terça-feira, 30 de abril de 2013

Dia do Trabalho e Espiritismo

Não deixa de ser paradoxal comemorar o Dia do Trabalho sem trabalhar… mas é melhor não dar ideias.

A verdade é que o trabalho é o meio de nos disciplinarmos neste planeta. O trabalho é a prática do nosso poder transformador. Foi através do trabalho que a civilização nos trouxe até onde estamos.

Pela reencarnação, fomos nós mesmos que construímos a civilização. Reencarnando de tempos em tempos, auxiliamos com nosso trabalho na manutenção e desenvolvimento do planeta. Transformamos lugares inóspitos em áreas aprazíveis, tornamos a vida no planeta mais confortável e segura.

Pela falta de cuidado com os recursos naturais, colocamos em risco muitos desses avanços, como crianças irresponsáveis que não cuidam dos seus brinquedos.

Muitas pessoas não gostam de trabalhar. Não me refiro àqueles que não gostam de seus empregos. Há empregos que realmente exigem muita resignação e necessidade para suportá-los. Mas há pessoas que não gostam de nenhum emprego, nenhum trabalho está bom para elas. O sonho de milhões de pessoas é ganhar na loteria pra nunca mais precisar trabalhar.

Eu não jogo, não compro bilhetes de loteria. Um grande prêmio seria um problema que eu dispenso. Organizar a vida dá um certo trabalho. Vencer a si mesmo, adquirir disciplina, é algo que exige um grande esforço para se colocar em prática. Uma fortuna inesperada bagunçaria tudo. Pela facilidade repentina, as lições praticadas até agora e que ainda não foram suficientemente provadas correriam o risco de serem desperdiçadas.

A capacidade de trabalho é um diferencial importante na vida do espírito. Quando foi publicado o livro “Nosso Lar”, em 1944, muitas pessoas ficaram decepcionadas e revoltadas ao descobrirem que a vida após a morte continuava de modo muito semelhante, inclusive com trabalho. Esperavam ir para o céu, ficar de barriga pra cima ouvindo os anjos tocando corneta. André Luiz enfatiza sempre que o trabalho é fator indispensável para o progresso do espírito, e que a oportunidade de trabalhar, para o espírito desencarnado, é considerada a maior bênção possível.

Costuma-se dizer que o brasileiro não gosta de trabalhar. Não sei se nos outros países é diferente. Mas é verdade que temos uma herança colonial em que o trabalho era considerado baixo, vil. Para os portugueses que colonizaram o Brasil, filhos de um povo que havia conquistado grande glória no tempo das Grandes Navegações, a atividade laboral, principalmente braçal, era considerada coisa inferior.

Por isso a escravidão. Mão-de-obra escrava para servir pessoas que consideravam o trabalho uma ofensa. Na própria Bíblia, lá no comecinho do Gênesis, o trabalho é considerado como um castigo: “Ganharás o pão com o suor do teu rosto”; é o que Deus diz a Adão quando foi desobedecido.

O Brasil foi erguido a braço negro e escravo. Se dependesse do esforço de quem nos colonizou naquele momento histórico, não estaríamos aqui.

O trabalho, ao lado da família, é um dos pilares do nosso desenvolvimento espiritual aqui na Terra. Sejamos gratos ao trabalho, à nossa capacidade de fazer, de produzir, de transformar, de construir.

Fonte: Espírito Imortal

segunda-feira, 29 de abril de 2013

BENEFICÊNCIA E PACIÊNCIA

“A caridade é paciente e benigna...” – Paulo
(I CORÍNTIOS, 13:4.)

Beneficência, sim, para com todos:
Prato dividido.
Veste aos nus.
Remédio aos doentes.
Asilo aos que vagueiam sem teto.
Proteção à criança sem teto.
Auxílio ao ancião em desvalimento.
Socorro às viúvas.
Refúgio aos indigentes.
Consolo aos tristes.
Entretanto, é preciso estender a bondade igualmente noutros setores:
Compreensão em família.
Trabalho sem queixa.
Cooperação sem atrito.
Pagamento sem choro.
Atenção a quem fale, ainda mesmo sem qualquer propósito edificante.
Respeito aos problemas dos outros.
Serenidade às provocações.
Tolerância para com as idéias alheias.
Gentileza na rua.
A beneficência pode efetuar prodígios, levantando a generosidade e conquistando a
gratidão; contudo, em nome da caridade, toda beneficência, para completar-se, não pode
viver sem a paciência.

(Obra: Palavras de Vida Eterna - Chico Xavier/Emmanuel)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

VIVAMOS CALMAMENTE

"Que procureis viver sossegados." - Paulo. (I Tessalonicenses, 4:11).

Viver sossegado não é apodrecer na preguiça.

Há pessoas, cujo corpo permanece em decúbito dorsal, agasalhadas, contra o frio da dificuldade, por excelentes cobertores da facilidade econômica, mas torturadas mentalmente por indefiníveis aflições.

Viver calmamente, pois, não é dormir na estagnação.

A paz decorre da quitação de nossa consciência para com a vida, e o trabalho reside na base de semelhante equilíbrio.

Se desejamos saúde, é necessário lutar pela harmonia do corpo.

Se esperamos colheita farta, é indispensável plantar com esforço e defender a lavoura com perseverança e carinho.

Para garantir a fortaleza do nosso coração, contra o assédio do mal, é imprescindível saibamos viver dentro da serenidade do trabalho fiel aos compromissos assumidos com a ordem e com o bem.

O progresso dos ímpios e o descanso dos delinqüentes são paradas de introdução à porta do inferno criado por eles mesmos.

Não queiras, assim, estar sossegado, sem esforço, sem luta, sem trabalho, sem problemas...

Todavia, consoante a advertência do apóstolo, vivamos calmamente, cumprindo com valor, boa-vontade e espírito de sacrifício, as obrigações edificantes que o mundo nos impõe cada dia, em favor de nós mesmos

(Chico Xavier / Emmanuel: FONTE VIVA - Feb.)

terça-feira, 23 de abril de 2013

Perda de Pessoas Amadas e Mortes Prematuras

Quando a morte vem ceifar em vossas famílias, levando sem consideração os jovens em lugar dos velhos, dizeis freqüentemente: “Deus não é justo, pois sacrifica o que está forte e com o futuro pela frente, para conservar os que já viveram longos anos, carregados de decepções: leva os que são úteis e deixa os que não servem para nada mais; fere um coração de mãe, privando-o da inocente criatura que era toda a sua alegria”. Criaturas humanas, são nisto que tendes necessidades de vos elevar, para compreender que o bem está muitas vezes onde pensais ver a cega fatalidade. Por que medir a justiça divina pela medida da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos Mundos queira, por um simples capricho, infligir-vos penas cruéis? Nada se faz sem uma finalidade inteligente, e tudo o que acontece tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos atingem, sempre encontraria nela a razão divina, razão regeneradora, e vossos miseráveis interesses representariam umas considerações secundárias, que relegaríeis ao último plano. Acreditai no que vos digo: a morte é preferível, mesmo numa encarnação de vinte anos, a esses desregramentos vergonhosos que desolam as famílias respeitáveis, ferem um coração de mãe, e fazem branquear antes do tempo os cabelos dos pais. A morte prematura é quase sempre um grande benefício, que Deus concede ao que se vai, sendo assim preservado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à perdição. Aquele que morre na flor da idade não é uma vítima da fatalidade, pois Deus julga que não lhe será útil permanecer maior tempo na Terra. É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja cortada tão cedo! Mas de que esperanças querem falar? Das esperanças da Terra onde aquele que se foi poderia brilhar, fazer sua carreira e sua fortuna? Sempre essa visão estreita, que não consegue elevar-se acima da matéria! Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida tão cheia de esperanças, segundo entendeis? Quem vos diz que ela não poderia estar carregada de amarguras? Considerais como nada as esperanças da vida futura, preferindo as da vida efêmera que arrastais pela Terra? Pensais, então, que mais vale um lugar entre os homens que entre os Espíritos bem-aventurados? Regozijai-vos em vez de chorar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique, para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe entre os que não tem fé, e que vêem na morte a separação eterna. Mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre de seu invólucro corporal. Mães, vós sabeis que vossos filhos bem-aventurados estão perto de vós; sim, eles estão bem perto: seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento; mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque revela uma falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus. Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações de vosso coração, chamando esses entes queridos. E se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós mesmas a consolação poderosa que faz secarem as lágrimas, e essas aspirações sedutoras, que vos mostram o futuro prometido pelo soberano Senhor.


SANSÃO Antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863
(Obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec.)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

DEFINIR

Jesus ensinou-nos que o reino dos céus está dentro de nós. Indispensável que
a reflexão e a alegria de viver nos facultem um estado de plenitude.
O Mestre, sendo um Espírito perfeito, não escolheu tarefa para executar, não
procurou destaque na sociedade, evitou receber quaisquer homenagens. E
mesmo quando, entrando em Jerusalém, foi saudado pelos ramos que celebravam
vitórias, manteve-se discretamente montado sobre um jumento que pisava os
tecidos que eram colocados no piso por onde Ele passava...
Convivendo com os mais pobres, fez-se simples e despojado, a fim de não os
humilhar, nem lhes provocar inveja.
Dialogando com os humildes de coração, falou-lhes uma linguagem desataviada,
utilizando-se de imagens populares, quais o grão de mostarda, a pérola, a palha
do campo, os talentos, as lâmpadas de azeite, as redes do mar, com elas tecendo
a mais bela página do pensamento filosófico de que se tem notícia.
Nunca selecionou serviço a fazer, havendo atendido enfermos do corpo, da emoção,
da mente, todos doentes da alma, para demonstrar a excelência da saúde interior e
da perfeita integração espírito-mente-corpo, sugerindo sempre a necessidade de
cada um evitar o erro, de não se comprometer negativamente com nada, de
auto-superar-se.
Encorajou o perdão e a pureza de coração, vivendo-os integralmente em todos os
momentos da Sua trajetória.
Todo o Seu ministério foi realizado em clima de naturalidade e despojamento de
aparências, por isso mesmo, insuperável.
Começando-o em modesta estrebaria, encerrou-o numa cruz, prosseguindo em
iridescente madrugada que prossegue até hoje derramando claridade nas noites
morais da humanidade e nas sombras densas dos corações medrosos.
Toma-O como exemplo.
Ele se entregou ao Pai em total confiança, e jamais foi desamparado.
Faze o mesmo.

(Obra: Nascente de Bençãos - Divaldo Franco/Joanna de Ângelis)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

APRENDAMOS A AGRADECER

Saibamos agradecer as dádivas que o Senhor nos concede cada dia:

A largueza da vida;
O ar abundante;
A graça da locomoção;
A faculdade do raciocínio,
A fulguração da idéia;
A alegria de ver;
O prazer de ouvir;
O tesouro da palavra;
O privilégio do trabalho;
O dom de aprender;
A mesa que nos serve;
O pão que nos alimenta;
O pano que nos veste;
As mãos desconhecidas que se entrelaçam no esforço de suprir-nos a refeição e o agasalho;
Os benfeitores anônimos que nos transmitem a riqueza do conhecimento;
A conversação do amigo;
O aconchego do lar;
O doce dever da família;
O contentamento de construir para o futuro;
A renovação das próprias forças...
Muita gente está esperando lances espetaculares da “boa sorte mundana”, a fim de exprimir gratidão ao Céu.
O cristão, contudo, sabe que as bênçãos da Providência Divina nos enriquecem os ângulos mais simples de cada hora, no espaço de nossas experiências.
Nada existe insignificante na estrada que percorremos.
Todas as concessões do Pai Celeste são preciosas no campo de nossa vida.
Utilizando, pois, o patrimônio que o Senhor nos empresta, no serviço incessante ao bem, aprendamos a agradecer.

(Obra: FONTE VIVA - Chico Xavier / Emmanuel)

terça-feira, 16 de abril de 2013

AMOR E PAIXÃO

 
 Há algum tempo, em seguida ao triste acontecimento do Edifício Joelma, na Cidade de São Paulo, estávamos as despedidas com o querido Chico, após longas horas de seu abençoado trabalho no Espiritismo Cristão.

Do lado de fora, nas calçadas da Comunhão Espírita-Cristã, uma jovem, mal saída da adolescência, segura-lhe a mão e pergunta-lhe, emocionada:
 
- Chico! O que é o amor? E o que é a paixão? ...
 
Com um sorriso amigo, surpreso pela pergunta da menina-moça, o médium respondeu:
 
- Minha filha! O amor?! ... O amor é o lume do fogão que aquece a água para lavar a fralda do nenê, para esquentar o leite da mamadeira, cozer o alimento, fazer a sopinha... A paixão... Ela é o fogo destruidor; a paixão é o "Joelma".

Vimos brilhar os olhos daquela bela criaturinha, agradecida pela sábia resposta.

Ela desprendeu-se de seus braços, beijou-lhe a mão e retirou-se feliz...
 
(Obra: Encontros com Chico Xavier - De Cezar Carneiro de Souza)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O Trabalhador e Jesus


Em verdade, esses são dias de confusões na alma do mundo, causando dificuldades na ação do bem.

Jesus, contudo, já houvera asseverado que, na Terra, a alma humana só encontraria aflições. Há sombras que se avolumam no cerne dos seres, promovendo a sanha da violência e do crime em toda parte.

Mas Jesus afirmara que tanto o homem bom quanto o mau retiravam os fundamentos das suas obras dos próprios corações.

Esses são tempos nos quais identificamos a devastadora atividade do materialismo e a impertinência de interesses egoísticos que espalham a miséria da guerra.

Entretanto, Jesus estabeleceu que seriam bem-aventurados os pacificadores.
Um agigantado número de indivíduos, doentes e necessitados de variados matizes, num mundo de bilhões de almas, ainda sofre a tortura da desconsideração e do abandono.

Porém, é bom recordar a ação de Jesus, considerando que Ele afirmou não ter vindo para os sãos e sim para os enfermos. Vê-se a hipocrisia que se amplia nos arraiais planetários, levando ao engano, à ilusão, numerosas criaturas, que se entregam inermes à falácia de tantos que, de fala fácil, convincente e de corações ensombrados, esmeram-se por triunfar no imediatismo do mundo.

Jesus, no entanto, advertiu para que tivéssemos cuidados com os falsos profetas, disseminados aqui e ali.

Localizam-se atitudes antifraternais, expressas por meio de intrigas, de agressões de vários tipos, de ignomínias que estabelecem comprometimentos infelizes, provocando muito sofrimento e muita frustração desalentadores.
Mas, Jesus explicou que se O levaram à praça do escárnio e ao madeiro infamante, Ele que era o ramo verde, o que é que devem esperar as varas secas que nós representamos? Às vezes, o desalento ronda a trajetória dos servos do bem, em razão de tantas e exaustivas pelejas com que se defrontam, como se carregassem o peso do mundo sobre os ombros cansados.

Porém, vale não olvidar a recomendação de Jesus: Tende bom ânimo!

Sejam, então, quais forem os problemas que se apresentem nos passos do teu caminho terreno, caro amigo, quaisquer que sejam os desafios que se insurjam na tua rota evolutiva, seja em teu próprio íntimo, no relacionamento familiar ou nas lidas da seara em que trabalhas a tua fé, terás em Jesus Cristo o ancoradouro seguro para o coração, a orientação e o conforto moral de que necessites. Nele encontrarás sempre as respostas às tuas inquietações, a fim de que não te alarmes, não te atormentes, mas para que possas seguir caminho afora, superando as deficiências em torno de ti, cumprindo a parte que te cabe cumprir na cooperação com a Obra de Deus, sob a claridade do Consolador.


(Mensagem Psicografada por Raul Teixeira pelo Espírito Guilherme March em 20.11.2004 em Brasilia - DF)

sábado, 13 de abril de 2013

Estou Bem

Não andava me sentindo bem de saúde e, de contínuo, tinha fortes dores de cabeça, sendo
isto motivo de constantes preocupações de minha parte.

Numa tarde, encontrei-me fortuitamente com o Chico no bar da galeria do edifício Rio Negro,
onde o generoso amigo me convidou para acompanhá-lo num chá quente.

Pensando no meu estado de saúde, perguntei pelo dele:

- Como é que você está de saúde, Chico?
- Estou bem ! - respondeu-me. Apesar dos vinte e dois comprimidos diários que tomo, vou bem
de saúde ! ... Se eu ficar falando que estou doente, que não estou bem, começam a dizer por
aí: "O Chico está doente", "Ele não está bom", "Está com tal ou qual enfermidade",... Vão
dizendo assim e, se a gente acreditar, acaba adquirindo a doença !

Depois de uma golada de seu chá quentíssimo, disse-me, reconhecido:

- Graças a Deus, estou muito bem, Cezar. Vamos falar que nós estamos sempre bem...

Agradecido, por minha vez, despedi-me dele e retirei-me pensando no poder das vibrações
positivas em favor de nossa saúde.


(Obra: Encontros com Chico Xavier - De: Cezar Carneiro de Souza)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Todos São Importantes



Somos iguais perante a seara, porque somos todos iguais perante o Senhor da Seara. Deus não faz acepção de pessoas, nem de posições e muito menos de instituições. O item 5 do capítulo XX de O Evangelho Segundo o Espiritismo estabelece esta condição essencial: “Felizes os que tiverem trabalhado o campo do Senhor com desinteresse e movidos apenas pela caridade”. Emmanuel conclui a sua mensagem lembrando “que toda pessoa é importante na edificação do Reino de Deus”.
Querer que não haja discordâncias entre os que trabalham na divulgação e na sustentação da Doutrina seria acalentar quimeras. Cada consciência humana, como ensina Hubert, é um ponto na correnteza da duração. Cada um de nós está colocado num ângulo determinado do eterno fluir da realidade. Cada qual, portanto, tem a sua maneira própria de ver as coisas.
O Espiritismo nos ensina que nos completamos uns aos outros pelas nossas diferenças. Mas se diferimos nos acessórios, concordamos sempre no essencial. Por isso mesmo a caridade – que é o amor em ação – deve eliminar as arestas do nosso personalismo, ensinando-nos que todos somos importantes na busca e na conquista da verdade.
Claro que não devemos concordar com tudo e tudo aprovar em silêncio, pois a tolerância de acomodação equivale a cumplicidade com o erro. A crítica maldosa e orgulhosa, que condena tudo o que é feito pelos outros, é a negação da caridade. Mas ai de nós se suprimirmos a crítica do meio espírita! Porque é ela, quando sensata e sincera, a prática da vigilância que Jesus ensinou e Paulo exemplificou. Como utilizar o “crivo da razão”, de que nos fala Kardec, se abdicarmos do direito de pensar, que mais do que um direito é um supremo dever do espírito?
Quando Emmanuel diz: “Guiar-se pela misericórdia e não pela crítica” está se referindo à crítica negativa que nasce do orgulho e não à crítica positiva que brota espontânea e necessária do julgamento imparcial e fraterno, objetivando corrigir e portanto ajudar. O lema “valorizar o esforço alheio” não implica a valorização dos erros e dos enganos do próximo, mas o reconhecimento dos esforços feitos por todos a favor da causa comum. Todos precisamos de misericórdia, mas a misericórdia, como Deus nos mostra em sua lei de ação e reação, não é a aprovação de erros e ilusões – e sim a correção e o esclarecimento.

(Obra: Astronautas do Além - Chico Xavier / J. Herculano Pires)

terça-feira, 9 de abril de 2013

O Valor do Tempo


A palavra de Jesus é sempre certa. Não há como fugir dela. Em todos os lugares,
resplandece o seu verbo infinito de bondade e amor. A compreensão destas
verdades faz o homem se preocupar com seu amanhã com outros olhos. Porque
fazer isto e não aquilo passam a ser decisões sábias no dia-a-dia. A consciência
desperta começa a dar os seus primeiros passos. Esta inquietude é positiva, pois,
ao pensar muitas vezes no que vai fazer, o homem reflete sobre a vida e sobre si
mesmo.
O depósito que Deus colocou nas nossas mãos é precioso. Não devemos dispensar
as nossas atenções com coisas fúteis. O nosso tempo é precioso para ser aplicado
de maneira estéril, portanto, muito cuidado com o que faz. A certeza que teremos
sempre um amanhã faz-nos, muitas vezes, adiar um compromisso que poderia ser
executado hoje, adiando hoje o que deve ser feito neste momento, estaremos
adiando a nossa própria vida. É um descarrego de nossas atenções a ser
devidamente cuidado.
A perspectiva da nossa vida na Terra é muito pequena. Quando abrirmos os olhos
para perceber o que fizemos efetivamente com ela, veremos que boa parte dela
já se foi, por isso é que é muito importante a vigilância. "Vigiar e orar", ensinava o
Nosso Senhor Jesus Cristo exaustivamente para não desperdiçar o valoroso tempo
que Ele nos concedeu. Ah! Se tivéssemos consciência do valor do tempo, teríamos
certamente outro comportamento nas nossas vidas, enquanto houver amanhã...
A responsabilidade que assumimos perante Deus antes de voltar a Terra é enorme.

(Obra: Novas Utopias - Medium Carlos Pereira/Espírito Dom Helder Camara

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Querer, Saber, Amar!

Todo o poder da Alma resume-se em três palavras: - Querer, Saber, Amar !

Querer, isto é, fazer convergir toda a atividade, toda a energia, para o alvo
que se tem de atingir, desenvolver a vontade e aprender a dirigi-la.

Saber, porque sem o estudo profundo, sem o conhecimento das coisas e das
leis, o pensamento e a vontade podem transviar-se no meio das forças que
procuram conquistar e dos elementos a que aspiram governar.

Acima, porém, de tudo, é preciso amar, porque, sem o amor, a vontade e a
ciência seriam incompletas e muitas vezes estéreis. O Amor ilumina-as
fecunda-as, centuplica-lhes os recursos. Não se trata aqui do amor que
contempla sem agir, mas do que se aplica a espalhar o bem e a verdade pelo
mundo. A vida terrestre é um conflito entre as forças do mal e as do bem. O
dever de toda alma viril é tomar parte no combate, trazer-lhe todos os seus
impulsos, todos os seus meios de ação, lutar pelos outros, por todos aqueles
que se agitam ainda na via escura.
O uso mais nobre que se pode fazer das faculdades é trabalhar por engrandecer,
desenvolver, no sentindo belo e do bem.
Vivaz no dia em que a Humanidade tiver aprendido a comungar, pelo pensamento
e pelo coração, com o foco de amor, que é o esplendor de Deus.

(Na Obra: Ser, Destino, Dor - Léon Denis)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

AMANHÃ

"Respondeu-lhes Jesus: Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto
tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem..." - João, cap. 12 - v. 35

Não devemos deixar para amanhã o que nos compete fazer hoje.
Amanhã, talvez, sejam outras as circunstâncias e as dificuldades que enfrentaremos
no cumprimento do dever...
Com certeza, a oportunidade que se descortina à possibilidade de servir não mais
será a mesma...
Possivelmente, não disponhamos, inclusive, da saúde que agora nos favorece a ação...
Da presença de amigos que, presentemente, se dispõem a nos secundar os esforços
e colaborar conosco...
Da inspiração do Mais Alto com a qual logramos entrar em sintonia...
Enfim, de todos os elementos favoráveis reunidos, para que venhamos a concretizar
projetos ardorosamente acalentados !
Se não nos valemos da luz do Sol para o que só pode ser realizado à claridade do dia,
que faremos quando a noite cair e nos deixar imersos na escuridão ?
O momento que passa, dentre todos os que tivemos ou venhamos a ter, sem dúvida,
é o mais apropriado para darmos início a uma nova caminhada, fazendo com que a
nossa Vida mude de rumo.
Não nos esqueçamos do que nos fala Jesus: "Ainda por um pouco a luz está convosco"...
Quer dizer: não temos, à nossa disposição, todo o tempo que imaginamos, para que
possamos continuar, indefinidamente, adiando decisões.
É chegada a hora de darmos um basta ao ludíbrio a que temos submetido a própria
consciência, prometendo o que não cumprimos.

(Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho - Carlos A. Baccelli/Inácio Ferreira)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

DEFINIÇÕES


Indagas a uns e a outros qual será a tua tarefa espiritual na Terra.
Informas que os anos se sucedem e ainda não conseguistes detectar qual o ministério
fraternal que deverás exercer, e por isso, te preocupas.
Anelas que alguém espiritualizado ou portador de mediunidade te esclareça qual o melhor
caminho a seguir, como te deverás comportar para sintonizares com precisão e pensamento
dos Espíritos nobres, o que eles poderão dizer-te a respeito dos teus compromissos.
Ínsitos no ser profundo, somente tu podes adentrar-te e auscultar a memória do passado, a
fim de identificares os compromissos assumidos em relação ao futuro.
Alguém poderá deduzir psicologicamente o que poderás realizar. No entanto, nos arcanos do
teu inconsciente estão inscritas as necessidades de evolução e, por consequência, os impositivos
de concretização dos deveres liberativos e auto-iluminativos.
Não te detenhas aguardando revelações que certamente não te chegarão conforme anelas.
Faze algo. Descobre o que melhor se te apresenta no campo do serviço ao próximo em nome do
Bem Supremo, e da ínicio a um compromisso de amor.
Todos anelam por grandes missões, por sacerdócios nos diferentes campos da ciência, do
pensamento, da arte, da fé, esquecidos que aqueles que vieram investidos desse dever
experimentaram dificuldades, sofreram incompreensões, para abrirem espaços nas mentes
fechadas e alargarem fronteiras para as realizações que hoje dignificam o mundo.
Ademais, os grandes e nobres programas começam discretamente, a pouco e pouco, tornando-se
admiráveis pelo seu significado depois de implantados, conhecidos e então indispensáveis.
Igualmente, não te deixes fascinar pela fama, pelo prestígio social, pela importância no mundo,
porque todos esses prêmios que muitos indivíduos perseguem são fogo fátuo que não tem
legitimidade. Por isso mesmo, transitam de pessoas, passam de períodos, perdem o contéudo,
e exigem grande preço de inquietação, de solidão, de sofrimento interno.
O Apóstolo Paulo, quando foi confundido com um deus e logo se preparou uma procissão para
homenagéa-lo, rasgou no peito as vestes e gritou que era um homem putrescível e transitório.
Não te iludas, e não enganes a ninguém.
Serve e passa, experimentando o prazer do que possas realizar em clima de felicidade.

(Obra: Nascente de Bênçãos - Divaldo Franco/Joanna de Ângelis)

terça-feira, 2 de abril de 2013

Solicita

-"...esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever,
o amor e a caridade".

Vejamos, queridos irmãos e irmãs, o que a Lei Divina nos solicita: unicamente
que cumpramos com o dever de amarmo-nos uns aos outros, conforme Jesus
nos amou e amará sempre ! Por que será que sentimos tanta dificuldade em
sermos bons ? Por que achamos difícil viver dentro do que o Evangelho nos
preceitua ? Não existe segredo, para que o espírito se redima ! Vejamos, não
há mistério algum ! Tudo se resume na vivência do amor ! A opção que o
espírito faz pelo egoísmo lhe custa muito mais, porque, como filhos de Deus,
todos trazemos o germe da bondade no coração. Não sermos bons significa
contrariar a nossa própria natureza ! Um dia, o pior malfeitor haverá de ser
espírito redimido. O caminho do mal é simples perda de tempo... Peçamos
a Jesus que nos auxilie a ser o que precisamos !
Ainda não estamos em condições de fazer apenas e tão-somente o que
queremos... Precisamos nos fortalecer espiritualmente.
Para tanto, todos somos convidados à prática incessante do bem. A caridade,
se não está ao alcance de todo bolso, está ao alcance de todo coração. A
única coisa que a Lei nos pede é que sejamos bons ! Será isto pedir algo
absurdo de nós outros ? Algo que esteja fora de nossas possibilidades
naturais ?...

(Preleção na Obra: Estudando Nosso Lar - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A PROVA ÚLTIMA

E porque o aprendiz indagasse sobre o currículo dos exames a respeito do aperfeiçoamento da alma, o mentor esclareceu, paciente:
- Na Espiritualidade Superior, as avaliações de aproveitamento são muitas. Temos as de paciência, de disciplina, de espírito de serviço e de auxílio aos semelhantes, no entanto, ao que me parece, a última é a mais difícil de todas.
E qual é a última?
- Indagou o discípulo atento.
O mentor respondeu, em tom decisivo:
- A última prova, no aperfeiçoamento de cada um de nós é a humildade.


(Obra: Agora é o Tempo - Chico Xavier/Emmanuel)