraquezas de nossos semelhantes, recordando que,
não raro, o que censuramos em outros é passível de censura muito maior em nós mesmos.
Os que se empenham em destruir a vida de quem seja não sabem que trabalham na
destruição da sua.

Tudo, de bem ou de mal, que fazemos ao próximo, fazemos a nós, como, possivelmente,
também àqueles que mais amamos. Sim, porque o pensamento é irresistível força, atraindo
para o campo de nossa vida todos os acontecimentos, positivos ou negativos, que desejamos
aos outros. Quando não em si, muitos recebem de volta, em seus filhos e netos, a alegria
ou a tristeza, a vitória ou a derrota que fizeram questão de exaltar em alguém.


(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)

domingo, 11 de setembro de 2011

Mestre Jesus


(Chico Xavier / Emmanuel)



Com o nascimento de Jesus, há como que uma comunhão direta do Céu com a Terra. Estranhas e admiráveis revelações perfumam as almas e o Enviado oferece aos seres humanos toda a grandeza do seu amor, da sua sabedoria e da sua misericórdiaAos corações abre-se nova torrente de esperanças e a Humanidade, na Manjedoura, no Tábor e no Calvário, sente as manifestações da vida celeste, sublime
em sua gloriosa espiritualidade.
Com o tesouro dos seus exemplos e das suas palavras, deixa o Mestre entre os homens a sua Boa-Nova.
O Evangelho do Cristo é o retrato fiel de todas as filosofias que procuram aprimorar o espírito, norteando-lhe a vida e as aspirações.Jesus foi a manifestação do amor de Deus, a personificação de sua bondade infinita.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

DEUS SABE

Há momentos muito difíceis, que parecem insuperáveis, enriquecidos de problemas e dores que se prolongam, intermináveis, ignorados pelas mais próximas afetos, mas que DEUS sabe.

Muitas vezes te sentirás à borda de precipícios profundos, em desespera, e por todos abandonado. No entanto, não te encontrarás a sós, porque, no teu suplício, DEUS sabe o que te acontece.

Injustiçado, e sob o estigma de calúnias destruidoras, quando, experimentando incomum angústia, estás a ponto de desertar da luta, confia mais um pouco, e espera, porque DEUS sabe a razão do que te ocorre.

Vitimado por cruel surpresa do destino, que te impossibilita levar adiante os planos bem formulados, não te rebeles, entregando-te à desesperação, porque DEUS sabe que assim é melhor para ti.

Crucificado nas traves ocultas de enfermidade pertinaz, cuja causa ninguém detecta, a fim de minimizar-lhe as conseqüências, ora e aguarda ainda um pouco, porque DEUS sabe que ela vem para tua felicidade.

DEUS sabe tudo!

Basta que te deixes conduzir por ELE, e sintonizando com a Sua misericórdia e sabedoria, busca realizar o melhor, assinalando o teu caminho com as pegadas de luz, características de quem se entregou a DEUS e em DEUS progride.



(Obra: Filho de Deus - Divaldo P.Franco/Joanna de Ângelis)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

QUASE TUDO

Quase tudo na vida material conspira contra a independência do espírito.

Os interesses imediatos assemelham-se a uma teia que o homem entretece com as próprias mãos, sentindo-se cada vez mais subjugado.

Os apelos de fora lhe consomem as energias introspectivas.

Em corrida vertiginosa, motivada pelo ter, relega-se o ser a plano secundário.

Confunde-se o supérfluo com o necessário.

Ao invés de o espírito direcionar o corpo, o corpo direciona o espírito.

A encarnação é gasta em praticamente se atender às exigências conjunturais de uma existência fictícia.

Sim, porque o homem ambiciona o que lhe é impossível reter, não conseguido reparar que, aos poucos, a própria vida se lhe esvai...

A luta em favor do desapego é uma luta de titãs.

A diferença entre o espírito e as coisas que o rodeiam é que as coisas mudam de forma extrínseca e o espírito, intrinsecamente.

Sob este aspecto, sem romper com o convencional, o espírito não progride.

E, quase sempre, os que ousam fazê-lo são rotulados de desajustados pelos
demais.

(Obra: Dias Melhores - Carlos A.Baccelli/Irmão José)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

TODOS SOMOS IRMÃOS

De milênios remotos. Viemos todos nós, em pesados avatares.

Da noite dos grandes princípios, ainda insondável para nós, emergimos para o concerto da vida. A origem constitui, para o nosso relativo entendimento, um profundo mistério, cuja solução ainda não nos foi possível atingir, mas sabemos que todos os seres inferiores e superiores participam do patrimônio da luz universal.

Em que esfera estivemos um dia, esperando o desabrochamento de nossa racionalidade?

Desconheceis ainda os processos, os modismos dessas transições, etapas percorridas pelas espécies, evoluindo sempre, buscando a perfeição suprema e absoluta, mas sabeis que um laço de amor nos reúne a todos, diante da Entidade Suprema do Universo.

É certo que o Espírito jamais retrograda, constituindo uma infantilidade as teorias da metempsicose dos egípcios, na antiguidade. Mas, se é impossível o regresso da alma humana ao circulo da irracionalidade, recebei como obrigação sagrada o dever de amparar os animais na escala progressiva de suas posições variadas no planeta.

Estendei até eles a vossa concepção de solidariedade e o vosso coração compreenderá, mais profundamente, os grandes segredos da evolução, entendendo os maravilhosos e doces mistérios da vida.



(Obra: Emmanuel - Chico Xavier/Emmanuel)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sugestões No Caminho

Lamentar-se por quê?... Aprender sempre, sim.

Cada criatura colherá da vida não só pelo que faz, mas também conforme esteja fazendo aquilo que faz.
Não se engane com falsas apreciações acerca de justiça, porque o tempo é o juiz de todos.

Recorde: tudo recebemos de Deus que nos transforma ou retira isso ou aquilo, segundo as nossas necessidades.
A humildade é um anjo mudo.

Tanto menos você necessite, mais terá.

Amanhã será, sem dúvida, um belo dia, mas para trabalhar e servir, renovar e aprender, hoje é melhor.

Não se iluda com a suposta felicidade daqueles que abandonam os próprios deveres, de vez que transitoriamente buscam fugir de si próprios, como quem se embriaga para debalde esquecer.

O tempo é ouro, mas o serviço é luz.

Só existe um mal a temer: aquele que ainda exista em nós.

Não parar na edificação do bem, nem para colher os louros do espetáculo, nem para contar as pedras do caminho.

A tarefa parece fracassar? Siga adiante, trabalhando, que, muita vez é necessário sofrer, a fim de que Deus nos atenda à renovação. fim de que Deus nos atenda à renovação.



(Obra: Sinal Verde - Chico Xavier/André Luiz)


domingo, 4 de setembro de 2011

NUNCA TE ATORMENTES...

Nunca te amedrontes diante dos problemas
que te apareçam...
Na maioria das circunstâncias, eles significam
mudança e mudança pede adaptação à realidade
para o bem de todos e mais acentuada felicidade
para cada um, no nível em que cada um se coloque.

À frente de qualquer desafio, recordemos
que todo problema é um convite da vida,
em nome de Deus, para que venhamos a compreender
mais amplamente,
melhorar sempre
e servir mais.

(Obra: Encontro Marcado - Chico Xavier/Emmanuel)

sábado, 3 de setembro de 2011

O CARINHO DO SENHOR


"... porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e vinham." (Mc: 6, 31)

Interessante o estudo atento de certos parágrafos do Evangelho ! Marcos, nas anotações acima, relata que os apóstolos sequer tinham tempo para comer...A gente, não obstante, dispõe de tempo para muito mais do que isso e ainda reclama.Foi preciso que Jesus, observando o desgaste em que os amigos se envontravam, os convidasse:- "Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto..."Vejamos como Jesus, atento às menores necessidades de seus seguidores, os trata com inexcedível carinho.Ele não os chama para repousar muito, mas, sim, por "um pouco" - ou seja, pelo tempo estritamente necessário ao seu refazimento.Muitos de nós, para cada hora de serviço doado ao Evangelho, reclamamos o resto da semana ou do mês para descanso.Será que estamos assim tão despreparados de vivenciar o amor ao próximo, que a caridade logo nos exaure nas energias espirituais?Porque, durante horas, somos capazes de sustentar um diálogo sem maior proveito com alguém e, sobre um tema edificante, não conseguimos conversar mais que alguns minutos?Como solicitar maior cota de serviço e responsabilidade, na construção do Reino Divino entre os homens, se, por enquanto, não atendemos nem mesmo o pequenino dever que nos cabe?Se ninguém deve abraçar tarefa além de suas forças, igualmente não deve se subestimar em sua capacidade de realização, porque a grande verdade é que, com um pouco mais de boa vontade, todos podemos fazer mais.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)