sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

AMANHÃ

"Respondeu-lhes Jesus: Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto
 tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem..." (Jo: 12, 35)

Não devemos deixar para amanhã o que nos compete fazer hoje.
Amanhã, talvez, sejam outras as circunstâncias e as dificuldades que enfrentaremos
no cumprimento do dever...
Com certeza, a oportunidade que se descortina à possibilidade de servir não mais
será a mesma...
Possivelmente, não disponhamos, inclusive, da saúde que agora nos favorece a ação...
Da presença de amigos que, presentemente, se dispõem a nos secundar os esforços
e colaborar conosco...
Da inspiração do Mais Alto com a qual logramos entrar em sintonia...
Enfim, de todos os elementos favoráveis reunidos, para que venhamos a concretizar
projetos ardorosamente acalentados !
Se não nos valemos da luz do Sol para o que só pode ser realizado à claridade do dia,
que faremos quando a noite cair e nos deixar imersos na escuridão ?
O momento que passa, dentre todos os que tivemos ou venhamos a ter, sem dúvida,
é o mais apropriado para darmos início a uma nova caminhada, fazendo com que a
nossa Vida mude de rumo.
Não nos esqueçamos do que nos fala Jesus: "Ainda por um pouco a luz está convosco"...
Quer dizer: não temos, à nossa disposição, todo o tempo que imaginamos, para que
possamos continuar, indefinidamente, adiando decisões.
É chegada a hora de darmos um basta ao ludíbrio a que temos submetido a própria
consciência, prometendo o que não cumprimos.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli/Inácio Ferreira)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

A VIRTUDE



FRANÇOIS-NICOLAS-MADELEINE
Paris, 1863

A virtude, no seu grau mais elevado, abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são as qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, são quase sempre acompanhadas de pequenas falhas morais, que as deslustram e enfraquecem. Aquele que faz alarde de sua virtude não é virtuoso, pois lhe falta a principal qualidade: a modéstia, e sobra-lhe o vício mais oposto: o orgulho.  A virtude realmente digna desse nome não gosta de exibir-se. Temos de adivinhá-la, mas ela se esconde na sombra, foge à admiração das multidões. São Vicente de Paulo era virtuoso. O digno Cura de Ars era virtuoso. E assim muitos outros, pouco conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que eram virtuosos. Deixavam-se levar pela corrente das suas santas inspirações, e praticavam o bem com absoluto desinteresse  completo esquecimento de si mesmos.

É para essa virtude, assim compreendida e praticada, que eu vos convido, meus filhos. Para essa virtude realmente cristã e verdadeiramente espírita, que eu vos convido a consagrar-vos. Mas afastai de vossos corações o sentimento do orgulho, da vaidade, do amor próprio, que deslustram sempre as mais belas qualidades. Não imiteis esse homem que se apresenta como modelo e se gaba das próprias qualidades, para todos os ouvidos tolerantes. Essa virtude de ostentação esconde, quase sempre, uma infinidade de pequenas torpezas e odiosas fraquezas.

O homem que se exalta a si mesmo, que eleva estátuas à sua própria virtude, em princípio aniquila, por essa única razão, todos os méritos que efetivamente podia ter. E que direi daquele cujo valor se reduz a parecer o que não é? Compreendo perfeitamente que aquele que faz o bem sente uma satisfação íntima, no fundo do coração. Mas desde o momento em que essa satisfação se exterioriza, para provocar elogios, degenera em amor- próprio.

Oh, vós todos, a quem a fé espírita reanimou os seus raios, e que sabeis quanto o homem se encontra longe da perfeição, jamais vos entregueis a essa estultícia! A virtude é uma graça, que desejo para todos os espíritas sinceros, mas com esta advertência: Mais vale menos virtude na modéstia, do que muitas no orgulho. Foi pelo orgulho que as humanidades se perderam sucessivamente. É pela humildade que elas um dia deverão redimir-se.

(Obra: O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - Allan Kardec)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

AO EDUCAR


Ao educar não queiras ensinar:
Alegria: se és triste.
Verdades: se mentes com freqüência.
Fidelidade: se trais para satisfazer teus interesses mais imediatos e egoístas.
Motivação: se és depressivo.
Utilidade: se és pouco útil.
Coragem: se estás em pânico frente ás conseqüências de tuas escolhas.
Honestidade: se és um aproveitador de oportunidades para levar vantagens sobre os outros.
Competência: se não a possuis ainda.
Riqueza: se estás endividado.
Paz: se és retaliador.
...
Principalmente não tentes mostrar para uma criança assuntos que ainda não dominas.
Virtudes que não possuis.
Aprende a ser humilde a tentar compartilhar com ela tuas próprias necessidades de conquistas.
Evita dizer à criança: faz isso ou aquilo, age assim ou assado.
Melhor é dizer: vamos tentar fazer juntos...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Prece Por Um Agonizante

VII – Por Um Agonizante

 57 – Prefácio – A agonia é o prelúdio da libertação da alma; pode dizer-se que, nesse momento, o homem tem apenas um pé neste mundo, e que já pôs um no outro. Essa passagem é algumas vezes penosa, para aqueles que se apegam à matéria e viveram mais para os bens deste mundo do que para os do outro, e cuja consciência se acha perturbada por mágoas e remorsos. Para os que, pelo contrário, mantiveram seus pensamentos elevados ao infinito e se desprenderam da matéria, os laços são mais fáceis de romper, e seus últimos momentos nada têm de dolorosos. A alma, então, prende-se ao corpo, apenas por um fio, enquanto que, no outro caso, liga-se por raízes profundas. Em qualquer caso, a prece exerce poderosa ação no processo de separação. (Céu e Inferno, II ª parte, cap I, “A passagem”)

 58 – Prece – Deus poderoso e misericordioso, eis uma alma que deixa o seu envoltório terrestre, para voltar ao Mundo dos Espíritos, que é a sua verdadeira pátria! Que o possa fazer em paz, sob o amparo da vossa misericórdia. Bons Espíritos, que a acompanhastes na sua vida terrena, não a abandoneis neste momento supremo! Dai-lhe a força de suportar os últimos sofrimentos por que deve passar neste mundo, para o seu adiantamento futuro. Inspirai-a, para que ela consagre ao arrependimento de sua falta os derradeiros lampejos da sua inteligência, ou os que momentaneamente ainda lhe advenham. Fazei que o meu pensamento possa agir de maneira a ajudá-la a separar-se com menos dificuldades, e que ela leve consigo, no momento de deixar a Terra, as consolações da esperança.


(KARDEC, Allan: O Evangelho Segundo o Espiritismo - FEB.)