segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A CÓLERA

UM ESPÍRITO PROTETOR
Bordeaux, 1863

O orgulho vos leva a vos julgardes mais do que sois, a não aceitar uma comparação que vos possa rebaixar, e a vos considerardes, ao contrário, de tal maneira acima de vossos irmãos, seja na finura de espírito, seja no tocante à posição social, seja ainda em relação às vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e vos fere. E o que acontece, então? Entregai-vos à cólera.

Procurai a origem desses acessos de demência passageira, que vos assemelham aos brutos, fazendo-vos perder o sangue frio e a razão: procurai-a, e encontrareis quase sempre por base o orgulho ferido. Não é acaso o orgulho ferido por uma contradita, que vos faz repelir as observações justas e rejeitar, encolerizados, os mais sábios conselhos? Até mesmo a impaciência, causada pelas contrariedades, em geral pueris, decorre da importância atribuída à personalidade, perante a qual julgais que todos devem curvar-se.

No seu frenesi, o homem colérico se volta contra tudo, à própria natureza bruta, aos objetos inanimados, que espedaça, por não o obedecerem. Ah!, se nesses momentos ele pudesse ver-se a sangue frio, teria horror de si mesmo ou se reconheceria ridículo! Que julgue por isso a impressão que deve causar aos outros. Ao menos pelo respeito a si mesmo, deveria esforçar-se, pois, para vencer essa tendência que o torna digno de piedade.

Se pudesse pensar que a cólera nada resolve,que lhe altera a saúde, compromete a sua própria vida, veria que é ele mesmo a sua primeira vítima. Mas ainda há outra consideração que o deveria deter: o pensamento de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tiver coração, não sentirá remorsos por fazer sofrer as criaturas que mais ama? E que mágoa mortal não sentiria se, num acesso de arrebatamento, cometesse um ato de que teria de recriminar-se por toda a vida!

Em suma: a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem, e pode levar a fazer-se muito mal. Isso deve ser suficiente para incitar os esforços por dominá-la. O espírita, aliás, é incitado por outro motivo: o de que ela é contrária à caridade e à humildade cristãs.

(KARDEC, Allan: O Evangelho Segundo o Espiritismo)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Obediência e Resignação


 A doutrina de Jesus ensina sempre a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura, muito ativas, embora os homens as confundam erroneamente com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração. Ambas são forças ativas, porque levam o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair. O poltrão não pode ser resignado, assim como o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi à encarnação dessas virtudes desprezadas pela antiguidade materialista. Chegou no momento em que a sociedade romana perecia nas fraquezas da corrupção, e vieram fazer brilhar, no seio da humanidade abatida, os triunfos do sacrifício e da renúncia à sensualidade.

            Cada época é assim marcada pelo cunho da virtude ou do vício que a devem salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual, seu vício é a indiferença moral. Digo somente atividade, porque o gênio se eleva de súbito e descobre de relance os horizontes que a multidão só verá depois dele, enquanto a atividade é a reunião dos esforços de todos, para atingir um alvo menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos ao impulso que vimos dar aos vossos Espíritos. Obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Infeliz do Espírito preguiçoso, daquele que fecha o seu entendimento! Infeliz, porque nós, que somos os guias da humanidade em marcha, o chicotearemos, e forçaremos a sua vontade rebelde, com o duplo esforço do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa deverá ceder, cedo ou tarde. Mas bem-aventurados os que são mansos, porque darão ouvidos dóceis aos ensinamentos.

LÁZARO
Paris, 1863

Fonte: KARDEC, Allan: O Evangelho Segundo o Espiritismo )

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Receita de Paz


Há um sentido pra vida que se chama Amor. Ele resolve todos os problemas, é pena que nos demoramos muito para entender isso. O Amor está em tudo , sem ele não há paz ou progresso, tudo é dor e sofrimento, se analizar-mos as dores da vida , vamos descobrir que em todas faltou o Amor , ele poderia ter solucionado tudo. O Amor se manifesta em tudo aquilo que promove o Bem entre as pessoas. Amar sempre essa é uma receita de paz.

Autor: Dimas
Médium: Nilton Stuqui

Enviado por - Mensagem Espírita do Dia 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

CAMINHO


"Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens." (Mc: 1, 17)

Jesus é o caminho a ser seguido.

Não existem atalhos para ele.

Quem anda à procura do que é correto não insista em contemporizar com as ilusões.

Todo conflito íntimo da criatura origina-se da tentativa de submeter o que é divino ao que é humano.

Quem faz opção pela cruz igualmente faz opção pela taça de fel do sacrifício e da transcendência.

Não há como seguir o Cristo com devotamento parcial.

A fé não pode ser mera formalidade. Qual tem sido o nosso relacionamento com Deus? Simples obrigação social, como para a maioria que abarrota os templos religiosos?

As Leis Divinas não negociam com o que é sagrado. Inútil, pois, que tentemos corrompê-las ao preço íntimo de nossos interesses escusos.

Não reservemos a melhor parte de nós para o mundo, consentindo em entregar ao Senhor as
migalhas do que somos.

É, talvez, mais fácil o homem viver sem oxigênio do que o espírito viver sem Deus!
O fanatismo religioso é de quem aceita Deus como Pai, mas não aceita o homem como seu irmão.

Jesus Cristo no coração é equilíbrio na cabeça. Por isso, o Evangelho é, por excelência, o livro da saúde mental.

Mas não nos esqueçamos de que a verdadeira religiosidade consiste em amar a Deus no próximo, e não ao próximo em Deus.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Edificações


“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” – Jesus. (Mateus, 5:14.)


O Evangelho está repleto de amorosos convites para que os homens se edifiquem no exemplo do Senhor.
Nem sempre os seguidores do Cristo compreendem esse grande imperativo da iluminação própria, em favor da harmonia na obra a realizar. Esmagadora percentagem de aprendizes, antes de tudo, permanece atenta à edificação dos outros, menosprezando o ensejo de alcançar os bens supremos para si.
Naturalmente, é muito difícil encontrar a oportunidade entre gratificações da existência humana, porquanto o recurso bendito de iluminação se esconde, muitas vezes, nos obstáculos, perplexidades e sombras do caminho.
O Mestre foi muito claro em sua exposição. Para que os discípulos sejam a luz do mundo, simbolizarão cidades edificadas sobre a montanha, onde nunca se ocultem. A fim de que o operário de Jesus funcione como expressão de claridade na vida, é indispensável que se eleve ao monte da exemplificação, apesar das dificuldades da subida angustiosa, apresentando-se a todos na categoria de construção cristã. Tal cometimento é imperecível.
O vaivém das paixões não derruba a edificação dessa natureza, as pedradas deixam-na intacta e, se alguém a dilacera, seus fragmentos constituem a continuidade da luz, em sublime rastilho, por toda parte, porque foi assim que os primeiros mártires do Cristianismo semearam a fé.

(Chico Xavier / Emmanuel: Caminho, Verdade e Vida - cap. 76)

A PACIÊNCIA


A dor é uma benção que Deus envia aos seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no céu.

Sede pacientes, pois a paciência é também caridade, e deveis praticar a lei de caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e conseqüentemente bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa paciência.

A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir. Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensações que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra.

Coragem, amigos: o Cristo é o vosso modelo. Sofreu mais que qualquer um de vós, e nada tinham de que se acusar, enquanto tendes a expiar o vosso passado e de fortalecer-vos para o futuro. Sede, pois, paciente, sede cristãos: esta palavra resume tudo.

UM ESPÍRITO AMIGO
Havre, 1862