terça-feira, 30 de setembro de 2014

DIAS DIFÍCEIS

Há dias que parecem não ter sido feitos para ti.

Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que chegas a pensar que conduzes o globo do mundo sobre os ombros dilacerados.

Desde cedo, ao te ergueres do leito, pela manhã, encontras a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que te arremessa todos os espinhos
que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite.

Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes.

Sais à rua, para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e te defrontas com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros; constatas o azedume do funcionário ou do balconista que te atende mal, ou vês o cinismo de negociantes que anseiam por te entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-te imbecil. Mesmo assim, admites que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno.

Encontras-te com familiares ou pessoas amigas que te derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de
tormentos, perturbando a tua harmonia ainda frágil, embora não te permitam desabafar as tuas angústias, teus dramas ou tuas mágoas represadas na alma.
Em tais circunstâncias, pensas que deves aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro.

São esses os dias em que as palavras que dizes recebem negativa interpretação, o carinho que ofereces é mal visto, tua simpatia parece mero interesse, tuas reservas são vistas como soberba ou má vontade. Se falas, ou se calas, desagradas.

Em dias assim, ainda quando te esforces por entender tudo e a todos, sofres muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando se passa a desenvolver sentimentos de autopiedade.

No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores.

São dias de avaliação, de testes impostos pelas regentes leis da vida terrena, desejosas de que te observes e verifiques tuas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência.

Quando perceberes que muita coisa à tua volta passa a emitir um som desarmônico aos teus ouvidos; se notares que escolhendo direito ou esquerdo não escapas da ácida crítica, o teu dever será o de te ajustares ao bom senso. Instrui-te com as situações e acumula o aprendizado das horas, passando a observar bem melhor as circunstâncias que te cercam, para que melhor entendas, para que, enfim, evoluas.

Não te olvides de que ouvimos a voz do MESTRE NAZARENO, há distanciados dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições...

Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreende que a cada dia basta o seu mal..., tratarás de te recompor, caso tenhas te deixado ferir
por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania. Curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de te reergueres com
tranqüilidade, passando o momento difícil.

Há de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o teu estádio de provações indispensáveis ao teu processo de evolução. A ti, porém, caberá erguer a fronte buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a DEUS por poderes afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-te firme, mesmo assim.

Nos dias difíceis da tua existências, procura não te entregares ao pessimismo, nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer
sentimento de culpa, que te inspirariam o abandono dos teus compromissos, o que seria teu gesto mais infeliz.

Põe-te de pé, perante quaisquer obstáculos, e sê fiel aos teus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que te trouxeram novamente ao mundo terrestre.

Se lograres a superação suspirada, nesses dias sombrios para ti, terás vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a terra se encontra engolfada.

Confia na ação e no poder da luz, que o CRISTO representa, e segue com entusiasmo para a conquista de ti mesmo, guardando-te em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos teus dias.

(Mensagem Psicografada em 30.12.2002 - Raul Teixeira / Camilo)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O Caminho Mais Curto

Estava, agora, claro, diante de mim, o que os Espíritos Superiores disseram a Kardec, quando afirmaram ser a reencarnação uma necessidade e que cabe ao espírito resgatar-se da matéria... Buda dizia: "A recompensa da mais alta santidade está em não renascer". O Espiritismo, na revivescência do Evangelho, está me ensinando que o caminho mais curto para o não-renascimento é o Amor!
Através do Amor, o espírito se liberta mais depressa dos liames materiais que o prendem...
Amar - eis o grande desafio ! Amar como, meu Deus?!... Amar a tudo e a todos, incondicionalmente. O espírito que ama encurta a distância que o separa do Criador...
Quem envereda apenas pelo caminho do Conhecimento submete-se a inevitáveis  retrocessos. Eu estava convencido de que, única e exclusivamente através da via do Conhecimento, não chegaria tão cedo ao objetivo almejado... 
Sem dúvida, o Amor é o caminho - Jesus é o Caminho!
(Obra: Terra Prometida - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

AUXILIA AGORA


Caminhando com Jesus numa das estradas que davam acesso a Jerusalém,  Simão Pedro fora abordado por anônimo leproso que, estendendo-lhe as mãos em feridas, lhe rogava qualquer auxílio.
Temendo atrasar-se na marcha, o inesquecível pescador falou-lhe, de passagem, que assim que retornasse de tarefa inadiável haveria de parar para atendê-lo...
No entanto, o Mestre, que tudo percebera à distância, solicitou ao companheiro que diminuísse o passo, a fim de que Ele próprio pudesse alcançá-lo.
Pedro esperou por Jesus e, pondo-se a caminhar mais lento que o habitual, pode registrar de seus lábios divinos preciosa lição:
- Simão, não adies a hora de fazer alguém feliz... Auxilia agora, enquanto a oportunidade te sorri ! Mais tarde, não saberás dizer se este nosso amigo ainda se encontrará nestas paragens, à espera de tua dádiva !...
Sem discutir com o Senhor, o devotado apóstolo voltou uns cinqüenta passos e entregou ao leproso o pão que levava envolto no próprio manto.
Chegaram a Jerusalém, pregaram na sinagoga, ensinaram na praça pública e, quase noite, Jesus retornava com os apóstolos pela mesma estrada quando, ao longe, avistaram dois piedosos homens cavando, à margem, humilde sepultura.
Pedro aproximou-se e, surpreso, viu que se tratava de um túmulo para o mendigo de horas antes, agora estendido sobre o pó... Ao lado de seu corpo inerte, Simão ainda pode ver, semi-devorado, o pão que, por intercessão do Senhor, ele tivera a felicidade de doar, instantes atrás, ao infeliz e faminto leproso !...

(Obra: Perseverança - Carlos A.Baccelli/Alexandre de Jesus)


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Merecimento Espiritual

Todos os seus estados e condições, realizações e
necessidades podem ser definidos por máquinas,
engenhos, instrumentos, aparelhos, laboratórios
e fichários da Terra; entretanto, não se esqueça
você de que o serviço ao próximo é a única
medida que fornece exata notícia do seu
merecimento espiritual.
Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Ideal Espírita

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Cuidar do Corpo e do Espírito


11. Consistirá na maceração do corpo a perfeição moral? Para resolver essa questão, apoiar-me-ei em princípios elementares e começarei por demonstrar a necessidade de cuidar-se do corpo que, segundo as alternativas de saúde e de enfermidade, influi de maneira muito importante sobre a alma, que cumpre se considere cativa da carne. Para que essa prisioneira viva, se expanda e chegue mesmo a conceber as ilusões da liberdade, tem o corpo de estar são, disposto, forte. Façamos uma comparação: Eis se acham ambos em perfeito estado; que devem fazer para manter o equilíbrio entre as suas aptidões e as suas necessidades tão diferentes? Inevitável parece a luta entre os dois e difícil achar-se o segredo de como chegarem a equilíbrio.

Dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o dos materialistas, que se baseia no rebaixamento da alma. Duas violências quase tão insensatas uma quanto a outra. Ao lado desses dois grandes partidos, formiga a numerosa tribo dos indiferentes que, sem convicção e sem paixão, são mornos no amar e econômicos no gozar. Onde, então, a sabedoria? Onde, então, a ciência de viver? Em parte alguma; e o grande problema ficaria sem solução, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por se acharem em dependência mútua, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa. Sereis, porventura, mais perfeitos se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo? Não, a perfeição não está nisso: está toda nas reformas por que fizerdes passar o vosso Espírito. Dobrai-o, submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse o meio de o tornardes dócil à vontade de Deus e o único de alcançardes a perfeição.

(Jorge, Espírito Protetor. (Paris, 1863.). 
(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XVII)

EFETIVAMENTE


 Vigiar não é desconfiar. É acender a própria luz, ajudando os que se encontram nas sombras.

 Defender não é gritar. É prestar mais intenso serviço às causas e às pessoas.

Ajudar não é impor. É amparar, substancialmente, sem pruridos de personalismo, para que o beneficiado cresça, se ilumine e seja feliz por si mesmo.

Ensinar não é ferir. É orientar o próximo, amorosamente, para o reino da compreensão e da paz.

 Renovar não é destruir.. É respeitar os fundamentos, restaurando as obras para o bem geral.

 Esclarecer não é discutir. É auxiliar, através do espírito de serviço  e da boa-vontade, o entendimento daquele que ignora.

 Amar não é desejar. É compreender sempre, dar de si mesmo, renunciar  aos próprios caprichos e sacrificar-se para que a luz divina do  verdadeiro amor resplandeça.

André Luiz


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

PERDOAR

Quem não quiser complicação, voltar à Terra por conta de inimigo, trate de ir perdoando; caso contrário, mergulhará de cabeça naquele monte de carne, que é o corpo, para viver um caso de amor com o seu desafeto... Outra coisa: quem não perdoa, pira... E, ficando doente, vai ao médico, que arranja um punhado de nomes complicados para a sua doença: angústia, depressão, psicose, síndrome disto ou daquilo... A pessoa não sabe, mas o problema é falta de perdão. Os obsessores ficam em volta dela, suplicando indulgência... Por aqui, está cheio de espírito que não consegue dar um passo adiante. Por quê ? Relacionamento pendente na retaguarda! É um tal de querer renascer filho de pais inimigos, e vice-versa. Quando os pais querem, o espírito não quer... É um vai-não-vai, quero-não-quero. Deus meu ! Com um pouco mais de amor, a gente resolveria metade dos problemas cármicos da Humanidade... Então - meus caros Adroaldo e Odilon-, vocês me desculpem a franqueza: não perdoar é uma enrascada danada! Os que não perdoam, embora certamente menos responsáveis que os agressores, adquirem determinado sentimento de culpa, por agirem em desacordo com a consciência. O exercício do perdão se traduz em saúde para o corpo e paz para o espírito!

(Dialogo entre Inácio Ferreira, Odilon Fernandes e Adroaldo Modesto Gil) (Obra: Amai-vos e Instruí-vos - Carlos A.Baccelli/Inácio Ferreira)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

PROTEÇÃO DE DEUS

Clamamos pela proteção de DEUS, mas, não raro, admitimos que semelhante cobertura unicamente aparece nos dias de caminho claro e céu azul. O Amparo Divino, porém, nos envolve e rodeia, em todos os climas da existência. Urge reconhecê-lo nos lances mais adversos. Às vezes, o auxílio do Todo Misericordioso tão-somente se exprime através das doenças de longo curso ou das dificuldades materiais de extensa duração. preservando-nos contra quedas espirituais em viciação ou loucura. Noutros ângulos da experiência, manifesta-se pela cassação de certas oportunidades de serviço ou pela supressão de regalias determinadas que estejam funcionando para nós à feição de corredores para a morte prematura. Proteção de DEUS, por isso mesmo, é também o sonho que não se realiza, a esperança adiada, o ideal insatisfeito, a prova repentina ou o transe aflitivo que nos colhe de assalto. Encontra-se no amor de nossos companheiros , na assistência de benfeitores abnegados , na dedicação dos amigos ou no carinho dos familiares, mas igualmente na crítica dos adversários, no tempo de solidão, na separação dos entes queridos ou nos dias cinzentos de angústia em que nuvens de lágrimas se nos represam nos olhos. Isso ocorre porque a vida é aprimoramento incessante, até o dia da perfeição, e todos nós com freqüência necessitamos do martelo do sofrimento e do esmeril do obstáculo para que se nos despoje o espírito dos envoltórios inferiores. Pensa nisso e toda vez que te sacrifiques ou lutes, de consciência tranqüila, ou toda vez que te aflijas e chores, sem a sombra da culpa, regozija-te e espera o melhor, porque a dor, tanto quanto a alegria, são recursos da proteção de DEUS, impulsionando-te o coração para a luz das bênçãos eternas.

(Obra: Rumo Certo - Chico Xavier/Emmanuel)