sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A Fé Humana e a Divina

12. No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade. 
Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a exalçou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação. Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhe o exemplo? Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis? 
A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendures que se não chegue a vencer. 
O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres. 
Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas. Um Espírito Protetor. (Paris, 1863.) 
 
(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XIX

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

OBJETIVO DE VIDA

"E Jesus, voltando-se e vendo que o seguiram, disse-lhes: Que buscais ? Disseram-lhe:
  Rabi (que quer dizer Mestre) onde assistes?" - João, cap. 1 - v. 38
 
 
A pergunta que Jesus endereçou a André e a João Evangelista, que, naquele instante,
representavam a Humanidade sem rumo, equivale a esta outra: 
 
- Qual é o objetivo de vida ?
 
Porventura, já teremos indagado de nós o que buscamos na vida ? Quais, em suma, as
nossas aspirações ? Afinal, o que pretendemos ?
Ninguém logra viver com proveito sem perseguir um ideal de ordem superior.
O egoísmo é causa de inúmeras moléstias da alma.
Sendo filho de Deus, portador de genética divina, o homem que não se doa contraria
a própria natureza.
Não há quem esteja na Terra apenas para satisfazer-se e, não raro, satisfazer-se
ocasionando lesões afetivas a outrem.
A verdadeira felicidade não se alicerça na exploração dos sentimentos alheios.
Sem o mínimo de desapego, nada haveremos de conquistar que realmente valha
alguma coisa.
Que o homem derrame quantas lágrimas quiser, mas não faça ninguém chorar !
Um dos maiores carmas que podemos arranjar para nós mesmos será procurar colher
onde não vertemos uma só gota de suor digno.
A angústia de muita gente sem causa orgânica ou psicológica de fácil diagnóstico tem
sua origem na exploração desmedida a que submete o patrimônio da Vida sem
nada lhe dar em troca.
 
(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira) 

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Caminho

"Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens." - Marcos, cap.1 - v.17
 
Jesus é o caminho a ser seguido.
Não existem atalhos para ele.
Quem anda à procura do que é correto não insista em contemporizar com as ilusões.
Todo conflito íntimo da criatura origina-se da tentativa de submeter o que é divino ao que é humano.
Quem faz opção pela cruz igualmente faz opção pela taça de fel do sacrifício e da transcendência.
Não há como seguir o Cristo com devotamento parcial.
A fé não pode ser mera formalidade.
Qual tem sido o nosso relacionamento com Deus ? Simples obrigação social, como para a maioria 
que abarrota os templos religiosos ?
As Leis Divinas não negociam com o que é sagrado. Inútil, pois, que tentemos corrompê-las ao
preço íntimo de nossos interesses escusos.
Não reservemos a melhor parte de nós para o mundo, consentindo em entregar ao Senhor as
migalhas do que somos.
É, talvez, mais fácil o homem viver sem oxigênio do que o espírito viver sem Deus !
O fanatismo religioso é de quem aceita Deus como Pai, mas não aceita o homem como seu irmão.
Jesus Cristo no coração é equilíbrio na cabeça. Por isso, o Evangelho é, por excelência, o livro
da saúde mental.
Mas não nos esqueçamos de que a verdadeira religiosidade consiste em amar a Deus no próximo,
e não ao próximo em Deus.
 
(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)
 
 
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