sexta-feira, 29 de abril de 2016

DIA A DIA


"Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue; dia a dia, tome a sua cruz e siga-me." (Lc: 9, 23)


O Cristo é incisivo, quando nos adverte que, para segui-lo, a batalha é constante.
Dia a dia, o cristão deve ombrear a cruz do testemunho que é chamado a carregar.
Ele não nos promete uma vereda de flores...
Sem subterfúgios, falou-se das dificuldades, sobretudo no que tange à negação de nós mesmos.
De fato, não é fácil renunciar ao que nos satisfaz os sentidos e nos atende as necessidades fictícias.
Não nos desalentemos, porém, diante das derrotas e fracassos que, no embate
travado em nosso mundo interior, venhamos a sofrer.
Não nos fortaleceremos de uma hora para outra, mas, sim, a cada minuto de cada hora que nos devotarmos à aquisição de novos hábitos.
Evoluir é promover a reeducação do espírito.
Façamos, a cada manhã, o propósito de sermos melhores do que somos, mas não fiquemos apenas na palavra, como quem permanece na expectativa de servir sem tornar a iniciativa de procurar algo de útil a fazer.
Precisamos criar ensejo a que o bem se manifeste em nossas vidas.
A vontade de quem não descruza os braços é semelhante a quem, precisando alcançar determinado objetivo, se recusa a movimentar as pernas e caminhar.
Seja, no entanto, qual for a nossa decisão, saibamos, de uma vez por todas, que querem verdadeiramente não se dispuser a seguir o Cristo não sairá do lugar.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)

terça-feira, 19 de abril de 2016

A Vingança

 JULES OLIVIER
Paris, 1862

            9 – A vingança é um dos últimos resíduos dos costumes bárbaros, que tendem a desaparecer dentre os homens. Ela é, como o duelo, um dos derradeiros vestígios daqueles costumes selvagens em que se debatia a humanidade, no começo da era cristã. Por isso, a vingança é um índice seguro do atraso dos homens que a ela se entregam, e dos Espíritos que ainda podem inspirá-la. Portanto, meus amigos, esse sentimento jamais deve fazer vibrar o coração de quem quer que se diga e se afirme espírita. Vingar-se é ainda, vós o sabeis, de tal maneira contrário a este preceito do Cristo: “Perdoai aos vossos inimigos”, que aquele que se recusa a perdoar, não somente não é espírita, como também não é cristão.
            A vingança é um sentimento tanto mais funesto, quanto à falsidade e a vileza são suas companheiras assíduas. Com efeito, aquele que se entrega a essa paixão cega e fatal quase nunca se vinga às claras. Quando é o mais forte, precipita-se como uma fera sobre o que considera seu inimigo, pois basta vê-lo para que se inflamem a sua paixão, a sua cólera e o seu ódio. No mais das vezes, porém, assume uma atitude hipócrita, dissimulando no mais profundo do seu coração os maus sentimentos que o animam. Toma, então, caminhos escusos, seguindo o inimigo na sombra, sem que este desconfie, e aguarda o momento propício para feri-lo sem perigo. Ocultando-se, vigia-o sem cessar, prepara-lhe cilada odiosa, e quando surge à ocasião, derrama-lhe o veneno na taça.
            Se o seu ódio não chega a esses extremos, ataca-o na sua honra e nas suas afeições. Não recua diante da calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas em todas as direções, vão crescendo pelo caminho. Dessa maneira, quando o perseguido aparece nos meios atingidos pelo seu sopro envenenado, admira-se de encontrar semblantes frios onde outrora havia rostos amigos e bondosos; fica estupefato,quando as mãos que procuravam a sua agora se recusam a apertá-la; enfim, sente-se aniquilado, quando os amigos mais caros e os parentes o evitam e se esquivam dele. Ah!, o covarde que se vinga dessa forma é cem vezes mais criminoso que aquele que vai direto ao inimigo e o insulta face a face!
            Para trás, portanto, com esses costumes selvagens! Para trás com esses hábitos de outros tempos! Todo espírita que pretendesse ter, ainda hoje, o direito de vingar-se, seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tomou por divisa o lema: Fora da caridade não há salvação. Mas não, não me deterei em semelhante idéia, de que um membro da grande família espírita possa jamais ceder ao impulso da vingança, mas, pelo contrário, ao do perdão.

(Obra:  O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Feliz Dia do Espírita!

Hoje comemoramos os 159 anos do lançamento de "O livro dos espíritos"
A data de 18 de abril foi escolhida para ser o dia do Espírita, por ser a o dia de lançamento de O livro dos espíritos. A primeira obra da Doutrina Espírita, codificada pelo professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, que mais tarde adotou o pseudônimo de Allan Kardec.

Saiba mais sobre esta obra neste artigo do Reformador 

Fonte: Mensagens de Luz - Espiritismo

terça-feira, 12 de abril de 2016

PALAVRAS DE AMIGO


Sou daqueles que precisaram morrer para enxergar com mais segurança.
A experiência terrestre é comparável a espessa cortina de sombra, restringindo-nos a visão.
E, em mim, o dever do médico eclipsava a liberdade do homem, limitando observações e digressões.
Contudo, vivi no meu círculo de trabalho com bastante discernimento para identificar os profundos antagonismos de nossa época.
Insulado nas reflexões dos derradeiros dias no corpo, anotava as vicissitudes e conflitos do espírito humano, entre avançadas conquistas científico-sociais e os impositivos da própria recuperação.
Empavesado na hiperestrutura da inteligência, nosso século sofre aflitiva sede de valores morais para não descer a extremos desequilíbrios, e a existência do homem de hoje assemelha-se a luxuoso transatlântico, navegando sem bússola.
Por toda parte, a fome de lucros ilusórios, a indústria do prazer, a desgovernada ambição, o apetite insaciável de emoções inferiores e a fuga da responsabilidade exibem tristes espetáculos de perturbação, obrigando-nos a reconhecer a necessitade de fé renovadora para o cérebro das elites e para o coração das massas sem rumo.
Daqui, portanto, é fácil para nós confirmar agora que o mundo moderno está doente.
E o clínico menos atilado perceberá sem esforço que o diagnóstico deve ser interpretado como sendo carência de Deus no pensamento da Humanidade, estabelecendo crises de caráter e confiança.
Apagando o personalismo que eu trouxe da Terra, descobri, estudando em vossa companhia, que somente o Cristo é o médico adequado à cura do grande enfermo e que só o Espiritismo, revivendo-lhe as lições divinas, é-lhe a medicação providencial.
Segundo vedes, sou apenas modesto aprendiz da grande transformação. Entretanto, quanto mais se me consolidam as energias, mais vivo é o meu deslumbramento, diante da verdade.
A luz que o Senhor vos deu e que destes a mim alterou-me visceralmente a feição pessoal.
Sou, presentemente, um médico tentando curar a si mesmo.
Minhas aquisições culturais estão reduzidas a chama bruxuleante que me compete reavivar.
Meus préstimos, por agora, são nulos.
Mas, revive-se-me a esperança e, abraçando-vos, reconhecido, entrego-me ao trabalho do recomeço...
Glória ao Senhor que nos ilumina o caminho espiritual!
É assim, reanimado e fortalecido, que aceito, agora, o serviço e a solidariedade sob novo prisma, rogando a Jesus nos abençoe e caminhando convosco na antevisão do glorioso futuro.

(Obra:  Instruções Psicofônicas - Chico Xavier/Queiroz)

segunda-feira, 11 de abril de 2016

REFLEXÃO


Meu irmãos e minhas irmãs - disse com terna inflexão de voz -, o Espiritismo é o Consolador da divina promessa de Jesus. Todos os que aqui nos encontramos reunidos somos espíritos cansados dos erros cometidos em muitas existências.

Está não é a primeira vez que pisamos o solo do Planeta: já aqui estivemos em várias outras moportunidades, envergando corpos diferentes em diversificadas experiências - a maioria delas, infelizmente, equivocadas! Estamos, pois, colhendo exatamente o que semeamos ... A Lei de Deus, se é de amor e misericórdia, é também de justiça. A rigor, ninguém sofre sem merecer.
Estamos aprendendo, a duras penas, a não mais fazermos sofrer os nossos semelhantes.
Experimentamos em nós as consequências das dores que impusemos ao próximo. Feliz, no entanto, aquele que aceita com resignação as provas através das quais se redime.

Com Jesus, ninguém sofre sem esperança!
Estamos aqui com muita alegria no coração. Não mais o fanatismo religioso de outrora em que apenas nos complicávamos... Não mais a ilusão que fazíamos questão de alimentar em nós mesmos, na inútil tentativa de enganar a consciência... Não mais a falta de perspectiva em relação ao futuro... Sabemos que o espírito é imortal e que, consequentemente, somos os construtores do próprio destino! A nossa felicidade ou infelicidade depende de nossas ações cotidianas. Como é bom saber que não vivemos ao capricho do acaso, que não existe!

(Preleção na Obra: Estudando Nosso Lar - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

APROVEITAMENTO


"Medita estas coisas; ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja manifestoa todos." - Paulo. (I Tm: 4, 15)



Geralmente, o primeiro impulso dos que ingressam na fé constitui a preocupação de transformar compulsoriamente os outros.
Semelhante propósito, às vezes, raia pela imprudência, pela obsessão. O novo crente flagela a quantos lhe ouvem os argumentos calorosos, azorragando costumes, condenando idéias alheias e violentando situações, esquecido de que a experiência da alma é laboriosa e longa e de que há muitas esferas de serviço na casa de Nosso Pai.
Aceitar a boa doutrina, decorar-lhe as fórmulas verbais e estender-lhe os preceitos são tarefas importantes, mas aproveitá-la é essencial.
Muitos companheiros apregoam ensinamentos valiosos, todavia, no fundo, estão sempre inclinados a rudes conflitos, em face da menor alfinetada no caminho da crença.
Não toleram pequeninos aborrecimentos domésticos e mantêm verdadeiro jogo de máscara em todas as posições.
A palavra de Paulo, no entanto, é muito clara.
A questão fundamental é de aproveitamento.
Indubitável que a cultura doutrinária representa conquista imprescindível ao seguro ministério do bem; contudo, é imperioso reconhecer que se o coração do crente ambiciona a santificação de si mesmo, a caminho das zonas superiores da vida, é indispensável se ocupe nas coisas sagradas do espírito, não por vaidade, mas para que o seu justo aproveitamento seja manifesto a todos.

(Chico Xavier / Emmanuel: Vinha de Luz - cap. 14)

sexta-feira, 8 de abril de 2016

São Paulo Homenageia Allan Kardec


Arte espírita inédita, sendo apresentada no Teatro Municipal de São Paulo.

MÚSICAS PARA PIANO E CANTO, baseadas em obras de Emmanuel e André Luiz, compostas nos anos 70 por Gerson Sestini

FILMES INÉDITOS, realizados nos anos 60 e 70 registrando personalidades espíritas, captadas por Jorge Rizzini.

Aguarde programação completa!

Local: Theatro Municipal de São Paulo
Horário: 17 horas (abertura uma hora antes).
Data: 17 de Abril de 2016
Entrada GRATUITA!



terça-feira, 5 de abril de 2016

VENCERÁS AS LÁGRIMAS

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." (Mt: 11, 28)


Ninguém como Cristo espalhou na Terra tanta alegria e fortaleza de ânimo. Reconhecendo isso, muitos discípulos amontoam argumentos contra a lágrima e abominam as expressões de sofrimento.
O Paraíso já estaria na Terra se ninguém tivesse razões para chorar. Considerando assim, Jesus, que era o Mestre da confiança e do otimismo, chamava ao seu coração todos os que estivessem cansados e oprimidos sob o peso dos desenganos terrestres.
Não amaldiçoou os tristes: convocou-os à consolação.
Muita gente acredita na lágrima sintoma de fraqueza espiritual. No entanto, Maria soluçou no Calvário; Pedro lastimou-se, depois da negação; Paulo mergulhou-se em pranto às Portas de Damasco; os primeiros cristãos choraram nos circos de martírio... mas, nenhum deles derramou lágrimas sem esperança. Prantearam e seguiram o caminho do Senhor, sofreram e anunciaram a Boa Nova da Redenção; padeceram e morreram leais na confiança suprema.
O cansaço experimentado por amor ao Cristo converte-se em fortaleza, as cadeias levadas ao seu olhar magnânimo transformam-se em laços divinos de salvação.
Caracterizam-se as lágrimas através de origens específicas. Quando nascem da dor sincera e construtiva, são filtros de redenção e vida; no entanto, se procedem do desespero, são venenos mortais.

(Obra: Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier/Emmanuel)

SER ESPÍRITA


(Eurípedes Barsanulpho)

Ser Espírita – é ser clemente
É ter alma de crente
Sempre voltada pro Bem,
– É ensinar quem erra
E entre os atrasos da Terra
Não fazer mal a ninguém.
É sempre ter por divisa
Tudo que é nobre e suaviza
O pranto, a dor, a aflição,
E fazendo a caridade
Evitar a orfandade.

Em Deus, é ter sempre crença
Profunda, sincera, imensa,
Consubstanciada na Fé.
É guardar bem na memória
Os bons conselhos e a glória
De Jesus de Nazaré.

É perdoar a injúria,
É suavizar a penúria
De quem já não tem um pão
E se tornar complacente,
Para o inimigo insolente
Tendo por lema – o perdão.

Ser Espírita – é ser clemente
É ter alma de crente
Sempre voltada pro Bem.
– É ensinar ao que erra
– E entre os atrasos da Terra
Não falar mal de ninguém.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Deus


O Universo é obra inteligentíssima; obra que transcende a mais genial inteligência humana; e, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do universo é superior a toda inteligência; é a inteligência das inteligências; a causa das causas; a lei das leis; o princípio dos princípios; a razão das razões; a consciências das consciências; é Deus!
Deus! Nome mil vezes santo, que Isaac Newton jamais pronunciava sem se descobrir!
Ó Deus que vos revelais pela natureza, vossa filha e nossa mãe, reconheço-vos eu, Senhor, na poesia da criação; na criancinha que sorri; no ancião que tropeça; no mendigo que implora; na mão que assiste; na mãe querida que vela; no pai
extremoso que instrui; no apóstolo abnegado que evangeliza as multidões.

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, no amor do esposo; no afeto do filho; na estima da irmã; na justiça do justo; na misericórdia do indulgente; na fé do homem piedoso; na esperança dos povos; na caridade dos bons; na inteireza dos
íntegros. Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! no estro do vate; na eloqüência do orador; na inspiração do artista; na santidade do mestre; na sabedoria do filósofo e nos fogos eternos do gênio!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na flor dos vergéis, na relva dos vales; no matiz dos campos; na brisa dos prados; no perfume das campinas; no murmúrio das fontes; no rumorejo das franças; na música dos bosques; na placidez dos lagos; na
altivez dos montes; na amplidão dos oceanos e na majestade do firmamento!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! nos lindos antélios, no íris multicor; nas auroras polares; no argênteo da Lua; no brilho do Sol; na fulgência das estrelas; no fulgor das constelações!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na formação das
nebulosas; na origem dos mundos; na gênese dos sóis; no berço das humanidades; na maravilha, no esplendor e no sublime do Infinito!

Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! com Jesus, quando ora:

"Pai nosso que estais nos céus..." ou com os anjos quando cantam: "Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra aos Homens e Mulheres da Boa Vontade de Deus."

(Euripedes Barsanulfo)