quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Companhia do Amor

Somente vive acompanhado realmente, aquele que ama.

O amor, à semelhança do conhecimento, é um tesouro que mais se tem quanto mais se reparte. Ninguém fica em carência quando ama, quando ensina.

O amor é igual a um espelho que reflete aquele que ama e, ao infinito, reflete todas as expressões de vida pujante.

Não obstante, as experiências do amor são solidárias; por isso que, ao expandir-se, primeiro felicita a quem o irradia, sem que tenha a pretensão de colher o retorno.

Na área do amor, quanto em todos os campos da ação nobre da vida, é necessário primeiro dar, a fim de, um dia receber.

O amor é, por conseqüência, o mais precioso investimento até hoje conhecido. Antes que dê os resultados a que se propõe, produz, no nascedouro, as excelências de que se reveste: bem-estar, paz e alegria.

O amor não se queixa, não se impõe; é paciente e promissor.

Apesar de todos os seus predicados, não impede que o homem experimente os métodos que propiciam a evolução, dentre os quais o sofrimento, em forma de testemunhos, assim logrando atrair os indecisos e inseguros.

Ninguém deve temer a experiência gratificante de amar, não se deixando impedir pelos obstáculos que se levantam de todo lado.

Dize uma palavra gentil a alguém; expressa solidariedade com um gesto a outrem; coopera com um sorriso cordial em qualquer realização digna...

Demonstra vida e sê afável com todos.

Far-te-á um grande bem o ato de amar. Não aguardes, porém que os outros te compartam as dores e provas, que são sempre pessoais, intransferíveis.

O melhor amigo e mais caro afeto, por mais participem da tua aflição, não conseguirão diminuir a sua profundidade e crueza.

Uma chama pintada, por mais perfeita, jamais terá o poder de atear o incêndio que uma insignificante fagulha produz.

Na cruz, Jesus estava acompanhado por dois delinqüentes. No entanto, cada um dos crucificados experimentava emoção própria...

A bala que vitimou Gandhi alcançou-o, embora a multidão que o cercava.

O veneno que Sócrates sorveu mataria qualquer um; todavia, ele o tomou a sós.

Os estigmas em Francisco de Assis, provocavam comoção em todos, mas ele os sofria em solidão.

O processo de ascensão libertadora é pessoal...

Há os que carregam cruzes invisíveis, cercados de amigos e solitários na dor.

Ama, desse modo, a fim de que te faças solidário com esses corações solitários que avançam no rumo da felicidade, por enquanto sofridos e amorosos ou carentes e necessitados.

Sê tu aquele que amam e nada espera, felicitado pelo próprio amor que de ti se irradia abençoado.

(Obra: Viver e Amar - Divaldo P. Franco / Joanna de Ângelis)

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