sexta-feira, 11 de julho de 2025

Sabe o que o Espiritismo Proíbe? Nada!

Muitas vezes, quando ouvimos falar em religiões ou doutrinas, logo imaginamos uma lista de proibições, restrições ou regras rígidas a serem seguidas. No entanto, ao conhecer mais profundamente a Doutrina Espírita, descobrimos algo surpreendente: o Espiritismo não proíbe nada. Essa afirmação, à primeira vista, pode causar estranhamento, mas ela está fundamentada em um princípio essencial: o respeito ao livre-arbítrio.

O livre-arbítrio, no Espiritismo, é considerado um direito sagrado do Espírito. Cada indivíduo é livre para escolher seus caminhos, suas ações e suas decisões. Essa liberdade, porém, não significa ausência de responsabilidade. Ao contrário: cada escolha gera consequências, boas ou más, conforme a lei de causa e efeito. Essa lei está intimamente ligada aos ensinamentos contidos no capítulo 5 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, especialmente nos itens "Causas atuais das aflições" e "Causas anteriores das aflições". Esses trechos nos esclarecem que muitos sofrimentos que enfrentamos hoje são frutos de atitudes imprudentes ou escolhas equivocadas nesta vida (causas atuais), enquanto outros decorrem de débitos assumidos em existências passadas (causas anteriores), nos convidando à reflexão e à reparação.

A lei de causa e efeito é uma das bases fundamentais da Doutrina Espírita. Ela nos ensina que tudo o que fazemos, sentimos ou pensamos retorna para nós, em forma de aprendizado e experiência. Ao invés de impor proibições, o Espiritismo esclarece que somos responsáveis por nossa felicidade ou infelicidade, conforme agimos em sintonia com as leis divinas ou não. As "Causas atuais das aflições" mostram, por exemplo, que muitos males são consequência direta de vícios, excessos e descuidos morais que poderíamos ter evitado. Já as "Causas anteriores das aflições" explicam que certos sofrimentos são provas ou expiações necessárias ao nosso progresso espiritual, programadas antes do renascimento.

Relacionado à lei de causa e efeito, temos também a lei de ação e reação. Essa lei universal, conhecida também pela ciência, demonstra que toda ação provoca uma reação de intensidade equivalente. Quando aplicada à vida moral e espiritual, ela nos faz compreender que nossas escolhas retornam para nós em forma de experiências que favorecem o nosso progresso. Essa dinâmica não é punitiva, mas educativa, oferecendo-nos oportunidades valiosas de evolução. As aflições, vistas sob essa ótica, tornam-se instrumentos de aprendizado, permitindo que cada Espírito avance rumo à perfeição.

Concluindo, dizer que o Espiritismo não proíbe nada é afirmar que ele confia na capacidade do ser humano de aprender, evoluir e se tornar melhor por meio do uso consciente do livre-arbítrio. Ao invés de impor restrições, a Doutrina Espírita oferece esclarecimento, convidando cada um de nós a sermos responsáveis por nossos atos, conscientes das leis divinas que regem o Universo. Assim, somos chamados a caminhar com liberdade, mas também com amor, responsabilidade e sabedoria, compreendendo que cada aflição, seja de causa atual ou anterior, é uma oportunidade de crescimento e de renovação moral.


Referências bibliográficas

  • KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo V: "Bem-aventurados os aflitos", itens "Causas atuais das aflições" e "Causas anteriores das aflições". 1864.

  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questões sobre lei de liberdade, lei de causa e efeito, e responsabilidade moral. 1857.

  • KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Segunda parte: Exemplos sobre as consequências morais das ações. 1865.

Testo e imagem produzidos com inteligência artificial.
Autor responsável: José Eduardo Thomé de Saboya Oliveira.

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