quarta-feira, 27 de julho de 2016

CALAMIDADES E PROVAÇÕES

 
O homem desejou recursos para mais facilmente abrir estradas e a Divina Providência lhe suscitou a idéia de reunir areia a nitroglicerina, em cuja conjugação despontou a dinamite. A comunidade beneficiou-se da descoberta, no entanto, certa facção organizou com ela a bomba destruidora de existências humanas.

O homem pediu veículos que lhe fizessem vencer o espaço, ganhando tempo, e o Amparo Divino ofereceu-lhe os pensamentos necessários à construção das modernas máquinas de condução e transporte. Essas bênçãos carrearam progresso e renovação para todos os setores das aquisições planetárias, entretanto, apareceram aqueles que desrespeitam as leis do trânsito, criando processos dolorosos de sofrimento e agravando débitos e resgates, nos princípios de causa e efeito.
O homem solicitou apoio contra a solidão psicológica e a Eterna Bondade, através da ciência, lhe concedeu o telégrafo, o rádio e o televisor, aproximando as coletividades e integrando no mesmo clima de aperfeiçoamento e cultura. Apesar disso, junto desses nobres empreendimentos, surgiram aqueles que se valem de tão altos instrumentos de comunicação e solidariedade para a disseminação da discórdia e da guerra.
O homem rogou medidas contra a dor e a Compaixão Divina lhe enviou os anestésicos, favorecendo-lhe o tratamento e o reequilíbrio no campo orgânico. Ao lado dessas concessões, porém, não faltam aqueles que transformam os medicamentos da paz e da misericórdia em tóxicos de deserção e delinqüência.
O homem pediu a desintegração atômica, no intuito de senhorear mais força, a fim de comandar o progresso, e a desintegração atômica está no mundo, ignorando-se que preço pagará o Orbe Terrestre, até que essa conquista seja respeitada fora de qualquer apelo à destruição.
Como é fácil observar, Deus concede sempre ao homem as possibilidades e vantagens que a Inteligência Humana resolve requisitar à Sabedoria Divina. Por isso mesmo, as calamidades que surjam nos caminhos da evolução no mundo, não ocorrem obviamente, sob a responsabilidade de Deus.
 
(Obra: Buscas e Acharás - Chico Xavier/André Luiz)

terça-feira, 19 de julho de 2016

Os Órfãos


UM ESPÍRITO PROTETOR
Paris, 1860

 Meus irmãos, amai os órfãos! Se soubésseis quanto é triste estar só e abandonado, sobretudo quando criança! Deus permite que existam órfãos, para nos animar a lhes servirmos de pais. Que divina caridade, a de ajudar uma pobre criaturinha abandonada, livrá-la da fome e do frio, orientar sua alma, para que ela não se perca no vicio! Quem estende a mão a uma criança abandonada é agradável a Deus, porque demonstra compreender e praticar a sua lei. Lembrai-vos também de que, freqüentemente, a criança que agora socorreis vos foi cara numa encarnação anterior, e se o pudésseis recordar, o que fazeis já não seria caridade, mas o cumprimento de um dever. Assim, portanto, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade. Não a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão que a recebe, pois os vossos óbolos são freqüentemente muito amargos! Quantas vezes eles seriam recusados, se a doença e a privação não os esperassem no casebre! Daí com ternura, juntando ao benefício material o mais precioso de todos: uma boa palavra, uma carícia, um sorriso amigo. Evitai esse ar protetoral, que resolve a lâmina no coração que sangra, e pensai que, ao fazer o bem, trabalhais para vós e para os vossos.

(KARDEC, Allan: O Evangelho Segundo o Espiritismo – tradução de José Herculano Pires)



segunda-feira, 11 de julho de 2016

Desafios Existenciais


A existência no corpo físico é uma oportunidade de aprendizagem que a vida concede ao ser espiritual no seu processo de crescimento interior, facultando-lhe os recursos apropriados para que a divina chama que existe em todos alcance a plenitude. De acordo com a maneira como cada um se comporte no mister, estará semeando os ocorrências do futuro, que terá de enfrentar, a fim de recompor-se e corrigir o que foi danificado.

Cada reencarnação é sublime concessão divina para a construção ditosa da imortalidade pessoal.

Escola abençoada, a Terra é o reduto formoso no qual todos nos aperfeiçoamos, retirando a ganga pesada do primarismo, que impede o brilho do diamante estelar do Espírito que somos. Os golpes do processo evolutivo encarregam-se de liberar-nos, permitindo que as facetas lapidadas pela dor e buriladas pelo amor reflitam as belezas siderais.

- Felizes - continua o apóstolo da caridade - somos, todos aqueles que acreditamos em Nosso Senhor Jesus Cristo e que O temos na condição de Caminho, Verdade e Vida. A Ele vinculados ao amor que nos dá sustento às emoções, morte é vida, e infortúnio é benção, porque nada acontece sem a Sua permissão superior.

"Por mais assustador se vos apresente o fenômeno da morte orgânica, a vida é um triunfo sobre todas as injunções, e nada a consegue destruir."

Nesse clima de elevadas vibrações de amor e de compaixão, podíamos perceber o valor dos sentimentos da afetividade no intercâmbio com os irmãos mais angustiados.

Se o amor não puder atender os objetivos essenciais para os quais se constitui, a sua finalidade é utópica e vã. Não foi por outra razão que Jesus o elegeu como a mais nobre quão indispensável conquista a que pode aspirar o ser humano.

(Obra: Transição Planetária - Divaldo P.Franco/Manoel P.de Miranda)

sexta-feira, 1 de julho de 2016

ANÕES DE ESPÍRITO


 "... e de toda parte vinham ter com ele."  - Marcos, cap.1 - v.45
  
Quantos não são os que se afligem para serem grandes !
Não se contentam com a própria estatura e querem forçar tamanho...
Sofrem por não ser o que ainda não sofreram para serem.
Os seus olhos de anões invejam os que lhes parecem maiores...
Travam terrível batalha exterior, mas nunca se dispõem a vencer a si mesmos.
Enlouquecidos de ciúme, não medem consequências para chegarem aonde não
haverão de chegar, agindo assim.
O povo, espontaneamente, procurava por Jesus !
Muitos, no entanto, querem constranger o povo a procurar por eles...
A sinceridade de propósitos, por emanação da alma, tem um cheiro característico
que o "olfato" da Humanidade sabe detectar.
Os falsos Cristos e os falsos profetas não enganam o inconsciente coletivo.
O lobo pode se cobrir com pele de ovelha, mas não perde o cheiro de lobo.
Os homens pressentiam Deus em Jesus e, de toda parte, iam ter com ele !
Quem abdica de ser o que é para ser o outro a quem inveja não logrará
ser nenhum dos dois.
O invejoso é alguém que, descontente de si, perdeu a própria identidade.
Em muitos espíritos, a inveja é doença crônica que os desatina por muitas
existências.
E o invejoso, não raro, ensandecido, se lança contra o objeto de sua maior
admiração e, não podendo tê-lo, delibera quebrá-lo.
 
(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)