quarta-feira, 31 de maio de 2017

Parábola da Figueira Seca


"E ao outro dia, como saíssem de Betânia, teve fome. E tendo visto ao longe uma figueira, foi lá a ver se acharia nela alguma coisa; e quando chegou a ela, nada achou, senão folhas, porque não era tempo de figos. E falando-lhe disse: Nunca jamais coma alguém fruto de ti para sempre; o que os discípulos ouviram. E no outro dia pela manhã, ao passarem pela figueira, viram que ela estava seca até as raízes. Então, lembrando Pedro, disse para Jesus: Olha, Mestre, como secou a figueira que tu amaldiçoaste. E respondendo Jesus, lhes disse: Tende fé em Deus. Em verdade vos afirmo que todo o que disse a este monte: Tira-te daí e lança-te ao mar, e isto sem hesitar no seu coração, mas tendo fé de que tudo o que disser sucederá, ele o verá cumprir assim." (Marcos, XI: 12-14 e 20-23).

A figueira seca é o símbolo das pessoas que apenas aparentam o bem, mas na realidade nada produzem de bom: dos oradores que possuem mais brilho do que solidez, dotados do verniz das palavras de maneira que estas agradam aos ouvidos; mas, quando as analisamos, nada revelam de substancial para o coração; e, quando as acabamos de ouvir, perguntamos que proveito tivemos.

É também o símbolo de todas as pessoas que podem ser úteis e não o são; de todas as utopias, de todos os sistemas vazios, de todas as doutrinas sem bases sólidas. O que falta, na maioria das vezes, é a verdadeira fé, a fé realmente fecunda, a fé que comove as fibras do coração, em uma palavra, a fé que transporta montanhas. São árvores frondosas, mas sem frutos, e é por isso que Jesus as condena a esterilidade, pois dia virá em que ficarão secas até à raiz. Isso quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que não produziram nenhum bem para a humanidade, serão reduzidas a nada; e que todos os homens voluntariamente inúteis, que não se utilizaram os recursos de que estavam dotados, serão tratados como a figueira seca.

Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos. Suprem o organismo  material que falta a estes, para nos transmitirem as suas instruções. Eis porque são dotados de faculdades para esse fim. Nestes tempos de renovação social, desempenham uma missão especial: são como árvores que devem dispensar o alimento espiritual aos seus irmãos. Por isso, multiplicam-se, de maneira a que o alimento seja abundante. Espalham-se por toda parte, em todos os países, em todas as classes sociais, entre os ricos e os pobres, os grandes e os pequenos, a fim de que em parte alguma haja deserdados, e para provar aos homens que todos são chamados. Mas se eles desviam de seu fim providencial a faculdade preciosa que lhes foi concedida, se a colocam a serviço de coisas fúteis e prejudiciais, ou dos interesses mundanos; se, em vez de frutos salutares, dão maus frutos; se se recusam a torná-la proveitosa para os outros; se nem mesmo para si tiram os proveitos da melhoria própria, então se assemelham à figueira estéril. Deus,então, lhe retirará um dom que se tornou inútil entre as suas mãos; a semente que não souberam semear; e os deixará tornarem-se  presas dos maus Espíritos.


(Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo)

SOU A CAUSA DO MEU EFEITO (Por Américo Canhoto)

Somos hoje o que nos fizemos ontem.

A lei de causa e efeito é uma velha conhecida nossa.

Somos de certa forma parte dela. Isso, não quer dizer que prestemos atenção a ela na hora de fazer nossas escolhas.
   
Vale citar como exemplo a relação entre a mente, as emoções e o corpo.
A mente com a colaboração das emoções é a causa e o corpo são os efeitos. Nosso corpo atualmente reflete antigas opções da mente/emoção/atitudes. Mesmo as tendências inatas para adoecer e todas as características de constituição, aparência, fisiologia e aptidões que trazemos ao nascer foram fruto de nossas escolhas conscientes ou não. Durante a existência não haverá tempo hábil para modificar boa parte dessas características, tendências e predisposições inatas.

Muitos efeitos hoje materializados no corpo resultaram de opções bem antigas.

Escolhas da mente/emoção de médio prazo, como fumar e adquirir como resultado um enfisema, um câncer, etc. (mesmo com a doença sendo esfregada no próprio nariz, muitos não a aceitam como efeito da escolha).
    A maior parte dos efeitos do presente é resultante de escolhas de curto prazo, como uma enxaqueca ou um mal estar digestivo devido a excessos ou abuso de qualquer tipo.

Cuidado seus efeitos podem estar causando na sua vida...

quarta-feira, 24 de maio de 2017

NOSSO BRASIL

Venho atender a chamado
de urgente situação
Meu povo anda magoado
com os rumos da nação.

Caro amigo brasileiro,
acalme o seu coração
Não há neste mundo inteiro
mais lindo pedaço de chão.

Veja o verde dessas matas
em diferentes matizes,
repara nas lindas cascatas
e nas aves que voam felizes

Já disse o poeta um dia
"Nossos campos têm mais flores
Nossos bosques têm mais vida"
Venceremos com louvores!

Sabemos que estamos na era
da grande transformação
Confiemos "na galera"
dessa nova geração.

Estamos em novo momento
Em que vale destacar
A honestidade é o fermento
que chega pra nos salvar.

Não mais queremos a fama
do "jeitinho brasileiro"
Há flores que nascem na lama
e sem precisar de dinheiro

Não pensem que não somos mais
A Pátria do Evangelho
Pois necessário se faz
Retirar os "cacos" velhos

Se a crise hoje aparece
Colocando as mangas de fora
É que a mudança carece
dessa noite que transforma

Confia que em breve futuro
nosso olhar vai poer ver
que ainda além deste muro
o sol voltará a nascer

Segue fazendo a sua parte
espalhe otimismo onde for
Seguir com Jesus é uma arte
Que necessita de amor.

Jair Presente -  menganem psicografada em 20/05/2017 por Bel Guirado na Casa de Eurípides de Pindamonhangaba

CUIDADO COM A MEMÓRIA DE SUA CASA

O padrão vibratório de uma casa tem relação direta com a energia e o estado de espírito de seus moradores.

O conjunto de pensamentos, sentimentos, estado de espírito, condições físicas, anseios e intenções dos moradores fica impregnado no ambiente, criando o que se chama de egrégora.

O que poucos sabem é que as paredes, objetos e a atmosfera da casa têm memória e registram as energias de todos os acontecimentos e do estado de espírito de seus moradores.

Por isso, quando pensar na saúde energética de sua casa, tome a iniciativa básica e vital de impregnar sua atmosfera apenas com bons pensamentos e muita fé.

Evite brigas e discussões desnecessárias. Observe seu tom de voz: nada de gritos e formas agressivas de expressão. Não bata portas e tente assumir gestos harmoniosos, cuidando de seus objetos e entes queridos com carinho.

Não pense mal dos outros. Pragas, nem pensar!
Selecione muito bem as pessoas que vão frequentar sua casa.

Se você nutre uma mágoa profunda ou mesmo um ódio forte por alguém, procure ajuda para limpar essas energias densas de seu coração.

Alegria, amor, paz, prosperidade, saúde, amizades, beleza já estão bons para começar, não é mesmo?
(Chico Xavier)

sábado, 20 de maio de 2017

Oração pelo Brasil

Senhor
Tu nos deste o Brasil por pátria de luz para o trabalho.
Ajuda-nos a viver de modo a nos transformarmos nos teus braços no mundo.
Contudo, nesta hora grave, pela qual passa o povo brasileiro, faze com que os ensinamentos do Cristo nos permitam ontribuir de forma lúcida e competente.
Então, Senhor, concede-nos o momento para pedirmos por esta nação e, sobretudo, por nossa gente:
– Que nenhum brasileiro seja o símbolo da guerra;
– Que nenhum de nós fomente a discórdia e a desunião;
– Que, nas lutas da vida, nossas armas sejam a honestidade, a bondade, a dignidade e a força irrefreável do labor;
– Que nossas críticas ferinas sejam transmutadas no apoio moral e na ordem que do alto emana: Pacificai!
– Que as disputas no cenário político sejam um convite à reflexão; e que o refletir traduza a necessidade da ação por meio da disciplina e da democracia conscientes.
Assim Seja!

Por Eurípedes Barsanulfo

sexta-feira, 19 de maio de 2017

ROGATIVA

Senhor Jesus!...
Nós te  agradecemos:
a benção do  amor: o tesouro do tempo;
a felicidade  de trabalhar;
o privilégio de  servir;
o dom da palavra;
o apoio da instrução;
a força do progresso;
o amparo  da esperança;
a construção da fé;
a lição da prova;
o benefício da dor;
o apoio do companheiro;
e o concurso do  adversário!...
Sabemos,  porém,  Senhor,  que  nos  cabe  o  dever  de  aproveitar-te as  concessões,  a  fim  de  acender  em  nós  mesmos  a  luz  da  experiência para o camino que nos conduz a Deus.
Compreendendo  tudo  isso,  nós  te  rogamos  a  precisa  coragem  de cultivar  a  humildade  e  a  paciência,  porquanto,  somente  sobre  semelhante alicerces   espirituais,   é   que   nos   esqueceremos   de   nossos   caprichos próprios,   de   modo  a  aceitarmos,  para  a  nossa  felicidade,  as  tuas determinações,  onde  estivermos,  seja  com  quem  for,  em  todo  o  tempo  e em qualquer circunstância  hoje e  sempre.
Assim  seja.
Livro: Aulas da Vida
Chico Xavier

quarta-feira, 17 de maio de 2017

A Fé Religiosa – Condição da Fé Inabalável


6 – No seu aspecto religioso, a fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões, e todas elas têm os seus artigos de fé. Nesse sentido, a fé pode ser racionada ou cega. A fé cega nada examina, aceitando sem controle o falso e o verdadeiro, e a cada passo se choca com a evidência da razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Quando a fé se firma no erro, cedo ou tarde desmorona. Aquela que tem a verdade por base é a única que tem o futuro assegurado, porque nada deve temer do progresso do conhecimento, já que o verdadeiro na obscuridade também o é a plena luz. Cada religião pretende estar na posse exclusiva da verdade, mas preconizar a fé cega sobre uma questão de crença é confessar a impotência para demonstrar que se está com a razão.

            7 – Vulgarmente se diz que a fé não se prescreve, o que leva muitas pessoas a alegarem que não são culpadas de não terem fé. Não há dúvida que a fé não pode ser prescrita, ou o que é ainda mais justo: não pode ser imposta. Não, a fé não se prescreve, mas se adquire, e não há ninguém que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais fundamentais, e não desta ou daquela crença particular. Não é a fé que deve procurar essas pessoas, mas elas que devem procurá-la, e se o fizeram com sinceridade a encontrarão. Podeis estar certos de que aqueles que dizem: “Não queríamos nada melhor do que crer, mas não o podemos fazer”, apenas o dizem com os lábios; e não com o coração, pois ao mesmo tempo em que o dizem, fecham os ouvidos. As provas, entretanto, abundam ao seu redor. Por que, pois, se recusam a ver? Nuns, é a indiferença; noutros, o medo de serem forçados a mudar de hábitos; e na maior parte, o orgulho que se recusa a reconhecer um poder superior, porque teria de inclinar-se diante dele.

            Para algumas pessoas, a fé parece de alguma forma inata: basta uma faísca para desenvolvê-la. Essa facilidade para assimilar as verdades espíritas é sinal evidente de progresso anterior. Para outras, ao contrário, é com dificuldade que elas são assimiladas, sinal também evidente de uma natureza em atraso. As primeiras já creram e compreenderam, e trazem, ao renascer, a intuição do que sabiam. Sua educação já foi realizada. As segundas ainda têm tudo para aprender: sua educação está por fazer. Mas ela se fará, e se não puder terminar nesta existência, terminará numa outra.

            A resistência do incrédulo, convenha, quase sempre se deve menos a ele do que à maneira pela qual lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário sobretudo compreender. A fé cega não é mais deste século(1) . É precisamente o dogma da fé cega que hoje em dia produz o maior número de incrédulos. Porque ela quer impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: a que se constitui do raciocínio e do livre-arbítrio. É contra essa fé, sobretudo, que se levanta o incrédulo, o que mostra a verdade de que a fé não se impõe. Não admitindo provas, ela deixa no espírito um vazio, de que nasce a dúvida. A fé raciocinada, que se apóia nos fatos e na lógica, não deixa nenhuma obscuridade: crê-se, porque se tem à certeza, e só se está certo quando se compreendeu. Eis porque ela não se dobra: porque só é inabalável a fé que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.

            É a esse resultado que o Espiritismo conduz, triunfando assim da incredulidade, todas as vezes em que não encontrar a oposição sistemática e interessada.

(1)  Kardec referia-se ao século passado, de maneira que a sua afirmação é hoje ainda mais adequada. (Nota do Tradutor)

segunda-feira, 15 de maio de 2017

QUANTOS ESPÍRITOS ESTÃO AO SEU LADO?

QUANTOS ESPÍRITOS ESTÃO AO SEU LADO?

CHICO DE MINAS XAVIER | Daniel Polcaro

Calcula-se que existam por volta de 6, 7 vezes mais espíritos desencarnados do que os 7 bilhões reencarnados na terra. E onde esses quase 50 bilhões de irmãos habitam, o que fazem?

Muitos estão diretamente ligados à terra, à nossa mente, com compromisso com a evolução da humanidade e outros, ainda a caminho do bem, enfrentam os desafios dos seus próprios sentimentos na busca de vingança e alimentam certos vícios que carregam da experiência terrena.

E nenhum deles, por mais que queiram, não possuem acesso a encarnados que não tenham semelhanças energéticas e de pensamento com eles. Portanto, nós que escolhemos nossas companhias.

Ao menos cinco espíritos, em média, nos acompanham pelos mais diferentes motivos. Seja pelo nosso gosto musical, nossa profissão, nosso vício com sexo, álcool, tabaco, e nossas missões pelo bem coletivo ou por aquele ódio que consumimos silenciosamente.

É a mais pura lei da atração energética, por isso a necessidade diária de prece, de conexão com a Espiritualidade Maior, a fim de apenas fortalecer os nossos laços com irmãos comprometidos com nosso progresso.

Uma simples prece diária, a renovação de pensamentos e um passe semanal, acompanhada por uma boa palestra na casa de oração, uma leitura edificante, sem contar com a importância do trabalho voluntário, são ações que equivalem a um profundo banho energético na alma.

Então… que tipo de espírito você escolhe para estar ao seu lado?

Daniel Polcaro é jornalista e médium espírita.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Poder da Fé


1 - E depois que veio para onde estava a gente, chegou a ele um homem que, posto de joelhos, lhe dizia: Senhor, tem compaixão de meu filho, que é lunático e padece muito; porque muitas vezes cai no fogo, e muitas na água. E tenho-o apresentado a teus discípulos, e eles o não puderam curar. E respondendo Jesus, disse: Ó geração incrédula e perversa, até quando hei de estar convosco, até quando vos hei de sofrer? Trazei-mo cá. E Jesus o abençoou, e saiu dele o demônio, e desde àquela hora ficou o moço curado. Então se chegarão os discípulos a Jesus em particular e lhe disseram: Por que não pudemos nós lançá-lo fora? Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé. Porque na verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar, e nada vos será impossível. (Mateus, XVII: 14-19).

2 – É certo que, no bom sentido, a confiança nas próprias forças torna-nos capazes de realizar coisas materiais que não podemos fazer quando duvidamos de nós mesmos. Mas, então, é somente no seu sentido moral que devemos entender estas palavras. As montanhas que a fé transporta são as dificuldades, as resistências, a má vontade, em uma palavra, que encontramos entre os homens, mesmo quando se trata das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões orgulhosas, são outras tantas montanhas que atravancam o caminho dos que trabalham para o progresso da humanidade. A fé robusta confere a perseverança, a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas. A fé vacilante produz a incerteza, a hesitação, de que se aproveitam os adversários que devemos combater; ela nem sequer procura os meios de vencer, porque não crê na possibilidade de vitória.

3 – Noutra acepção, considera-se fé a confiança que se deposita na realização de determinada coisa, a certeza de atingir um objetivo. Nesse caso, ela confere uma espécie de lucidez, que faz antever pelo pensamento os fins que se têm em vista e os meios de atingi-los, de maneira que aquele que a possui avança, por assim dizer, infalivelmente. Num e outro caso, ela pode fazer que se realizem grandes coisas

A fé e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim. A fé insegura sente a sua própria fraqueza, e quando estimulada pelo interesse torna-se furiosa e acredita poder suprir a força com a violência. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança, enquanto a violência, pelo contrário, é prova de fraqueza e de falta de confiança em si mesmo.

4 – Necessário guardar-se de confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se alia à humildade. Aquele que a possui deposita a sua confiança em Deus, mais do quem em si mesmo, pois sabe que, simples instrumento da vontade de Deus, nada pode sem Ele. E por isso que os Bons Espíritos vêm em seu auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado cedo ou tarde, pela decepção e os malogros que lhes são infligidos.

5 – O poder da fé tem aplicação direta e especial na ação magnética. Graças a ela, o homem age sobre o fluído, agente universal, modifica-lhe a qualidade e lhe dá impulso por assim dizer irresistível. Eis porque aquele que alia, a um grande poder fluídico normal, uma fé ardente, pode operar, unicamente pela sua vontade dirigida para o bem, esses estranhos fenômenos de cura e de outra natureza, que antigamente eram considerados prodígios, e que entretanto não passam de conseqüências de uma lei natural. Essa a razão porque Jesus disse aos seus apóstolos: Se não conseguistes curar, foi por causa de vossa pouca fé.

(KARDEC, Allan: O Evagngelho Segundo o Espiritismo - FEB.)


terça-feira, 9 de maio de 2017

OS REMÉDIOS ESPIRITUAIS


Os remédios espirituais diferem radicalmente dos remédios materiais. Enquanto que o remédio material ataca a doença superficialmente, isto é, apenas na manifestação física, o remédio espiritual age diretamente sobre a causa profunda que originou a moléstia, isto é, sobre as manchas apresentadas pelo perispírito. O remédio material cura o corpo e não cuida do perispírito; portanto, se a doença tem sua origem no perispírito, a cura será apenas aparente e momentânea, porque enquanto persistir a mancha perispiritual, sempre se manifestará a doença, quer sob uma forma quer sob outra. O remédio espiritual dirige-se especialmente ao perispírito, porque estando curado o perispírito, necessariamente o corpo material estará curado. Já é sabido por todos que o corpo material é o reflexo do perispírito, nosso corpo espiritual. Daí podemos tirar a seguinte conclusão lógica: corpo espiritual saudável é igual a corpo material saudável; corpo espiritual doente é igual a corpo material doente. Conquanto o doente tenha por dever lutar por integrar-se na posse de saúde material, não deve esquecer-se de que a doença, principalmente essas que não encontram cura na Terra, é um remédio enérgico para a cura de seu corpo espiritual. E alguns doentes necessitam de mais do que uma reencarnação dolorosa, a fim de que seu perispírito possa curar-se das tremendas manchas adquiridas em existências passadas. Os remédios espirituais consistem em fluidos. Os fluidos são ministrados aos doentes por dois meios: pelo passe e pela água fluida. Os passes são aplicados pelos espíritos curadores, geralmente com o concurso de um médium curador. E a água fluida é a água comum fortemente impregnada de fluidos. A bondade divina não depende dos homens para manifestar-se. Assim sendo, os doentes que não puderem contar com o auxílio de um médium curador para se beneficiarem, poderão receber em seu próprio quarto os remédios espirituais de que necessitam: terem seus passes e sua água fluida. Para isso, procederão da seguinte maneira: escolherão uma determinada hora diária, sempre a mesma; será uma hora em que estarão o mais livre possível das preocupações materiais; colocarão sobre a mesa um copo d'água; orarão fervorosamente a Deus e a Jesus pedindo que um mensageiro possa ministrar-lhes um passe e fluir-lhes a água. Não se esquecerão de estender o benefício da prece a seus irmãos que sofrem, quer encarnados quer desencarnados, certos de que o que pedirem para os outros isso mesmo receberão. Cinco minutos, mais ou menos, de prece fervorosa e de boa concentração, é o suficiente. Em seguida beberão a água confiantes em que estão ingerindo o remédio que lhes farão bem e que lhes foi transmitido um passe. Os doentes incuráveis encontrarão profundo alívio em assim procederem. A resignação ante a prova ou expiação pela qual estão passando, a calma interior que passarão a desfrutar, lhes aligeirarão o pesado fardo e a Esperança brilhará em seus corações, clareando-lhes a estrada para a felicidade futura.

Livro: A Mediunidade sem Lágrimas – Autor: Eliseu Rigonatti

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Reconhece-se O Cristão Pelas Suas Obras


SIMEÃO
Bordeaux,1863


“Nem todos os que me dizem Senhor, Senhor, entrarão no Reino dos Céus, mas somente o que faz a vontade de meu Pai, que está nos Céus”. Escutai estas palavras do mestre, todos vós que repelis a doutrina espírita como obra do demônio! Abri os vossos ouvidos, pois chegou o momento de ouvir! Será suficiente trazer a libré do Senhor, para ser um fiel servidor? Será bastante dizer:“ Sou cristão ”, para seguir o Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras. “Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos”. – “Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada no fogo”. – Eis as palavras do Mestre. Discípulos do Cristo, compreendei-as bem! Quais os frutos que a árvore do Cristianismo deve dar, árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com a sua sombra uma parte do mundo, mas ainda não abrigaram a todos os que devem reunir-se em seu redor? Os frutos da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e fé. O Cristianismo, como o vem fazendo desde muitos séculos, prega sempre essas divinas virtudes, procurando distribuir os seus frutos. Mas quão poucos os colhem! A árvore é sempre boa, mas os jardineiros são maus. Quiseram moldá-la segundo as suas idéias, modelá-la de acordo com as suas conveniências. Para isso a cortaram, diminuíram, mutilaram. Seus ramos estéreis já não produzem maus frutos, pois nada mais produzem. O viajor sedento que se acolhe à sua sombra, procurando o fruto de esperança, que lhe deve dar força e coragem, encontra apenas os ramos adustos, pressagiando mau tempo. É em vão que busca o fruto da vida na árvore da vida: as folhas tombam secas aos pés. A mãos do homem tanto as trabalharam, que acabaram por crestá-las!

Abri, pois, vossos ouvidos e vossos corações, meus bem amados! Cultivai esta árvore da vida, cujos frutos proporcionam a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a cuidá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância os seus frutos divinos. Deixai-a assim como o Cristo vo-la deu: não a mutileis. Sua sombra imensa quer estender-se por todo o universo; não lhe corte a ramagem. Seus frutos generosos caem em abundância, para alentar o viajor cansado, que deseja chegar ao seu destino. Não os amontoeis, para guardá-los e deixá-los apodrecer, sem servirem a ninguém. “São muitos os chamados e poucos os escolhidos”. É que há os açambarcadores do pão da vida, como os há do pão material. Não vos coloqueis entre eles; a árvore que dá bons frutos deve distribuí-los para todos. Ide, pois, procurar os necessitados; conduzi-os sob as ramagens da árvore e partilhai com eles o abrigo que ela vos oferece. “Não se colhem uvas dos espinheiros”. Meus irmãos, afastai-vos, pois, dos que vos chamam para apontar os tropeços do caminho, e segui os que vos conduzem à sombra da árvore da vida.

O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: “Os que me dizem Senhor, Senhor, nem todos entrarão no Reino dos Céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai, que está nos Céus”. Que o Senhor das bênçãos vos abençoe, que o Deus da luz vos ilumine; que a árvore da vida vos faça com abundância a oferenda dos seus frutos! Credes e orai!

(KARDEC, Allan: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XVIII).