sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

A Espada Simbólica




 “Não cuideis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada.”  (Mt: 10, 34)



Inúmeros leitores do Evangelho perturbam-se ante essas afirmativas do Mestre Divino, porqüanto o conceito de paz, entre os homens, desde muitos séculos foi visceralmente viciado. Na expressão comum, ter paz significa haver atingido garantias exteriores, dentro das quais possa o corpo vegetar sem cuidados, rodeando-se o homem de servidores, apodrecendo na ociosidade e ausentando-se dos movimentos da vida. Jesus não poderia endossar tranqüilidade desse jaez, e, em contraposição ao falso princípio estabelecido no mundo, trouxe consigo a luta regeneradora, a espada simbólica do conhecimento interior pela revelação divina, a fim de que o homem inicie a batalha do aperfeiçoamento em si mesmo. O Mestre veio instalar o combate da redenção sobre a Terra. Desde o seu ensinamento primeiro, foi formada a frente da batalha sem sangue, destinada à iluminação do caminho humano. E Ele mesmo foi o primeiro a inaugurar o testemunho pelos sacrifícios supremos.
Há quase vinte séculos vive a Terra sob esses impulsos renovadores, e ai daqueles que dormem, estranhos ao processo santificante! Buscar a mentirosa paz da ociosidade é desviar-se da luz, fugindo à vida e precipitando a morte. No entanto, Jesus é também chamado o Príncipe da Paz. Sim, na verdade o Cristo trouxe ao mundo a espada renovadora da guerra contra o mal, constituindo em si mesmo a divina fonte de repouso aos corações que se unem ao seu amor; esses, nas mais perigosas situações da Terra, encontram, nEle, a serenidade inalterável. É que Jesus começou o combate de salvação para a Humanidade, representando, ao mesmo tempo, o sustentáculo da paz sublime para todos os homens bons e sinceros.

(Obra: Caminho, Verdade e Vida - Chico Xavier/Emmanuel)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Funções do Sofrimento


Com propriedade afirmou Buda, numa das suas quatro nobres verdades, que tudo no mundo é sofrimento, em face da transitoriedade da organização material ante a incomparável imortalidade do espírito.

Para compreender-se o sofrimento e as funções  que opera no ser, é necessário remontar-se-lhe às causas, conforme acentua o nobre codificador do Espiritismo, Allan Kardec, esclarecendo que, não sendo atuais, certamente são anteriores, apoiando-se na reencarnação.

É compreensível, portanto, sua informação, tendo-se em vista que o efeito procede sempre de uma causa; se esta não é próxima encontra-se remota, mas sempre existente.

Cada espírito escreve a trajetória que deverá percorrer mediante os pensamentos, as palavras e as ações que se permite durante cada experiência carnal. Transferindo de uma para outra as conquistas e os prejuízos, capacita-se para desenvolver a seu deus interno através dos esforços de auto-iluminação e de santificação.

Uma das funções do sofrimento é demonstrar que todos são iguais, por isso mesmo, experimentam idênticos tipos de padecimentos, na pobreza ou no excesso, na penúria ou na abastança, na juventude ou na velhice, na infância  ou na idade adulta, portadores de beleza ou feiúra, famosos ou ignorados...

O conhecimento do Espiritismo e das suas propostas de amor faculta o equilíbrio necessário para os enfrentamentos da evolução, como se apresentem no transcurso da existência.

Oferecendo coragem e bom ânimo, demonstra que tudo obedece à planificação divina e que não cai uma folha da árvore que não seja pela vontade de Deus, conforme asseverou Jesus.

A fim de exemplificar que não existem exceções nas planificações divinas, Jesus, que não tinha quaisquer dívidas perante a Consciência Cósmica, veio amar e experimentar a ingratidão humana, submetendo-se ao holocausto com paciência, misericórdia e amor inexcedíveis.

(Obra: Jesus e Vida - Divaldo Franco/Joanna de Ângelis)

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

EDUCANDO A MEDIUNIDADE


Edo Mariani

Em todos os tempos os homens se comunicaram com os Espíritos. Consultando a história da Humanidade constatamos essa realidade.

As pitonisas mencionadas no velho Testamento, onde se registra a história de um povo, eram médiuns, por intermédio das quais os Espíritos se relacionavam com o mundo material.

No Novo Testamento também encontramos fecundo material de informações a respeito da mediunidade; no Evangelho de Mateus, cap. 16, v. 17, deparamos com as seguintes referências de Jesus que nos convidam à meditação sobre o ensinamento por Ele ministrado aos Seus discípulos: “Então Jesus lhes afirmou (referindo-se a Pedro): Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está no céu".  No v. 18 Ele continua: “Também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela”.

Entendemos com clareza que se não foi alguém de carne e sangue que se revelou a Pedro, só pode ter sido um Espírito e que a pedra da revelação sobre a qual Jesus edificaria sua igreja é a mediunidade, por intermédio da qual recebemos os ensinamentos necessários à evolução espiritual da Humanidade.

Assim sendo, não nos resta dúvida de que a faculdade mediúnica é o instrumento colocado por Deus entre os dois mundos, material e espiritual, para que o progresso daqui fosse inspirado e orientado pelos Espíritos instrutores mais elevados do mundo original que é o mundo dos Espíritos.

No sentido expresso da palavra, médium quer dizer intermediário, agente, instrumento.

Ensina Kardec em Obras Póstumas, parágrafo 6º, item 34: “O fluido espiritual é o agente de todos os fenômenos espíritas. (...) O desenvolvimento da faculdade mediúnica prende-se à natureza mais ou menos expansível do perispírito do médium. (...) Depende, portanto, de sua organização e pode desenvolver-se quando existe, mas não será adquirida se o princípio não existir”.

Aprendemos, portanto, com Kardec, que todos somos mais ou menos médiuns, mas, médiuns com faculdades para servir de intermediário entre os dois mundos, só os que nascem com a organização espiritual predisposta à expansão espiritual.

Estamos conscientes a respeito da existência da faculdade e quem são os médiuns. Estamos conscientes também de que existindo a mediunidade ela deve ser educada para sua boa produção em favor da humanidade. Resta-nos agora estudarmos sobre o uso dessa primorosa ferramenta que temos às mãos para o trabalho na seara do bem.

A mediunidade, portanto, não depende da evolução moral do médium, como aprendemos com Kardec.

É assim que muitas pessoas procuram o Centro Espírita quando sofrem alguns distúrbios psíquicos, depois de percorrerem consultórios de médicos especializados e de psicólogos, com o objetivo de se livrarem desses distúrbios, através do que chamam de desenvolvimento mediúnico. Julgam que desenvolvendo a mediunidade estarão resguardados do assédio dos Espíritos. Quando percebem que o tal desenvolvimento não acontece de inopino e que não conseguem o alívio almejado, se interrogam desanimados: Qual a razão de não conseguir melhorar? Qual a razão de continuar com ideias estranhas? Por que não consigo deixar de frequentar certos ambientes de onde me retiro em condições ainda mais amargas, mais infeliz ainda?

São preocupações de quem não compreendeu o que é ser médium. Julgam-se doentes quando a mediunidade não é doença. É sim uma espécie de sexto sentido a ser cultivado e educado para a prática do bem. Educá-lo consiste no conhecimento dos princípios da doutrina espírita e na renovação íntima.

Ao Centro Espírita cabe a tarefa de ajudar o neófito, fazendo-o compreender que antes do trato com entidades espirituais é necessário e muito mais importante aprender a viver bem com as pessoas com as quais priva através dos relacionamentos do dia-a-dia com quem convive e depois, então, sim, estará em condições de se relacionar com os Espíritos desencarnados. 

Desenvolver a mediunidade com proveito e sem sofrimento, só depois de nos tornarmos verdadeiros cristãos, quando nosso esforço maior estiver voltado para a edificação do Reino de Deus no nosso coração. Para tanto é imprescindível a escolha por caminhar pela estrada estreita, esforços para a aquisição do bem, ter planos deliberados para uma existência proveitosa, aplicação com amor nas experimentações. Solidez nas convicções, vivência harmoniosa no conjunto dos companheiros de ideal espírita.

É nisso que consiste, segundo entendemos, a educação mediúnica. Sem essa elaboração introspectiva em estudar e amar fica difícil a companhia dos bons Espíritos, bondosos amigos nossos a nos assessorar nessa empreitada gloriosa de crescimento espiritual amando os semelhantes como amamos a nós próprios. Enquanto isso não acontecer, enquanto permanecermos vinculados aos prazeres fáceis que o mundo oferece aos desavisados, seremos eternos candidatos ao sofrimento pelos desequilíbrios psíquicos que tanto nos atormentam.

Tais desequilíbrios funcionam como chamamentos divinos a nos convidar para participar dos caminhos traçados por Jesus e assim usufruirmos as benesses da alma para as quais fomos criados.

Esforço e boa vontade são os ingredientes necessários para essa caminhada gloriosa ao encontro da felicidade tão sonhada por todos nós.

Fonte: Revista O Consolador

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

SER CORTÊS E RESPEITOSO


Nunca será demais falar sobre cortesia e respeito. Em verdade, ambos bastante esquecidos na atualidade.
Ambos vão perdendo cidadania a passos largos.
É comum as pessoas falarem muito alto no ônibus, nos restaurantes, em lugares públicos em geral, desrespeitando os demais.
E o mais delicado é que nem sempre a conversa é agradável. Às vezes se trata de críticas amargas ao governo, a parentes, a amigos.
Tudo vai sendo extravasado em altos brados, como se não houvesse outras pessoas próximas, compartilhando do mesmo ambiente.
Não se sabe bem se a pessoa não tem condições de se ouvir e descobrir que está falando muito alto ou se ela deseja que os outros tomem conhecimento das suas ideias.
Uma escritora relatou que presenciou, em um restaurante, várias famílias deixarem pelo meio os pratos na mesa e se retirarem.
Tudo porque um casal resolveu brigar na mesa vizinha e não economizou o volume da voz. Muito menos o vocabulário grosseiro.
De maneira estranha, todos se sentem incomodados mas ninguém diz nada.
Bastaria um Por favor, falem mais baixo. Ou: Eu não gostaria que meus filhos ouvissem o que estão dizendo
Se todos passarmos a agir, essas pessoas terão que adotar uma nova postura, modificando-se e modificando o mundo.
Não acredite quando lhe falarem que a cortesia saiu da moda.
Quem não gosta de receber um gesto delicado? Quem não nota quando um rapaz se ergue do assento e o oferece ao idoso cansado?
Quem não nota, com prazer, a pessoa que junta do chão um objeto e o devolve a quem deixou cair, sem haver se dado conta?
Quem não se sensibiliza com um Muito obrigado; Por favor; Desculpe?
Tenha certeza: a cortesia e o respeito nunca sairão de moda.

(Momento Espírita)

VOCÊ JÁ ENCONTROU A SUA METADE? | Espiritismo Sem Mistério (26/11/2019)