sexta-feira, 25 de julho de 2025

Não falta

“E, se os deixar ir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.” (Mc: 8, 3) 


A preocupação de Jesus pela multidão necessitada continua viva, através do tempo.

Quantas escolas religiosas palpitam no seio das nações, ao influxo do amor providencial do Mestre Divino?

Pode haver homens perversos e desesperados que perseveram na malícia e na negação, mas não se vê coletividade sem o socorro da fé.

Os próprios selvagens recebem postos de assistência do Senhor, naturalmente de acordo com a rusticidade de suas interpretações primitivistas.


Não falta alimento do céu às criaturas.

Se alguns espíritos se declaram descrentes da Paternidade de Deus, é que se encontram incapazes ou enfermos pelas ruínas interiores a que se entregaram.

Jesus manifesta invariável preocupação em nutrir o espírito dos tutelados, através de mil modos diferentes, desde a taba do indígena às catedrais das grandes metrópoles. 

Nesses postos de socorro sublime, o homem aprende, em esforço gradativo, a alimentar-se espiritualmente, até trazer a igreja ao próprio lar, transportando-a do santuário doméstico para o recinto do próprio coração.

Pouca gente medita na infinita misericórdia que serve, no mundo, à mesa edificante das ideias religiosas.

Inclina-se o Mestre ao bem de todos os homens.

Cheio de abnegação e amor sabe alimentar, com recursos específicos, o ignorante e o sábio, o indagador e o crente, o revoltado e o infeliz.

Mais que ninguém, compreende Jesus que, de outro modo, as criaturas cairiam, exaustas, nos imensos despenhadeiros que marginam a senda evolutiva.

Espírito: Emmanuel.

Médium: Francisco Cândido Xavier.

Do livro Pão Nosso.

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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Conciliação

“Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça, e te encerrem na prisão.” Jesus. (Mateus, 5:25.) 


Muitas almas enobrecidas, após receberem a exortação desta  passagem, sofrem intimamente por esbarrarem com a dureza do adversário de ontem, inacessível a qualquer conciliação.

A advertência do Mestre, no entanto, é fundamentalmente consoladora para a consciência individual.

Assevera a palavra do Senhor – “concilia-te”, o que equivale a dizer “faze de tua parte”. 

Corrige quanto for possível, relativamente aos erros do passado, movimenta-te no sentido de revelar a boa vontade perseverante.

Insiste na bondade e na compreensão.

Se o adversário é ignorante, medita na época em que também desconhecias as obrigações primordiais e observa se não agiste com piores características; se é perverso, categoriza-o à conta de doente e dementado em vias de cura.

Faze o bem que puderes, enquanto palmilhas os mesmos caminhos, porque se for o inimigo tão implacável que te busque entregar ao juiz, de qualquer modo, terás então igualmente provas e testemunhos a apresentar.

Um julgamento legítimo inclui todas as peças e somente os espíritos francamente impenetráveis ao bem sofrerão o rigor da extrema justiça.

Trabalha, pois, quanto seja possível no capítulo da harmonização, mas se o adversário te desdenha os bons desejos, concilia-te com a própria consciência e espera confiante.


Espírito: Emmanuel.
Médium: Chico Xavier.
Livro: Pão Nosso.
Áudio


sexta-feira, 18 de julho de 2025

Em família

“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” – Paulo. (I Timóteo: 5, 4). 


A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra.

Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas?

Esta é indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo.

Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam.

O apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas, entretanto, não alude à piedade que chora sem coragem ante os enigmas aflitivos, mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por eliminá-las, aguardando a decisão divina a seu tempo. 

Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram ao círculo pessoal, através dos laços consanguíneos, entregando-se, por isso, a lamentável desânimo.

É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno.

Preponderam aí, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas. 

Ninguém despreze, portanto, esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabrunhado na incompreensão.

Constituiria falta grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo. 

É impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena – aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário. 

Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje, 

convicto de que semelhante esforço representa realização essencial.

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro: Pão Nosso.
Áudio


Em nossa casa

"E assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa."(Mt: 10, 36)


É muito comum vermos o discípulo bem-intencionado, que se afeiçoa ao Evangelho de Jesus, perguntando por que razão surgem, em casa, os maiores embates, logo após a renovação dos propósitos da fé.

Grande número de aprendizes espera encontrar nos familiares imediatos os companheiros ideais para a jornada redentora, contudo, não é o que acontece em muitos casos.

Ao clarão da verdade, entretanto, é fácil observar que o lar é o ponto essencial de nossa prova regenerativa.

Se é verdade que Jesus nos oferece o bálsamo da esperança e a luz da consolação, é igualmente certo que nos não isenta da luta purificadora.

Nossa casa é o primeiro campo de testemunho.

Aí, dentro dela, é que encontramos os credores mais íntimos das existências passadas, reclamando pagamento.

Alguns nos exigem sacrifício, outros, tolerância.

Uns nos pedem renúncia, outros, abnegação.

Não olvidemos, dessa maneira, a palavra do Mestre Divino.

Nos círculos de trabalho cristão, surge, com mais frequência, o companheiro bem-intencionado que deseja encontrar irmãos espirituais de elevada condição, para compartilhar com eles as alegrias do entendimento e da fé.

Entretanto, raros se lembram de que os irmãos mais difíceis, os inimigos mais duros, não estão fora de casa, mas dentro dela.

Recebamo-los, pois, por tutores do nosso reajuste e da nossa redenção, buscando com Jesus a necessária vitória do amor.

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro: Fonte Viva.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Ouçam-nos

“Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos." (Lc: 16, 29)


A resposta de Abraão ao rico da parábola ainda é ensinamento de todos os dias, no caminho comum. 

Inúmeras pessoas se aproximam das fontes de revelação espiritual, entretanto, não conseguem a libertação dos laços egoísticos de modo que vejam e ouçam, qual lhes convém aos interesses essenciais.

Há precisamente um século, estabeleceu-se intercâmbio mais intenso entre os dois planos, na grande movimentação do Cristianismo redivivo; contudo, há aprendizes que contemplam o céu, angustiados tão-só porque nunca receberam a mensagem direta 

de um pai ou de um filho na experiência humana.

Alguns chegam ao disparate de se desviarem da senda alegando tais motivos. 

Para esses, o fenômeno e a revelação no Espiritismo evangélico são simples conjunto de inverdades, porque nada obtiveram de parentes mortos, em consecutivos anos de observação. 

Isso, porém, não passa de contrassenso. 

Quem poderá garantir a perpetuidade dos elos frágeis das ligações terrestres? 

O impulso animal tem limites.

Ninguém justifique a própria cegueira com a insatisfação do capricho pessoal.

O mundo está repleto de mensagens e emissários, há milênios.

O grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas.

Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro: Pão Nosso.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

A porta

 “Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.” – (João: 10, 7)


Não basta alcançar as qualidades da ovelha, quanto à mansidão e ternura, para atingir o Reino Divino. 

É necessário que a ovelha reconheça a porta da redenção, com o discernimento imprescindível, e lhe guarde o rumo, despreocupando-se dos apelos de ordem inferior, a eclodirem das margens do caminho.

Daí concluirmos que a cordura, para ser vitoriosa, não dispensa a cautela na orientação a seguir. 

Nem sempre a perda do rebanho decorre do ataque de feras, mas sim porque as ovelhas imprevidentes transpõem barreiras naturais, surdas à voz do pastor, ou cegas quanto às saídas justas, em demanda das pastagens que lhes competem. 

Quantas são acometidas, de inesperado, pelo lobo terrível, porque, fascinadas 

pela verdura de pastos vizinhos, se desviam da estrada que lhes é própria, quebrando obstáculos para atender a destrutivos impulsos? 

Assim acontece com os homens no curso da experiência. 

Quantos espíritos nobres hão perdido oportunidades preciosas pela própria imprudência? 

Senhores de admiráveis patrimônios, revelam-se, por vezes, arbitrários e caprichosos.

Na maioria das situações, copiam a ovelha virtuosa e útil que, após a conquista de vários títulos enobrecedores, esquece a porta a ser atingida e quebra as disciplinas benéficas e necessárias, para entregar-se ao lobo devorador.


Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro: Pão Nosso.



sexta-feira, 11 de julho de 2025

Magnetismo pessoal

“E toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele uma virtude que os curava a todos.” – (Lucas, 6:19.)


Na atualidade, observamos toda uma plêiade de espiritualistas eminentes, espalhando conceitos relativos ao magnetismo pessoal, com tamanha estranheza, qual se estivéssemos perante verdadeira novidade do século 19.

Tal serviço de investigação e divulgação dos poderes ocultos do homem representa valioso concurso na obra educativa do presente e do futuro, no entanto, é preciso lembrar que a edificação não é nova. 

Jesus, em sua passagem pelo Planeta, foi a sublimação individualizada do magnetismo pessoal, em sua expressão substancialmente divina.

As criaturas disputavam-lhe o encanto da presença, as multidões seguiam-lhe os passos, tocadas de singular admiração.

Quase toda gente buscava tocar-lhe a vestidura.

Dele emanavam irradiações de amor que neutralizavam moléstias  recalcitrantes.

Produzia o Mestre, espontaneamente, o clima de paz que alcançava quantos lhe gozavam a companhia.

Se pretendes, pois, um caminho mais fácil para a eclosão plena de tuas potencialidades psíquicas, é razoável aproveites a experiência que os orientadores terrestres te oferecem, nesse sentido, mas não te esqueças dos exemplos e das vivas demonstrações de Jesus.

Se intentas atrair, é imprescindível saber amar.

Se desejas influência legítima na Terra, santifica-te pela influência do Céu.


Espírito: Emmanuel.
Médium: Francisco Cândido Xavier.
Livro Pão Nosso.
Áudio