segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Modo de Olhar

"Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio olho ?" (Lc: 6, 41)
As pessoas são como nós: nem tão boas quanto imaginamos , nem tão más quanto pensamos! Assim, não exijamos de ninguém o comportamento que não temos... Que tome as atitudes que não tomamos... Ou que não nos decepcione qual não deixamos de decepcioná-las! As pessoas não têm a obrigação de ser conforme queremos que elas sejam - nem os nossos filhos! Cada espírito com sua trajetória, com suas necessidades e experiências a serem vivenciadas. Se quisermos ser amados como somos, cabe-nos amar as pessoas como elas são. Isto é compreensão da Vida em sua essência. Sendo, há milênios, esperados por Deus, por que não podemos esperar por alguém alguns poucos anos? O amor não é um cinzel sobre a pedra - o amor é uma luz sobre ela... Quem ama uma pessoa, não a ama por suas virtudes ou mazelas - simplesmente a ama! Não raro, os filhos enfermos e problemáticos merecem de seus pais maior amor do que aqueles que já não os preocupam tanto. Foi pelos mais doentes que Jesus se submeteu ao sacrifício de vir à Terra. Olhemos para as pessoas que nos testam a paciência e colocam à prova nossa capacidade de perdoar como quem olha para um anjo que ainda não nasceu.
(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Nunca Desfalecer

“...Orar sempre e nunca desfalecer.” - (Lc: 18, 1)

Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação. Enquanto te encontras no plano de exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor. A lição dada é caminho para novas lições. Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem. Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar. Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações. Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações. Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros. Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual. Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor. Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte? Onde os romanos vaidosos e dominadores? Onde os verdugos da Boa Nova nascente? Onde os guerreiros que fizeram correr, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor? Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado? Onde as trevas da Idade Média? Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes, que feriram em nome do Excelso Benfeitor? Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos. Centraliza-te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando, e nunca desfalecer.

(Obra: Fonte Viva - Chico Xavier / Emmanuel)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Tudo Passará

Texto Antidepressivo


Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar.
Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.
Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja.
Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de idéias.
Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.
Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.
Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.
Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.
Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.
Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.

XAVIER, Francisco Cândido. Busca e Acharás. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. IDEAL.

Colaboração: C.E.U. - Centro Espírita Ubiratan (via Facebook)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

OBRAS VERSUS PALAVRAS

"Ele retrucou: Se é pecador, não sei: uma cousa sei: Eu era cego, e agora vejo." (Jo: 9, 25)


Extremamente sábia a resposta daquele homem cego que Jesus curou, misturando saliva com terra e aplicando-lhe aos olhos cerrados desde o berço.

Os fariseus, colhendo-lhe o depoimento, intentavam, uma vez mais, enredar o Mestre em sua tramas para fazê-lo desaparecer de cena, posto que, por ele, se sentiam moralmente desautorizados perante o povo.

Contra, porém, as obras que o Senhor realizava, não possuíam argumento algum.

Aquele cego de nascença que foi lavar-se no tanque de Siloé (a palavra significa "Enviado", em clara alusão ao Cristo) passou a ser uma propaganda viva de seus feitos...

Se, verdadeiramente, desejamos nos escudar daqueles que se erigem por adversários gratuitos de nosso esforço, que a lição nos sirva de exemplo. A única maneira de impormos silêncio aos que nos perseguem com sanha incompreensível é através de nossas realizações no bem.

Respondeu o cego aos fariseus que o interpelavam a respeito de Jesus: "É pecador?": "Não sei e não me importa. A única coisa que sei é que eu era cego e agora vejo!".

As boas obras invalidam qualquer acusação contra o seu autor, porque, sobre o exemplo, a palavra, por mais eloquente, jamais haverá de prevalecer.

Desde que o mundo é mundo, os teóricos da fé, porque não se encorajam a traduzi-la em ações cotidianas, se opõem aos que buscam vivenciá-la na prática.

Neles, a agilidade intelectual contrasta com a rigidez do sentimento.

Enquanto perseveramos, com sinceridade de propósitos, em nossas humildes  atividades no bem, os nossos opositores continuarão falando de nós sem repercussão alguma.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - (Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

06/01/2014 - Palestra Espírita: Os Desafios Nos Fazem Evoluir - Cida Mello

PALAVRAS DE AMIGO


Sou daqueles que precisaram morrer para enxergar com mais segurança.
A experiência terrestre é comparável a espessa cortina de sombra, restringindo-nos a visão.
E, em mim, o dever do médico eclipsava a liberdade do homem, limitando observações e digressões.
Contudo, vivi no meu círculo de trabalho com bastante discernimento para identificar os profundos antagonismos de nossa época.
Insulado nas reflexões dos derradeiros dias no corpo, anotava as vicissitudes e conflitos do espírito humano, entre avançadas conquistas científico-sociais e os impositivos da própria recuperação.
Empavesado na hiperestrutura da inteligência, nosso século sofre aflitiva sede de valores morais para não descer a extremos desequilíbrios, e a existência do homem de hoje assemelha-se a luxuoso transatlântico, navegando sem bússola.
Por toda parte, a fome de lucros ilusórios, a indústria do prazer, a desgovernada ambição, o apetite insaciável de emoções inferiores e a fuga da responsabilidade exibem tristes espetáculos de perturbação, obrigando-nos a reconhecer a necessitade de fé renovadora para o cérebro das elites e para o coração das massas sem rumo.
Daqui, portanto, é fácil para nós confirmar agora que o mundo moderno está doente.
E o clínico menos atilado perceberá sem esforço que o diagnóstico deve ser interpretado como sendo carência de Deus no pensamento da Humanidade, estabelecendo crises de caráter e confiança.
Apagando o personalismo que eu trouxe da Terra, descobri, estudando em vossa companhia, que somente o Cristo é o médico adequado à cura do grande enfermo e que só o Espiritismo, revivendo-lhe as lições divinas, é-lhe a medicação providencial.
Segundo vedes, sou apenas modesto aprendiz da grande transformação. Entretanto, quanto mais se me consolidam as energias, mais vivo é o meu deslumbramento, diante da verdade.
A luz que o Senhor vos deu e que destes a mim alterou-me visceralmente a feição pessoal.
Sou, presentemente, um médico tentando curar a si mesmo.
Minhas aquisições culturais estão reduzidas a chama bruxuleante que me compete reavivar.
Meus préstimos, por agora, são nulos.
Mas, revive-se-me a esperança e, abraçando-vos, reconhecido, entrego-me ao trabalho do recomeço...
Glória ao Senhor que nos ilumina o caminho espiritual!
É assim, reanimado e fortalecido, que aceito, agora, o serviço e a solidariedade sob novo prisma, rogando a Jesus nos abençoe e caminhando convosco na antevisão do glorioso futuro.

(Obra:  Instruções Psicofônicas - Chico Xavier/Queiroz)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

NA INSTRUMENTALIDADE

“Como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?” (1 Cor.: 14, 7)


Cada companheiro de serviço cristão deveria considerarse instrumento nas mãos do Divino Mestre, a fim de que a sublime harmonia do Evangelho se faça
irrepreensível para a vitória completa do bem.
Todavia, se a Ilimitada sabedoria do Celeste Emissor se mantém soberana e perfeita, os receptores terrenos pecam por deficiências lamentáveis.
Esse tem fé, mas não sabe tolerar as lacunas do próximo.
Aquele suporta cristamente as fraquezas do vizinho, contudo, não possui energia nem mesmo para governar os próprios impulsos.
Aquele outro é bondoso e confiante, mas foge ao estudo e à meditação, favorecendo a ignorância.
Outro, ainda, é imaginoso e entusiasta, entretanto, escapa sutilmente ao esforço dos braços.
Um é conselheiro excelente, no entanto, não santifica os próprios atos.
Outro retém brilhante verbo na pregação doutrinária, todavia, é apaixonado
cultor de anedotas menos dignas com que desfigura o respeito à revelação de que é portador.
Esse estima a castidade do corpo, mas desvairase pela aquisição de dinheiro fácil.
Outro, mais além, conseguiu desprenderse das posses de ouro e terra, casa e moinho, mas cultiva verdadeiro incêndio na carne.
É indiscutível a nossa imperfeição de seguidores da Boa Nova.
Por isso mesmo, guardamos o título de aprendizes.
O Planeta não é o paraíso terminado e achamonos, por nossa vez, muito distantes da angelitude.
Todavia, obedecendo ou administrando, ensinando ou combatendo, é indispensável afinar o nosso instrumento de serviço pelo diapasão do Mestre, se não
desejamos prejudicarlhe as obras.
Evitemos a execução insegura, indistinta ou perturbadora, oferecendolhe
plena boavontade na tarefa que nos cabe, e o Reino Divino se manifestará mais rapidamente onde estivermos.

(Obra: FONTE VIVA - Chico Xavier / Emmanuel)

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A SEMENTE DE MOSTARDA II

“Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda” ... – assim falou o Senhor.

Importante indagar por que não teria o Mestre recorrido a outros símbolos. Jesus poderia ter destacado a grandeza da fé, buscando quadros mais sugestivos. A beleza do Hermon ... A poesia do lago de Genesaré ... O esplendor do firmamento galileu ... A riqueza do Templo de Jerusalém...

Todos esses primores da paisagem que o circulava ofereciam temas vivos para a exaltação da sublime virtude. Entretanto, o Benfeitor Celeste toma a semente minúscula da mostarda, como a dizer-nos que sem o reconhecimento de nossa própria pequenez à frente do Eterno Amor e da Eterna Sabedoria não conseguiremos amealhar o tesouro do entendimento e da confiança que a fé consubstancia em si mesma.

A semente microscópica desaparece, em verdade, no seio da Terra, qual se fora inútil ou desprezível, todavia, não se abandona à inércia, por sentir-se relegada ao abandono aparente. Confia-se às leis que nos regem e, na dinâmica da obediência construtiva, desvencilha-se dos envoltórios inferiores que a encarceram, germina, vitoriosa, e cresce para produzir, não para si mesma, mas, para benefício dos outros, num eloquente espetáculo de bondade espontânea, ante a majestade da natureza.

Possa o nosso coração, no solo das experiências humanas, copiar-lhe o impulso de simplicidade e serviço e a nossa existência será testemunho insofismável da magnificência divina cuja sublimidade passaremos então a refletir. Cessemos nossas indagações descabidas e busquemos na Criação o justo lugar que nos compete. Nem com o brilho do diamante, nem com a cintilação do outro ... nem com a sedução da prata, nem com a aristocracia do mármore, em que tantas vezes procurado simplesmente a ilusão do poder que a morte arrebata e modifica, mas, sim com a humildade viva do grão de mostarda que, arrojado à solidão da Terra, sabe vencer, desabrochar, florir e cooperar na extensão do brilho de Deus.

(Livro: Construção Do Amor - Chico Xavier/Emmanuel)